Se beber não case foi sem sombra de dúvidas um daqueles filmes que nos ensinaram muita coisa. Uma das grandes lições que nós pudemos tirar – e não falo de coisas óbvias como “você não deve mexer com o tigre do Mike Tyson” ou “esteja sempre preparado para que caras nus saiam de dentro do porta-malas do seu carro” – é a de que devemos prestar mais atenção em Zach Galifianakis.
Sim, o gordinho. Sim, o da matilha de um lobo só. Sim, o que perguntava se o cometa Halley já tinha passado.
Porque além de ter roubado a cena no filme, atuar ao lado de Jason Schwartzman e Ted Danson em Bored to Death (umas das poucas séries que eu recomendaria pra qualquer pessoa na face da Terra) e ter participado de uma antológica cena em Jimmy Bolha, uma das comédias que marcaram a minha adolescência, ele também é o apresentador do melhor talk-show da atualidade, Between Two Ferns (“Entre duas samambaias”), no Funny or Die.
Nesse programa, sem periodicidade definida, Galifianakis faz tudo aquilo que esperamos de um bom host de talk-show: hostiliza seus convidados, faz perguntas pessoais sem objetivos claros, interrompe declarações emocionadas com propagandas de videogame, usa o espaço para merchandising da forma menos sutil possível e tenta fazer com que o entrevistado toque as suas virilhas pra testar se ele sente cócegas.
Esqueça o seu Jô Soares, esqueça o seu David Letterman, esqueça o seu Jay Leno. O futuro dos talk-shows está aqui. E tem um homem adulto fantasiado de Speed Stick parado do lado dele.
Puxe uma cadeira e comente, a casa é sua. Cultivamos diálogos não-violentos, significativos e bem humorados há mais de dez anos. Para saber como fazemos, leianossa política de comentários.