"Não consigo ter amizades masculinas. O que faço?" | Mentoria PdH #8

"Procurei tratamento com psicólogos durante 9 meses e evoluí muito, porém ainda tenho esse bloqueio."

Pergunta da semana:

"Mentores do PdH,

gostaria de agradecer por esse espaço pra tirarmos dúvidas e recebermos conselhos e sugestões, trocando experiências e um ajudando na vivência do outro, isso beneficia, e muito!

Sou jovem, tenho 26 anos, e sempre tive um problema na minha vida.

Cresci com meu pai dentro de casa, me ajudando em tudo, porém ele nunca foi uma referência pra mim (não sei se isso é um fator para o problema que vou falar, mas tudo bem).

Sempre fui mais próximo de minha mãe e minha irmã. Com o tempo, acabei tendo mais facilidade de me aproximar de mulheres do que de homens, em questão de amizades (talvez por acabar não gostando tanto de coisas que homens gostam, como futebol porque jogo muito mal, luta e tudo mais).

Conforme fui crescendo, passei a ser taxado como gay e ouvir muitos comentários homofóbicos.

Detalhe importante, não sou gay e nunca senti atração por homens, hoje namoro e tenho uma "vida heterossexual normal".

Porém, ninguém ligava muito pro que eu era e passei uma infância/juventude ouvindo comentários do tipo e sofrendo preconceito, o que me machucou muito durante toda a minha vida.

Por isso, cresci com uma dificuldade enorme de confiar nas pessoas. Toda vez que conhecia alguém, na minha cabeça passava milhares de vezes que ela estava achando que eu era gay, por isso tenho dificuldade em ser eu mesmo perto das pessoas e elas acharem isso, dificuldade em confiar pra me abrir e tudo mais, mesmo.

Mas o mais difícil pra mim é que atualmente tenho uma dificuldade enorme em criar e nutrir amizades masculinas, conviver com homens.

Tenho apenas um amigo, e sempre que começo uma amizade masculina, vem um bloqueio em que eu não consigo ser eu mesmo por sempre achar que o cara vai achar que sou gay, por isso não consigo confiar nas pessoas e nem manter amizades masculinas, acabo evitando dar rolê só com homens, muitas conversas, porque sempre vem isso na cabeça e eu travo, não consigo ser eu mesmo.

Procurei tratamento com psicólogos durante 9 meses e evoluí muito, porém ainda tenho esse bloqueio.

Gostaria de saber através de experiências e comentários outras pessoas que talvez passam por isso e como conseguiram encarar ou superar (se alguém superou), ou se isso é uma coisa pequena de se resolver e eu só preciso encarar.

Desde já, agradeço por esse espaço e também pelas respostas e ajudas que possam vir a aparecer."

— Leo

Como responder e ajudar no Mentoria PdH (leia para evitar ter seu comentário apagado):

  • comentem sempre em primeira pessoa, contando da sua experiência direta com o tema — e não só dizendo o que a pessoa tem que fazer, como um professor distante da situação
  • não ridicularizem, humilhem ou façam piada com o outro
  • sejam específicos ao contar do que funcionou ou não para vocês
  • estamos cultivando relações de parceria de acordo com a perspectiva proposta aqui, que vai além das amizades usuais (vale a leitura desse link)
  • comentários grosseiros, rudes, agressivos ou que fujam do foco, serão deletados

Como enviar minha pergunta?

Você pode mandar sua pergunta para posts@papodehomem.com.br .

O assunto do email deve ter o seguinte formato: "PERGUNTA | Mentoria PdH" — assim conseguimos filtrar e encontrar as mensagens com facilidade.

Posso fazer perguntas simples e práticas, na linha "Como planejo minha mudança de cidade sem quebrar? Como organizar melhor o tempo pra cuidar de meu filho? Como lidar com o diagnóstico de uma doença grave?" ?

Queremos tratar também de dificuldades práticas enfrentadas por nós no dia-a-dia.

Então, quem tiver questões nessa linha, envie pra nós. Assim vamos construindo um mosaico mais amplo de assuntos com a Mentoria.

Essa Mentoria é incrível. Onde encontro as perguntas anteriores?

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publicado em 21 de Maio de 2018, 00:05
File

Guilherme Nascimento Valadares

Editor-chefe do PapodeHomem, co-fundador d'o lugar. Membro do Comitê #ElesporElas, da ONU Mulheres. Professor do programa CEB (Cultivating Emotional Balance). Oferece cursos de equilíbrio emocional.


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