Nós já falamos aqui recentemente que boa parte dos empregos que conhecemos hoje serão substituídos por robôs e que os avanços tecnológicos estão acontecendo numa velocidade tamanha que talvez isso possa acontecer antes do que imaginávamos.

Se você estiver por dentro do assunto, poderá dizer para ninguém se preocupar já que o sistema fará surgir empregos novos para substituir os extintos e, assim, a roda vai sempre continuar girando. E eu serei obrigado a concordar com você. Parcialmente.

Até que o sistema se autorregule, porém, muita gente sofre. Às vezes, gerações inteiras sofrem. O emprego que morre aqui, só surge lá. Os requisitos pedidos por este, não são mais os mesmos daquele. E quem ocupava uma vaga que desapareceu pode não encontrar uma das que estão surgindo…

Ciente disso, o Canadá, comprovadamente um dos melhores lugares para se viver no mundo, está pensando em como amenizar essa possível dor. A exemplo do que o governo de Manitoba fez na cidade de Dauphin nos anos 1970, a província canadense de Ontário fará um teste de renda básica nos próximos meses.

A ideia de dar uma quantia mínima para todos os cidadãos de um determinado local, não é uma ideia exatamente nova. Essa estratégia de distribuição de renda já vem sendo utilizada desde países como Cuba até países como a Suécia. A diferença dessa vez fica por conta da origem desse dinheiro que será distribuído: um imposto criado em cima das vagas de emprego que forem substituídos por robôs.

Ajustado para ser um valor que não torne a substituição onerosa demais para ser inviabilizada ou perder competitividade com outros mercados, o imposto e sua consequente distribuição será testado para ver se funciona. É o primeiro passo para que os trabalhadores canadenses passem a fazer trabalhos e atividades nas quais vêem mais sentido, ao invés de gastarem seu tempo apenas levantando fundos suficientes para sobreviver e/ou sustentar a família.

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Os resultados coletados até agora com outras iniciativas são animadores. Os especialistas tem dito que, ao contrário do que poderia se imaginar, as pessoas não estão se acomodando por ganhar dinheiro sem esforço e parando de trabalhar. Pelo contrário, eles entendem que o trabalho é uma forma de defini-las, de se manifestar, de se sentir útil e estão investindo ainda mais tempo nisso já que agora realizam essas atividades com paixão.

Quem é fã ou pelo menos conhece os filmes do Star Trek sabe que na ficção é totalmente possível que a humanidade, livre do trabalho graças ao advento das máquinas, pode trabalhar em funções mais 'nobres', mas a pergunta que fica é: será que na vida real isso vai dar certo?

E se der certo no Canadá, quão longe nós brasileiros estamos disso?

Redação PdH

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