[18+] Putaria, ação, surrealismo e a dilaceradora de pirocas

Um mundo onde picas aparecem por todos os lados, caralhos voadores, carnívoros, pestilentos. Grandes lábios, pequenos lábios, pelos pubianos selvagens e acalentadores.

O vídeo feito pela 1000dessins (Mrzyk & Moriceau) para música "G.I Jane" do Jackson and His Computer Band.

A música é uma delícia, dançante, mas o clipe é que faz jus a essa publicação. Uma linda aventureira escapa de pirocas o tempo todo, dilacerando glandes a torto e a direita, penetrando em vaginas gigantescas, mordedoras de falos colossais. Uma alucinação sexual exacerbada e divertidíssima de uma devoradora, caçadora nata.

Uma pena uma brincadeira gostosa dessa ser tachada de inapropriada, descabida, not safe for work (proibido no trabalho, manja?).

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Algumas leituras que podem explicar melhor o que quero dizer

Eu já comentei sobre a infelicidade de perceber que as pessoas ainda não sabem lidar com o nu no artigo "Bom dia Belladona e… bom dia, Alberto":

Eu ia colocar esse vídeo como mais um post daquela nossa série de “bom-dia” que entra toda segunda-feira no PapodeHomem. Mas logo que dei o play, me deparei com a seguinte pergunta: “pessoas pensam que eu quero chocá-las. Por que isso choca? Por que as minhas pinturas chocam?”
Daí que eu não soube responder. O primeiro quadro mostra um homem peladão com seu pau de fora e as mãos no rosto enquanto lençóis dançam com o vento atrás dele. Um pau desenhado choca? Uma baita de uma pintura bonita de se ficar bons minutos olhando e curtindo cada traço e uma rolazinha desenhada seria o alvo do meu asco e transformaria algo belo em profanação do bom gosto?
Ok, estou lidando com pintura e não com a imagem do nu propriamente dita. Só que a proposta é a mesma. O nu como imagem bela poderia voltar a ser algo não estranho para os seres humanos, não? Já deve estar mais que na hora de suprimir a culpa católica (que uso aqui, generalizando todas as religiões que fazem do sexo e, consequentemente, do nu, algo errado ou permeado de regras, situações e contra regras) que tanto suprimiu a liberdade e, mais, a naturalidade de se estar e de se ver o nu.

Se uma mulher pelada já causa celeuma, imaginemos homens pelados. A coisa se complica ainda mais, como dito pelo João Baldi no artigo "Nudez masculina: o mal-estar":

Com a nudez masculina a sistemática é claramente outra.
Uma interessante compilação que o Luciano me enviou mostra que imagens de caras pelados, seja uma bunda, um tórax ou – choque dos choques – um pênis, aparecem em contextos muito específicos, boa parte deles envolvendo séries de fantasia, gladiadores ou diretamente focadas no público gay. Mesmo nesses contextos, quase sempre numa proporção bem menor do que a boa e velha nudez feminina.
Ou seja, vivemos em um contexto no qual bundas e peitos de garotas aparecem em todos os lugares, mas para topar com a bunda de um cara sem estar assistindo a uma série gay, ela precisa vir acompanhada de um aprofundado contexto histórico ou se passar num universo onde também existem dragões.

E tudo isso em um mundo onde, bom mesmo, é o sexo sujo, o contato:

Por isso o sexo bom é o sexo sujo, suado. Saliva, mãos, os cheiros, o gemido que só chega ao ser tocado. Mostrar o pau quando ela quer ver é lindo. Mas a sensação estúpida só aparece ao ser tocado, ao sentir a mão envolvendo o pau. Não os dedos, a mão toda. O contato humano deve ser pleno, exacerbado. Quando a gente tem isso, não há cristo que nos faça desejar a castidade, não há sociedade que nos deixe com qualquer tanto de “puritanos”.
A gente não quer só gozar, a gente quer inteiro (e não pela metade)
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Por mais clipes safados, mais  nus e mais sujeira.


publicado em 08 de Novembro de 2013, 22:00
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Jader Pires

É escritor e colunista do Papo de Homem. Escreve, a cada quinze dias, a coluna Do Amor. Tem dois livros publicados, o livro Do Amor e o Ela Prefere as Uvas Verdes, além de escrever histórias de verdade no Cartas de Amor, em que ele escreve um conto exclusivo pra você.


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