Muitas pessoas sempre enfiam uma crítica no meio dos seus elogios. Por quê?

Deve ser inconsciente. Pra não parecer que estão puxando o saco. Pro outro não ficar se achando.

Dizem: “adoro seu texto, pena que você não sabe usar crase”; “excelente trabalho, só não esqueça de grampear tudo dessa vez”; “muito bem feito, Maria, você esqueceu apenas esse pontinho aqui.”

Sempre tem um “mas”.

E, como todo mundo presta mais atenção no negativo do que no positivo, o indivíduo sai dali ruminando a pequena crítica ao invés de apreciando todos os elogios que vieram antes. O poder do elogio é completamente neutralizado. Não adiantou de nada.

Mas cuidado com o auto-elogio. O gato que se achava leão foi pisoteado pela gazela.
Mas cuidado com o auto-elogio. O gato que se achava leão foi pisoteado pela gazela.

Pouca gente entende a força de um elogio sem reservas, absoluto, incondicional.

Como ex-professor e ex-empresário, sempre fiz um esforço consciente para não sabotar meus elogios. Quando alguém faz uma coisa boa ou precisa de estímulo, dou um elogio completo. Naturalmente, sempre existem críticas, mas elas podem e devem esperar. Feitas juntas, uma gota de crítica contamina um litro de elogio.

Então, primeiro eu elogio o Paulinho ter acertado todos os exercícios de compreensão auditiva, seu ouvido é ótimo, adorei, parabéns! Depois, outro dia, eu chamo ele e digo que estou preocupado com sua redação, ele cometeu muitos erros nos tempos verbais, precisa se dedicar mais. Cada coisa na sua hora.

Não estrague a força do seu elogio. Elogio é poder.

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Para ler mais: textinho da Esquire (em inglês) sobre o elogio perfeito e um vídeo para fazer os homens pensarem duas vezes antes de “elogiar” mulheres pela rua.

Link YouTube | Carlinhos, o machista gay.