Todos temos nossos autores preferidos. Aqueles de quem lemos tudo. Mas também temos outros que não conhecemos, de quem não lemos nada. E se o autor preferido do seu autor preferido… for um autor que você nunca leu? Pois bem, a hora é agora. Passeiem. Experimentem. Conheçam.

Shakespeare teria escrito para o PapodeHomem.
Shakespeare teria escrito para o PapodeHomem.

(Eu, por exemplo, não conhecia o João Baldi Jr. Foi recomendado por dois autores. Comecei a ler os textos dele… e quando vi já era de noite!)

O autor preferido do Felipe Ramos é o Frederico Mattos

Sempre de forma sutil e precisa, ele leva os leitores a reverem questões sobre suas vidas e seus relacionamentos que muitas vezes estão escondidas debaixo dos colchões cheios de poeiras. A cada texto seu, mais uma camada é levantada. Sempre aprendendo texto a texto, dia a dia.
Meus textos preferidos:

O autor preferido do Frederico Mattos é o Luciano Ribeiro


Ele é o tipo de escritor despretensioso que pega aquele tipo de assunto completamente comum e dá um ar sofisticado e ao mesmo tempo sapeca que me desconcerta. Diferente do Gitti que também gosto pela complexidade dos temas e do Jader Pires que me descreve paisagens comuns por ângulos que eu não havia pensado, o Luciano sempre deixa um ar refrescante no ar do tipo “tá todo mundo fodido, eu, você e tudo bem”.
Eu realmente fico em paz ao saber que sou um babaca que se acostuma com pouco, que às vezes sou duro e bruto comigo, que sou apegado tolamente num futuro melhor, que sou medroso, que estou sempre a um passo de ser corno se eu me descuidar, que me levo muito a serio e que sei muito pouco sobre a vida. E tudo bem!
Gosto da sensação libertadora que ele me proporciona com seus chutes no saco, densos e estranhamente leves.

O autor preferido do Luciano Ribeiro é o Pedro Américo

Oi.
Não lembro, antes do texto do creme, quando foi outra vez que eu ri tanto de um texto, filme ou qualquer outra coisa. Tento até evitar lembrar desse texto para não ter ataques de riso completamente nonsense no meio da rua. O cara está criando um estilo. E eu acho isso muito foda. Ele é um moléque shkrote e manda bien pra carraille.” Outros textos hilários: o da saiderre e o do rinoceronte.

O autor preferido do Pedro Américo é o Fred Fagundes

O que define um ídolo para você? Para mim um ídolo é uma pequena imagem representando algum ser, tendo seu peso em ouro e quando retirado do seu lugar ativa um sistema de autodestruição incrível… não, pera.. isso é o início de Indiana Jones e Os Cavaleiros da Arca Perdida. Um ídolo é aquela pessoa que de algum modo faz algo que você considera importante, imensamente bem. Essa qualidade, torna a tal pessoa um tipo de modelo a ser seguido, ou um mestre com o qual você pode aprender.
Eu conheci o Fred por causa do Quem Matou a Tangerina. Eu estava buscando uma nova forma de fazer o que eu fazia (escrever) uma forma um pouco diferente do que eu via pela internet, a loucura foi tanta, que quando eu achei o QMaT, li o blog inteiro em algumas horas, te digo para fazer o mesmo. Era aquilo que eu estava buscando! O texto era simplesmente genial, e falava a minha língua, games, cinema, música… tudo aquilo, de uma forma saudosista na medida certa, ou seja, muito. Fred Fagundes se tornou meu ídolo naquele dia. O melhor de se ter um ídolo é quando você de certa forma se aproxima dele, e melhor ainda é ter uma história para contar que envolve você e seu ídolo. Foi mal Fred, mas eu tenho que contar. Eu ganhei uma promoção no QMaT e o Fred nunca me entregou o prêmio. Ele já me disse que nunca esqueceu. Mas também nunca entregou… a questão, é que essa é uma dos poucos assuntos que eu posso conversar com ele… sei lá, acho que não sei ser fã.
Eu só posso dizer que é um alívio ter o Fred no PdH, sempre escrevendo, e a cada vez mais falando aquela língua que eu tanto gosto de ler. E que se não fosse pelo Fred, eu provavelmente não estaria aqui.
De qualquer modo, não interessa se você não gosta de futebol, ou de algum ou outro assunto que ele costuma escrever. Mas se você está aqui, você gosta de ler, e cara… o texto é incrível. Como no “Jamais leve um livro ao estádio“, ou no “Todos te odeiam Corinthians Paulista“, há muito mais por trás desses que futebol. “Dossiê Top Gun“ é um exemplo perfeito sobre a tal da língua falada pelo Sr. Fagundes. Tenho ainda mais dois para indicar “O álbum de figurinhas, o bafo e uma boa memória“ (o meu preferido) e “Paul McCartney em Porto Alegre; eu no Beira Rio“.

