O medo está presente em todas as esferas da nossa vida. E um dos maiores deles é o medo de ser corno. Outro é descobrir a própria insignificância. Ou, claro, se descobrir corno e insignificante. Saber, de verdade, no fundo da alma, por dentro de cada osso, de cada fibra muscular, que você é quase nada. Que sem você as coisas continuam. Que elas poderiam perfeitamente acontecer da mesma forma, excluindo esse personagem que você considera o protagonista.

Muitas músicas já foram feitas com base nisso. A dor de corno, a dor da insignificância, são temas continuamente explorados em composições pelo mundo inteiro.

E isso pudemos observar durante o último período de trinta dias. Março foi um mês ainda mais musical que de costume. E, também, um tanto polêmico, mais prático e mais poético. Levantamos a bola da amizade, da lealdade, de como pode ser a vida morando sozinho, como podemos tirar a roupa de uma mulher, tivemos muito mais crônicas do Jader, uma série contando histórias do jazz, pedidos de casamento, viagens.

Também filmamos um novo PdH Sessions, retomando a nossa produção musical para o ano de 2013 com o Bardo & o Banjo.

No finalzinho de tudo, só pra fechar com chave de ouro, cobrimos o Lollapalooza e fizemos três textos falando sobre o que vimos por lá. Um geralzão, detalhando nossas andanças pelo Jockey Club e as impressões sobre os shows animais que vimos, outro destrinchando as atrações internacionais que não mandaram tão bem e um só narrando o quanto foi bonito ver as bandas brasileiras extrapolando expectativas.

Nós queremos saber de vocês, o que sentiram dos textos de março? Quais os melhores e os piores posts?

A resposta mais completa leva esse perfume Fan di Fendi Pour Homme assinado pelo Mark Ronson, o garoto-propaganda da marca na faixa.

1. Nunca conte a seu amigo que ele é corno, por Carolina Dini (39,929)

Noite, cidade, rua. Bar, boteco, restaurante. Tanto faz, é apenas um exemplo – mas que você se identifique. Pode ser quarta-feira, a noite oficial do chifre (motivo: futebol). Pois é. Eis que de repente, no exato segundo que você desvia o olhar de qualquer coisa e gira o pescoço pra direita, está a Camila, namorada do Thiago, aquele guri bom e considerável, alisando carinhosamente os cabelos de um homem. Um homem boa pinta. Que não é o pai ou irmão dela.

2. Como tirar a minha roupa, por Carolina Dini (34.452)

Escolher a lingerie, segundo a percepção feminina, é missão muito diferente. Chega a ser um ritual. Uma delícia de ritual, diga-se de passagem. Que aguardamos, esperamos, desejamos e planejamos dias para contemplar cada segundo de propósitos e combinações.
E é exatamente por isso que torna-se altamente broxante quando, na hora do sexo premeditado (somos dessas), vocês simplesmente arrancam a calcinha escolhida a dedo de uma só vez. Sem pestanejar. Como se fosse um morto de fome rumo ao prato de comida. Ok, às vezes você é. Mas é que, no mínimo, deve-se começar pelas beiradas.

3. Chorão: quando morre, todo mundo vira santo. E daí?, por Eduardo Amuri (17,565)

Curiosa a quantidade de gente que repudia as manifestações pós-morte, como se fosse ruim dar o braço a torcer, como se fosse ruim tentar mudar o olho pelo qual se enxerga a pessoa que faleceu.
O Japinha, do CPM 22, publicou um texto sobre a morte do Chorão, parecia sincero.

4. Guia para achar que morar sozinho é sensacional, por Pedro Americo (17,461)

Posso estar indo um pouco contra o senso comum de que “morar sozinho é foda”, mas não é nada disso. É só ler os relatos impressionantes do Alberto Brandão para sabermos que morar sozinho – no início – é realmente complicado.
Obs: o Alberto Brandão escreveu os textos “O que ninguém conta sobre morar sozinho“, “O que ninguém conta sobre morar sozinho – Parte 2” e “Fazendo miojo com água do chuveiro & outras histórias bem pessoais sobre morar sozinho“. 
Mas depois que você passa o período de provação, começa a entender o que significa ter total controle sobre sua vida.

5. Você não é importante, por Jader Pires (16,507)

Desce do ônibus exatamente 100 m do local combinado. Colocou os pés no chão de terra e começa a desabar chuva que deus manda, aquela aberração líquida que antecipa a derrota. Vai ter que se molhar. Corre doido, uma corrida feia de se ver, desvios desnecessários e pulinhos incomuns pra tentar salvar um mínimo de dignidade. Chega ao local todo molhado. Abre a porta e, antes que essa se feche, a chuva cessa.
“Só porque era um dia importante.”

6. Arrumou o pau dentro das calças e disse que ia esperar por ela no banheiro, por Jader Pires (15,215)

Nem que fosse só mais uma vez ele queria voltar a ser triste, queria se aproveitar da melancolia e botar no papel aquelas palavras ásperas que, posteriormente, serviriam pra gerar elogios. Todo escritor que se preze tem que ser amargo e só. Tempos difíceis eram aqueles de um calor que inspirava felicidade e prazer. Não era bom para o cigarro que brigava pra descer a garganta, pra cerveja que, em vez de lhe servir de fardo, era o alívio que o impedia de reclamar.
Precisava sair.

7. Dez filmes cuja cor exerce um papel fundamental | Listas descaralhantes #12, por Luiza de Castro (14,594)

Não existe um “dicionário do significado das cores”, mas, graças à nossa cultura fomos capazes de criar associações relacionando cada cor. Desde o surgimento do cinema colorido, percebe-se que a cor informa, transmite sensações e pode se tornar uma ferramenta narrativa poderosa.
Junto com a fotografia, é na direção de arte e na composição cromática que o cinema cria e nos atinge de uma forma que vai além daquilo que consideramos bonito.  Os grandes cineastas sabem disso e vêm se baseando nela como elemento para explorar a subjetividade do espectador.
Estes são alguns filmes que considerei interessantes para analisar o que as cores podem nos contar.

8. Bom dia, Suicide Girls, por Jader Pires (14,272)

Pessoal, eis as meninas do SuicideGirls. Meninas, eis os leitores do PapodeHomem.

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9. 6.000 km, quatro estados e um pedido de casamento | Na Estrada #10, por Felipe Ramos (13,221)

Certas coisas nos chacoalham.
No final do ano passado, pedi minha então namorada em casamento. E publico esse relato somente agora pois hoje completamos um ano desde que a pedi em namoro. Pode soar bobo, mas é simbólico e algo que vou levar para o resto da vida.

10. Violência entre cissexuais assusta São Paulo, por Alex Castro (13,156)

Chamada de ‘feia’, a cissexual alega legítima defesa por atirar na vítima. Crime foi há um mês na Zona Oeste de SP; acusada segue em liberdade.
Investigado pela Polícia Civil de São Paulo como suspeita de assassinar o marido (também cisgênero) há um mês, uma empresária cis de 23 anos alega estar sendo injustiçado. Para o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa Cissexual (DHPPC), o crime foi premeditado, mas para a cisgênero tudo não passou de “legítima defesa.”

 

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Ilustradora, engenheira civil e mestranda em sustentabilidade do ambiente construído, atualmente pesquisa a mudança de paradigma necessária na indústria da construção civil rumo à regeneração e é co-fundadora do Futuro possível.