Um dos drinks que mais me fascina é o Greyhound, drink favorito do escritor Hunter Thompson, do qual já falamos algumas vezes por aqui. Assim como aqueles cachorros de corrida ingleses bem magrinhos tiveram uma homenagem feita pela coquetelaria, fiz o mesmo por nossa genuína raça de molossos tipicamente brasileiros.
Assim, cachorros e drinks se encontram aqui hoje. Aprenda a fazer o Fila Brasileiro, receita que criei inspirada no trocadilho com Greyhound.
Receita do Dr. Drinks para um bom Fila Brasileiro:
Esprema o suco da laranja e da toranja no copo da coqueteleira e acrescente bastante gelo. Sirva uma colher de mel por sobre o gelo e 1 ½ oz (45 mL) de cachaça. Bata bastante mara o mel diluir bem e sirva na taça de martini previamente gelada coando com o strainer e com o coador fino, para evitar o bagaço.
Um drink aos cachorros
Homens, cachorros e bebidas sempre tiveram uma relação muito próxima. Frank Sinatra chegou a dizer que o whisky é o cachorro engarrafado, comparando a lealdade de ambos a seu dono. Inspirado nessa relação, um barman do Savoy Hotel da Londres dos anos 30, criou um highball muito simples feito apenas com vodka e suco de toranja e batizou a receita em homenagem aos famosos cães de corrida ingleses. Naquela época a ligação do cara com os cachorros deveria ser bem forte, já que eles protagonizavam caçadas a javalis e cervos e também permitiam que a galera ganhasse uma grana nos cinódromos, onde o galgo inglês, como também é conhecido, mandava muito bem.
Esse foi o ponto de minha inspiração: criar uma releitura do Greyhound com elementos brasileiros e, assim, homenagear nossa primeira raça tipicamente brazuca. Sei que depois do Greyhound-pepper-tini muitos irão dizer que tenho mania de reler o clássico com martinis. Sim, confesso, é a mais pura verdade. Acredito muito no suco de toranja, pois seu caráter ácido e extremamente azedo, dá um toque diferenciado a qualquer drink.
Por isso usei ingredientes abundantes no Brasil e um dos adoçantes naturais que mais gosto: mel. A combinação do mel com cachaça normalmente tem textura aveludada e um sabor rústico mas sem perder a ternura, o que misturado ao ácido e doce suco de laranja com o azedo da toranja proporciona um drink cuja experiência sensorial é de amplitude de sabores muito bem amparada pela intensidade dos aromas do drink.
Optei por um martini justamente porque a taça favorece a imersão nos aromas e por se tratar de um drink com caráter cítrico, este formato atende melhor aos níveis de concentração e refrescância que desejava no momento de sua criação. Concentração neste caso significa não diluir o drink fazendo algum tipo de top como nos long drinks. E por não ter gelo na taça quem faz o drink obriga-se a serví-lo bem gelado, o que garante a refrescância ideal para ser consumido em dias quentes à beira da piscina, por exemplo.
Whisky é o cachorro engarrafado
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Semana que vem vou escolher as 4 melhores e divulgar aqui nos comentários os ganhadores.
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Um beijo e até semana que vem.
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