Saia da frente do computador! Uma dose de verde por dia faz bem pra saúde

Entenda porque mesmo pequenos contatos com a natureza melhora a qualidade de vida.

Morar em grandes centros urbanos tem suas vantagens e desvantagens. Se a urbanização traz facilidades de acesso, deslocamento e mercado de trabalho, a poluição e o clima tem impactos negativos nos sistemas respiratórios, o trânsito e as correrias aumentam o estresse, entre outros muitos fatores. 

Uma pesquisa feita pela Universidade da Virgínia e a Universidade de Stocolmo, reitera que a prevalência e o crescimento das doenças mentais é maior nos centros urbanos. Esse fenômeno recebeu o nome de “penalidade psicológica urbana” e é o novo mal que entra para lista de “coisas ruins dos dias de hoje”.

A boa notícia é que pequenas doses de verde, como passear em parques, ruas arborizadas ou jardins combatem esse e vários outros males da vida urbana.

Passar meia hora por semana ao ar livre em áreas verdes resultou numa diminuição de 7% dos casos de depressão e 9% nos casos de pressão alta, segundo o estudo realizado na Universidade de Brisbane, na Austrália. Já outra pesquisa, feita pela escola de medicina da Universidade de Exeter, na Inglaterra, defende que é preciso um mínimo de duas horas por semana em contato com a natureza para que a pessoa sinta os impactos positivos na saúde física e mental. No entanto essas duas horas podem ser divididas em pequenos momentos de 15, 20 minutos ao longo da semana. 

Espaços arborizados dentro da selva de pedra, além de deixar a cidade mais bonita, ajudam a amenizar as condições climáticas, fazer sombra, segurar a umidade, amortecer a poluição sonora e visual, regular o escoamento das chuvas e melhorar a qualidade do ar. Tudo isso contribui para a qualidade de vida e bem estar das pessoas que moram na cidade. 

Shinrin-Yoku: o banho de floresta

Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, aqui mesmo no Brasil

No Japão, por volta de 2008, surgiu o conceito “Shinrin-Yoku” que significa banho de floresta. O banho de floresta é uma prática de medicina holística oriental que consiste em entrar em um espaço cercado por natureza e passar um tempo ali se conectando com esse ambiente: observando as cores, respirando profundamente, sentindo as texturas e temperaturas das árvores, das folhas e ouvindo os pássaros. Podemos dizer que é quase uma meditação em conjunto com a natureza.

Pesquisadores da Universidade de Chiba, descobriram os fundamentos científicos que explicam que o contato com a natureza faz bem para os indivíduos as atividades cognitivas e estimula as sensações de prazer no cérebro. 

Nosso cérebro, quando identifica a necessidade de se manter atento a algo, começa a liberar um hormônio chamado cortisol, ele é responsável pelo foco e produtividade. O cortisol é importante para a nossa vida porque ele garante que a gente consiga trabalhar, criar e estar atento a situações de perigo. No entanto, ele precisa subir quando necessário e baixar nos demais momentos. Quando o cortisol continua sendo liberado e atinge níveis ainda mais altos, a produtividade para de aumentar e aí começa o estresse. O cortisol em excesso também prejudica a memória, o sistema imunológico e, quando ele se mantém em altos níveis no corpo de maneira recorrente, pode desencadear casos de ansiedade crônica e depressão.

A vida urbana, luzes, celulares, notificações, transporte, insegurança pública, gera a necessidade de manter-se atento todo o tempo, o que aumenta a liberação de cortisol. Já ambientes verdes, arejados e tranquilos, geram o efeito contrário, o que ajuda a reduzir o nível do cortisol.

Além disso, a melhor qualidade de ar também contribui para diminuição do risco de doenças respiratórios e, segundo Yoshifumi Miyazaki, as árvores também liberam fitonídios, que são compostos voláteis antimicrobianos benéficos para o sistema imunológico.

Então para cuidar da sua saúde física e mental, tire um tempinho para olhar o verde, para sentir o cheiro de uma planta, escolha o caminho do trabalho que passe por mais árvores, sente na pracinha por cinco minutos quando der ou vá para o parque no final de semana.

Vivemos num tempo em que os transtornos de ansiedade e depressão caminham para se tornar o mal do século e é preciso entender que cuidar de si não é frescura. 

Se você já costuma ter esses momentos de contato com a natureza conte para a gente. Se você passar a olhar para pracinha com mais carinho depois de ler esse texto, conte para gente como tem sido a experiência de tomar pequenas doses de verde no dia a dia urbano!

Aqui embaixo, uma seleção de fotos de natureza pra você se inspirar e sair agora mesmo da frente do computador.

Chapada dos Guimarães
Poço Encantado, Chapada Diamantina
Pantanal Matogrossense
Floresta Amazônica brasileira
Praia da Feiticeira, RJ

 


publicado em 03 de Julho de 2019, 15:38
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Gabriella Feola

Editora do Papo de Homem e autora do livro "Amulherar-se" . Atualmente também sou mestranda da ECA USP, pesquisando a comunicação da sexualidade nas redes e curso segunda graduação, em psicologia.


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