Respostas para as dúvidas mais comuns sobre câncer de próstata

O segundo tipo de câncer mais comum entre os homens e o segundo que mais mata brasileiros.

Depois de ter publicado uma minissérie de três artigos que falaram sobre ejaculação precoce, disfunção erétil e infertilidade masculina, e de ter publicado o artigo que propõem um pacto pela saúde dos homens, continuamos nossa série sobre o assunto aproveitando o gancho para falar sobre o câncer de próstata.

Entrevistamos o Dr. Leonardo Kayat, radiologista e integrante do corpo clínico da Clínica de Diagnóstico por Imagem, para falar sobre o problema que atinge mais de 60 mil homens brasileiros todos os anos.

Dúvidas não contempladas pela entrevista podem ser deixadas nos comentários e nós, dentro do possível e desde que não seja um caso particular, encaminharemos ao especialista. De qualquer forma, este artigo não substitui uma consulta ao seu médico de confiança e se propõe apenas a dar informações iniciais para levantar uma questão que nos afeta cada vez mais.

Vamos às respostas.

Dúvidas frequentes sobre câncer de próstata e seu diagnóstico

Dr. Leonardo, qual é a incidência (%) de casos de câncer de próstata no Brasil e qual é o grupo de maior risco?

O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens no mundo, atrás apenas do câncer de pele não melanoma, e é a segunda maior causa de morte por câncer entre os homens brasileiros. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, estima-se que o país teve 61.200 novos casos de câncer de próstata este ano, então é muito importante que os homens façam seus exames de rotina regularmente. O câncer de próstata tem mais chances de atingir os homens em idade acima de 45 anos com sobrepeso, perfil sedentário, afrodescendentes e com histórico de doença na família.

Vá ao médico, meu amigo.

O exame de toque ainda é o método de diagnóstico mais efetivo que temos? Existem alternativas?

As formas de detecção do câncer em um primeiro momento são feitas com o toque retal e a dosagem de PSA, medida através de um exame de sangue. Depois, caso ainda haja suspeita, muitos médicos optam por solicitar uma ressonância multiparamétrica da próstata, que consegue detectar tumores significativos na próstata. Por fim, para confirmar o diagnóstico de câncer, é necessária realizar uma biópsia da próstata.

Quais são os fatores mais recorrentes para a geração do câncer de próstata? É uma questão genética ou certos hábitos podem contribuir também?

Levar uma vida sedentária, sem a prática de exercícios regulares e com uma alimentação rica em gorduras e açúcares pode aumentar as chances de um paciente desenvolver a doença, além do avançar da idade. No mais, os fatores genéticos, como a ocorrência de casos da doença na família e o paciente ser afrodescendente, são os que mais influenciam no surgimento desse tipo de doença.

A partir de que idade os homens devem começar a ir ao médico e com que frequência? Homens fora dessa faixa etária não correm risco de desenvolverem o câncer?

Mesmo que o paciente não se enquadre no grupo de risco, é recomendável que todos os homens comecem a fazer exames de rastreio desde os 45 anos, com um urologista ou oncologista de confiança – e a partir dos 40 anos caso esteja no grupo de risco. Teoricamente, homens de todas as faixas etárias podem desenvolver o câncer de próstata, mas as chances são muito maiores a partir desta idade.

Vá ao médico, meu senhor.

O diagnóstico precisa ser feito com quanto tempo para o tratamento ser efetivo? E quais sequelas o tratamento pode deixar?

O diagnóstico precisa ser feito de forma precoce, enquanto o tumor é pequeno e confinado aos limites da próstata. Por isso é tão importante que o paciente faça os exames regulares que detectam a presença da patologia. Existem várias formas de tratamento, sendo a cirurgia de retirada total da próstata (prostatectomia) e a radioterapia as principais modalidades que visam a cura ou controle da doença. Elas podem, em uma parcela muito pequena dos casos, evoluir com complicações como incontinência urinária e disfunção erétil. Porém, para a grande maioria dos pacientes, também é possível tratar essas complicações.

Qual conselho o senhor dá para pacientes que forem diagnosticado com esse tipo de câncer?

Para esses homens, aconselho que procurem um urologista ou oncologista de confiança, conversem sobre as formas de tratamento disponíveis e o iniciem assim que possível. Hoje, o diagnóstico de câncer de próstata não é mais um caso de “sim” ou “não”; existem chances de cura reais e elevadas quando o paciente é detectado em estágios iniciais do câncer e as formas de tratamento disponíveis para a doença são eficazes, dando uma estimativa superior a 90% de chance de cura para os pacientes. Saber que está com câncer não é mais uma sentença de morte; descobrir a doença de forma precoce é, na verdade, uma chance para a vida.


publicado em 24 de Novembro de 2016, 00:05
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Breno França

Editor do PapodeHomem, é formado em jornalismo pela ECA-USP onde administrou a Jornalismo Júnior, organizou campeonatos da ECAtlética e presidiu o JUCA. Siga ele no Facebook e comente Brenão.


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