O mundo dos negócios pode ser comparado a um laboratório de ideias, ao qual apenas se sobrevive devido a muita vontade, persistência e uma dose cavalar de fé. Não de fé religiosa, mas do sentimento de acreditar no incerto. É preciso crer que aquilo irá funcionar. Isso, tanto em questões religiosas quanto em questões financeiras, chama-se fé.
Mas é claro, a fé por si só de que algo irá funcionar não te faz vender nem um chiclete a uma criança. É preciso uma fé associada à ambição. A grandiosidade, sempre encarada como algo inatingível, e até às vezes impossível para um mero indivíduo, torna-se possível aos olhos de quem acredita que pode chegar lá. E é nesse momento que a fé sai de cena para dar espaço ao planejamento estratégico.
Toda grande ideia anda de mãos dadas com um belo plano, pois de nada adianta o “eu quero ir” sem ter o “para onde”. E ai de quem investe meio milhão em uma vontade. Investe-se sim em um plano. Parrudo. Sólido. Sem brechas. E óbvio, com retorno garantido.
Fórmula de sucesso
Recentemente, Thomas L. Friedman, colunista do The New York Times e autor do best-seller The World is Flat, criticou em sua coluna a situação atual do rumo que os EUA vêm tomando em suas políticas de gestão. Sua principal crítica gira em torno de gastos e suspensões de investimentos creditados nos lugares e no timing errados. Como ele mesmo compara, a “fórmula” de sucesso que moveu os EUA até o estado de superpotência em que se encontra está se esvaindo do DNA dos gestores do Estado. Essa fórmula é baseada em cinco pilares distintos que se traduzem em:
- Educar a força de trabalho a atender até e além do que a tecnologia exigir;
- Construir a melhor infraestrutura existente de portos, estradas e telecomunicações;
- Atrair os melhores cérebros do mundo para dentro dos projetos internos;
- Criar as melhores medidas de incentivo à aceitação de riscos, punindo o desleixo proveniente desses;
- Assinar um endosso constante em pesquisas que ajudem a extrapolar os limites da ciência, desenvolvendo novos inventores, contribuindo assim com a adoção das melhores ideias por investidores capitalistas.
Se feitas algumas adaptações, esses são os mandamentos para a sobrevivência de qualquer negócio que deseja se tornar uma superpotência algum dia. Talvez a grande dificuldade esteja em conseguir cumprir à risca todos esses mandamentos, uma vez que eles não estão inseridos no contexto e nos problemas diversos que cada tipo de negócio precisa enfrentar diariamente. Fica aí o exercício. O estímulo ao risco consciente, o estudo constante e a aproximação de gênios funcionam não só para os negócios, mas também para a vida pessoal. Afinal, o que é uma empresa se não uma extensão de nós mesmos?
Observação: releia o texto, troque a palavra “negócio” por “indivíduo” e reflita.
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