Andar de mãos dadas com sua companheira já significou um risco de vida para você? Provavelmente não.
Na Holanda, assim como ocorre diariamente em diversos outros lugares do mundo, um casal de homens gays foi espancado pelo fato de estarem, simplesmente, andando de mãos dadas. Como resposta a isso, o movimento denominado "Todos os homens de mãos dadas" surgiu. Ele também está circulando pelas redes sociais acompanhado da hashtag "#allemannenhandinhand".
O objetivo é mostrar repúdio à violência e apoio à casais gays que, ao contrário dos heterossexuais, não se sentem seguros ao caminhar ao lado de seus parceiros.
Vem ver um pouco da campanha:
Além da proposta solidária à causa LGBT, essa ação também conversa com uma trava masculina. Demonstrações de carinho em relações de amizade, por exemplo, podem ser vistas com certa desconfiança por alguns homens, e derrubar essa barreira pode ser benéfico. Afinal, o "andar de mãos dadas" nada mais é do que transformar em algo concreto a abstração de um sentimento de querer bem, seja em relacionamentos heterossexuais, homossexuais, de amizade ou amorosos.
Ações práticas e simples como essas desembocam em efeitos impactantes. O fato de homens, independente da orientação sexual, ocuparem os espaços de mãos dadas, ajuda a borrar o efeito negativo que, erroneamente, essa imagem tem passado para uma parcela da população.
É caminhar para a normalização de algo que, na verdade, já deveria ser lido como normal.
Cabe ressaltar que as pressões enfrentadas cotidianamente por casais LGBT são bem diferentes do desconforto que muitos dos homens que se propuseram a apoiar a campanha passaram.
As réguas não são as mesmas mas, no fim das contas, o apertar de mãos resume muito bem o sentimento de apoio da ação: mostrar que esses casais não estão sozinhos.
Para ler mais sobre o assunto:
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- [18+] A masculinidade não é algo a se definir
- Quem reza pelas travestis da quebrada?
- "Como foi me assumir gay para os meus amigos" e "Como reagi quando meu amigo contou que era gay"
- Homofobia é um medo real... mas de quê, exatamente?
- Homossexualidade: o tabu das arquibancadas
- Como agir ao ser chamado de machista, racista, homofóbico – um guia para nós todos
publicado em 06 de Abril de 2017, 17:40