Viajando mais de 1000 km para ir num show de Rock

Viajar para ver uma banda tocando ao vivo não é novidade para ninguém. Qualquer cidadão adulto de cidade metropolitana já encarou o trajeto até a capital para ver sei lá quem fazendo sei lá o quê.

No caso de Novo Hamburgo, onde moro, essa distância fica em 40 quilômetros, mas há casos em que as viagens para ver os shows passam muito disso. Muito mesmo.

Há casos extremos, claro, em que ultra-tietes de bandas seguem a turnê inteira de seus ídolos mundo à fora. Não é este o caso por aqui. Não estou falando de tietes ou fãs máximos, mas de pessoas que simplesmente gostam de um artista que não virá jamais visitar sua cidade para se apresentar. E de pessoas adultas que trabalham para se dar a esse luxo, claro.

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- Tá vendo ele??, - Não, mas to sentindo um suvaco suado na minha testa!

Hoje, com as passagens promocionais de final de semana é possível cobrir grandes distâncias em pouco tempo gastando-se menos do que se fosse de ônibus. Às vezes vale a pena.

Uma bela turnê de rock

A primeira viagem que fiz exclusivamente com a idéia de assistir a um show foi para assistir ao Monsters of Rock de 1998, em São Paulo. Eu e um amigo fomos de avião na manhã de sábado, passamos o dia em pé no Estádio do Ibirapuera e voltamos no outro dia de manhã às 9h.

Fomos para o aeroporto logo depois do evento, por volta das 5h e tentamos dormir um pouco pelo chão, mas logo apareceu um grupo vestido como índio boliviano que estragou nossos planos. Na dúvida, tome cuidado com as pessoas vestidas de índio em aeroportos.

Há alguns anos veio para duas apresentações em São Paulo o Brujeria, uma das bandas mais esquisitas da história, já que se trata de um bando de norte-americanos fantasiados de mexicanos cantando grindcore em espanhol. Eu e mais três nos divertimos batendo em todo mundo durante os momentos mais agitados do show.

"É divertido, esses paulistas viadinhos nunca revidam", disse o Gordo, um sujeito com formas semelhantes ao Obelix. Mesmo assim, um de nós saiu do Hangar com a camisa manchada de sangue.

"O que houve contigo? Tu tá bem?", "Sim, claro, não sei de quem é este sangue".

Europa, Argentina e Rio de Janeiro

Tem gente que leva esse hábito de ir a shows em lugares distantes tão à sério que chega a economizar durante meses e meses para poder comprar o caríssimo pacote de viagem para o Wacken, o maior festival de som pesado do mundo, na Alemanha. O pacote cobre passagem, translado, ingresso e barraca para três dias de sonzeira e bebedeira.

Recentemente um grupo de amigos foi para a Argentina ver o show do Ozzy Osbourne e teve uma surpresa e tanto no aeroporto, viram o Homem saindo do aeroporto. Fora o show, cheio de playback, segundo eles, eles se embebedaram com garrafas de um litro de Stella Artois a R$ 1,50 em Buenos Aires, foram convidados a se retirar do Hard Rock Café e conheceram um lugar diferente.

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Fãs compartilhando momento de descontração

Em 2000 saiu um ônibus de Novo Hamburgo para o Rock in Rio. O objetivo da gurizada era ver o Iron Maiden ao vivo, mas um deles se perdeu na saída e o ônibus partiu sem ele.

Teve que ligar para o pai e implorar para ele comprar uma passagem, porque nem carteira o boca-aberta tinha. Aliás, nem celular e nem camiseta. Sei que na volta o resto do pessoal se esbaldou comendo as bolachas que o perdido deixou na mochila para detonar na volta.

O lado ruim

Mas não é apenas de histórias boas que vive a ponte sonora RS-SP.

Teve um caso de um amigo que foi ver o show da Björk anos atrás num festival e quando ia começar o evento teve uma má notícia: caiu o palco e a festa foi cancelada. Com isso, todo mundo teve o dinheiro do ingresso reembolsado, mas teve de pagar avião e hotel.

Acontece. E você, já viajou mais de 500 quilômetros para ir num show? Faria isso de novo?


publicado em 16 de Maio de 2008, 16:47
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Daniel Bender

Jornalista, Diretor de E-commerce e Caçador de Descontos no 1001 Cupom de Descontos. Sempre disponível para conversar no boteco.


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