O autor preferido do Alex Castro é o Alberto Brandão


Uma vez, uma amiga disse que o que ela mais admirava em mim era minha abertura, que eu era aberto ao mundo. Respondi que isso não era mérito meu, mas meu temperamento. E ela retrucou que não admirava em mim o que me tomava esforço, mas o que ela jamais conseguiria ter.
Pois bem, o meu autor preferido é o Alberto Brandão porque eu não sou nem nunca poderia ser um Alberto Brandão. Ele escreve sobre esportes, parkour, atividade física, coisas que nunca me interessaram e que o Brandão fazem parecer interessantes. Quase me dá vontade de largar os livros e sair pulando muros pela cidade. Quase. Quem sabe, um dia eu chego lá.
Meus textos preferidos:

O autor preferido do Alberto Brandão é o Jader Pires


O conteúdo nem sempre é o mais aprofundado, até pela frequência que escreve, seus textos me ensinam sobre algo que eu tenho muito anseio em aprender. Jader escolhe cuidadosamente as melhores palavras, somando à analogias perfeitas para fazer o leitor sentir-se abraçado pelo texto. Ele escreve como eu gostaria de escrever.
Entre textos preferidos e crônicas ilustradas fica difícil indicar algo, já que aprecio a sutileza das mensagens e a paixão pela escrita. Indico estes dois textos: “Ode ao lenhador“ e “Vivemos numa geração meio mariquinha“, e essa belíssima crônica ilustrada “Bandido bom é bandido morto“.

O autor preferido do Rodrigo Cambiaghi é o Fred Fagundes


Nunca me interessei por futebol, mesmo em copa do mundo. Até um ano atrás eu jurava que o atacante do Palmeiras era o Edmundo, o goleiro do Corinthians era o Ronaldo e o único jogador bom que o Santos teve na história foi o Pelé. Era mais provável eu levar meu próprio RG pra ler no banheiro do que o caderno de esportes.
Um dia surgiu um cliente querendo anunciar no canal de futebol do PdH e fui obrigado a  ler algum artigo já publicado para mandar de referência pro cara. Cai num artigo do Fagundes e eu que sempre caguei pra futebol me peguei preso na leitura. O Fred tem uma habilidade incrível pra tornar qualquer leitura fácil e agradável,  se o bagual fosse contratado pra redigir bulas de remédio tenho certeza que faria um excelente trabalho.
Continuo não sendo fã de futebol, mas o esporte ganhou meu respeito. O filho da puta escreve bem.
Artigos preferidos de futebol:

Sobre outros temas:

O autor preferido do Eduardo Amuri é o João Baldi Jr


Gosto da ironia e da perspicácia em se ater a fatos corriqueiros que normalmente passam desapercebido. Os textos são sempre leves, mesmo com o jeito displicente de posicionar as orações.
Acho interessantíssimo a maneira como ele transparece uma confusão mental através de comentários ácidos e bem humorados. Leves. Invejo, na verdade. Eu geralmente transformo essa mesma confusão em textos muito densos, pesados de ler.
As crônicas tem a dose certa de humor e sinceridade. Humor, para não ficar pesado, e verdade para não ser só mais um texto engraçadinho. É empatia além da conta. Parece que estou tomando um tapa no ombro, como quem diz “Relaxa, amigo. Estamos juntos nessa. Não se/me leve tão a sério assim”.
Sou fã.
Meus preferidos:

