Como nosso editor-chefe Guilherme Valadares sempre diz e deixou registrado no texto que publicamos ontem falando do nosso aniversário de 11 anos e de como 2017 foi pra nós, o Papo de Homem não nasceu para gerar conteúdo, captar audiência e vender anúncios. O PdH existe "para ajudar homens a se transformar, a cultivar vidas e relações mais satisfatórias."
Devo dizer que, nesses pouco mais de dois anos que trabalho por aqui, percebi que uma das séries que melhor cumprem esse objetivo é a Traduções. Talvez pelo nosso carinho no tratamento com ela, talvez pelo nosso cuidado em pinçar os textos certos, talvez até pelo inve$timento que ela exige, não só os textos rendem bem, como deixam a sensação de que estão de fato ajudando homens (e mulheres!) a se tornarem pessoas melhores.
Por isso tudo, quando decidimos fazer essa série de percursos (estamos lançando um novo por dia, confira aqui) para cobrir nosso recesso de final de ano, tão logo a ideia de fazer um com as melhores traduções surgiu, ela nos pareceu muito boa. Prontamente, me ofereci para ficar responsável por ela e selecionei seis artigos para representar a série como um todo, de modo a construir também um sentido lógico para eles.
Antes de continuar, é possível que você já tenha lido alguns desses artigos. Te agradecemos por isso. Mas: se sim, leia novamente nessa ordem proposta e no final, me diga, se isso tudo fez alguma diferença pra você; se não, que inveja estou de você e da sensação de ler esses textos pela primeira vez!
1. Você gosta de quem você é quando faz as coisas que você faz?
Para começar uma série que se propõe a te tornar uma pessoa melhor, não havia outro caminho possível do que tentar fazer um diagnóstico. E este texto de autoria do David Cain veio justamente para nos ajudar a perceber se/quando gostamos de nós mesmos e quando não.
Com alguma sorte, você vai perceber que essa sensação de insatisfação com o que você está fazendo com o seu tempo de vida não acontece tantas vezes com você. Mas meu palpite é de que a maioria vai questionar profundamente a quantidade de vezes que sente como se estivesse "perdendo seu tempo". E por isso não entenda "ficar sem fazer nada". Pelo contrário. O autor vai explicar que isso se dá justamente quando percebemos que estamos fazendo algo mas que esse algo não faz nenhum sentido para nós.
Independente de qual seja a sua sensação ao terminar esse texto, não desista do percurso, porque é agora que a coisa começa a ficar boa.
2. Talvez você não tenha um problema como pensa que tem
É claro que nós não deixaríamos que você simplesmente diagnosticasse um problema com a sua vida e depois te abandonaríamos. Às vezes, um texto como este é importante para dar uma chacoalhada na gente, mas depois disso é preciso fazer mudanças reais. Caso contrário, corremos o risco de simplesmente aumentarmos nossa própria angústia, sem resolver nada.
Antes de partir pras soluções, porém, precisamos dar dois passos adicionais. E o primeiro deles é conseguir separar o joio do trigo. O que é realmente um problema e o que não é na sua vida? Como você vai descobrir nesse artigo também do David Cain, nós somos mestres em achar problema onde não tem.
3. Nunca se esqueça o quanto tudo isso é estranho
Sabe aquele clichê de que algo é realmente bom quando não te oferece respostas e sim mais perguntas? Pois é. Se tudo estiver caminhando bem, você estará agora mais em dúvida do que quando começou. E esse terceiro texto vai ser responsável por começar a nos fazer aterrizar de volta na Terra com uma nova perspectiva.
Novamente David Cain (você começa a perceber que esse percurso é basicamente um curso desse autor que tanto gostamos) é quem vai nos ajudar a enxergar o quanto o certo e o errado, o comum e o extraordinário, o normal e o esquisito não passam de acordos que nós fazemos para tentar encontrar sentido nas coisas. Mas que no final das contas, quando paramos de tentar fazer isso, passamos a aceitar melhor os nossos erros e viver com mais plenitude.
4. O cansaço não é uma medalha para se ostentar
Dando sequência ao nosso percurso, é chegada a hora de começar a resolver de fato esses questionamentos e por isso escolhi colocar esse texto do Jason Fried na lista para oferecer uma perspectiva um pouco mais objetiva dos nossos problemas.
Aqui, tomei a liberdade poética de usar o cansaço no trabalho como uma metáfora para outros problemas que enfrentamos já que, muitas vezes, incoscientemente, nós acabamos nos sabotando e entrando num espiral de esforço sem fim em busca de um objetivo que nós nem temos tanta certeza se valerá a pena. O artigo vai nos ajudar a enxergar como isso não faz sentido e como você pode começar a fugir dessa rotina.
Na dúvida, simplesmente, respeite suas horas de sono. Sabia que é mais fácil morrer por falta de sono do que por falta de comida?
5. A arte de permitir que os outros estejam certos
Chegamos, portanto, ao quinto artigo que para mim representa o maior tesouro desse percurso.
Como seres sociais que somos, não podemos isolar os nossos problemas do resto do mundo e é por isso que nos refletir sobre a relação que temos com outras pessoas acarreta em dois efeitos positivos:
(i) permitir que os outros estejam certos de vez em quando vai te libertar da prisão de nunca poder errar; e
(ii) evitar entrar em tantas discussões por simplesmente se libertar da função de mostrar para o mundo como você sabe das coisas, vai te dar mais tempo para saber mais sobre ainda mais coisas, mesmo que essa coisa seja você mesmo.
6. 4 coisas absurdamente fáceis de fazer que deixam a vida extremamente melhor
Por último, mas não menos importante, você finalmente percebe aquilo que falei no item 3: nós não vamos oferecer todas as respostas; pelo contrário, vamos te dar mais perguntas.
De qualquer forma, como também disse no item 2, é preciso fazer mudanças reais na sua vida para que algumas respostas comecem a aparecer naturalmente e se você (assim como eu) precisa adotar medida práticas para sentir o avanço que está fazendo e assim se manter firme no propósito, aqui vão 4 dicas de como fazer isso.
São atitudes simples para serem tomadas todos os dias, sem precisar depender de mais ninguém, para se tornar uma pessoa melhor. Ou pelo menos para ter uma vida mais feliz. Afinal de contas, essas duas coisas me parecem a mesmíssima coisa.
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Te espero nos comentários para saber se o percurso foi útil e também se você sugeriria acrescentar algum outro texto nosso ou mesmo de fora à proposta que estamos fazendo.
Não prometo te responder rápido, afinal de contas, também estou de recesso, mas logo logo eu volto e a gente segue esse papo.
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