Mexer com algo considerado perfeito é perigoso. Mexer com algo que suscita paixões, então, é ativar uma ogiva nuclear.
Mesmo essa imagem é coisa pequena, perto do que significa o brigadeiro pras pessoas. Não estamos falando de um mero doce. Não é também que seja algum chocolate feito pelas freiras do Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas. A questão não é o refino do preparo ou dos ingredientes. Na verdade, estamos falando de um doce dos mais simples.
Porém, não é a matéria das coisas que importam, mas as associações que fazemos com elas. E, amigo, nesse quesito, o brigadeiro brilha com as mais vívidas memórias da infância, dos amigos, dos namoros, das tardes românticas, dos filmes assistidos na mais desejada companhia, dos edredons e até da cura das crises e aflições.
Brigadeiro é mais que um doce. É a substância que materializa tudo o que faz a vida ser bem vivida.
É por isso que é difícil mexer com ele.
Mas, se me permitem a atrocidade, venho apresentar um jeito um pouco diferente de fazer a iguaria.
Pensem em tudo isso que o brigadeiro proporciona, mas com recheio de amor de vó que o bolo de cenoura traz. É, aí até que não parece uma má ideia, né?
Então, aqui vai, o brigadeiro recheado de bolo de cenoura feito no microondas, pra facilitar ainda mais a vida.
Eu sei que é difícil mexer com o que já é perfeito. Mas vai na fé que vai ser gostoso.
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“Deixa que eu faço” é a série colaborativa de textos mão na massa do PapodeHomem. A ideia é reunirmos pessoas dispostas a contribuírem com guias e tutoriais, ensinando a fazer as mais diversas tarefas, das rotineiras às inusitadas. Com o tempo, queremos ter um compilado com todo tipo de passo-a-passo, para tornar o PapodeHomem um espaço cada vez mais útil.
Pode se programar: toda sexta, um texto com um guia ensinando a fazer algo prático.
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