O autor preferido do João Baldi Jr é o Gustavo Gitti

A gente sempre acha que é meio desconfortável fazer as perguntas complicadas, discutir os temas difíceis. Que pra falar sobre sexo a gente vai ficar sem graça, que pra falar sobre religião a gente vai parecer chato, que pra falar sobre mudança de vida a gente vai parecer um misto de hare krishna de aeroporto com tia que pergunta “mas e as namoradas, hein?”.
Mas aí a gente topa com um texto do Gitti. E o cara fala de sexo sem constranger, fala sobre mulher sem machismo, fala sobre religião sem chatear e tá ali refletindo sobre a vida, o universo e tudo mais daquele jeito que te faz querer pagar uma cerveja pra ele e apresentar pra sua amiga que tá solteira.
E por isso ele é meu autor preferido, porque eu escrevo sobre quadrinhos, bob esponja, cinema pornô e justin bieber bem mais tranquilo quando sei que tem caras como ele escrevendo sobre nossa relação com as mulheresnossa relação com o trabalho e nossa relação com a vida.

O autor preferido do Gustavo Gitti é o João Baldi Jr 

O meu autor preferido é o João Baldi Jr. E eu fiquei surpreso ao ver que o amor é recíproco.
O Baldi foi a melhor surpresa que me lembro agora dos meus tempos como editor do PdH. Editava os textos dele com gosto, até porque não tinha trabalho algum além de quebrar alguns parágrafos.
Invejo esse humor que surge naturalmente. Não tenho a mínima ideia de como escrever assim.
Os melhores para mim:

O autor preferido do Fabio Bracht é o Gustavo Gitti


Um ano antes de eu sequer sonhar em trabalhar aqui, entrei na Cabana e, lá, dentre todas as visões e abordagens e conselhos e caminhos oferecidos, foi com a visão de mundo (e de mente) dele que eu mais me identifiquei — e essa visão transparece em cada texto que ele escreve. Em alguma instância, foi influenciado por esses textos e por essas visões que eu sobrevivi são a muitas coisas no ano de 2011. Certamente não por coincidência, entrei para esta equipe ao final desse mesmo ano.
Meus textos favoritos são estes cinco, em especial os dois primeiros:

O autor favorito do Guilherme Valadares é a mente coletiva da equipe PapodeHomem

Não temos redação.
Daquelas com jornalistas sentadinhos escrevendo as notícias do dia e contando os minutos pra ir embora pra casa. Temos uma casa na qual os editores são escritores, músicos, filósofos, fotógrafos, quase-pedagogos, quase-xamãs, iogues, porradeiros, donos de hostel, gamers, aventureiros, cozinheiros, malucos, psicólogos, ex-estilistas, ex-bancários, vagabundos, perdidos na vida, e até mesmo ex-presidiários.
Estando nos bastidores, tenho especial prazer em ver o nascimento de textos que passam por várias mãos, ora podando, ora direcionando, ora levando a narrativa em caminhos bizarros. Como se o texto tivesse vários pais diferentes. Muitas vezes a edição de um material leva semanas, até meses. Esse espírito de co-autoria perpassa todo o PapodeHomem, recebemos material de pessoas que realmente querem escrever e possuem algo a dizer, e que não estão em busca de grana (não pagamos).
Isso coloca as letras em chamas.
Então, ler um desses textos no qual o verdadeiro autor foi a mente coletiva me deixa extasiado. Eu gozo. É admirar um trabalho que nunca teria sido completo a duas mãos. Algo que só existe enquanto fruto da generosidade, abertura e teimosia de uma equipe foda.
Desses, alguns dos melhores são:

* * *
E você, amigo leitor? Qual é o seu autor favorito no PapodeHomem?

Alex Castro

alex castro é. por enquanto. em breve, nem isso. // esse é um texto de ficção. // veja minha <a title=quem sou eu

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