Tive uma noite memorável no último domingo. Meu melhor e mais antigo amigo estava passando alguns dias no Brasil entre uma viagem e outra, então enchemos dois copos de Jack Daniels. Contamos e ouvimos histórias, filosofamos sobre a vida, citamos Milan Kundera e Mega Man e Craig Thompson e Braid. Amor dos bróders em pleno efeito.
Preenchendo a sala nesse precioso e raro momento, o igualmente precioso e raro som de Father John Misty.
Mais ainda que o Jack, bebido com a moderação exigida de um fim de domingo, foi o Father que alimentou e deu o tom introspectivo necessário para que falássemos de psicologia, mulheres, viagens, trabalho e de pequenos momentos que, em retrospecto e sob o olhar correto, ganham todo um novo significado. O passageiro se tornando um pouco mais eterno.
Em um adjetivo, eu chamaria esse álbum de melancólico. Não triste, porém. O que ouço aqui é uma melancolia quase feliz. Quase otimista. Estou falando de uma melancolia que tem consciência de toda a merda do mundo, que sabe que a vida é foda mesmo, que as pessoas fazem cagadas e que a sorte não sorri para todos, que Jesus não está aqui pra te salvar, mas que tudo bem, meu amigo, seguiremos mesmo assim e as coisas talvez até melhorem uma hora dessas.
A primeira palavra da primeira música, "Funtimes in Babylon", é um resumo perfeito do que vem pela frente: instrumental suave e sublime, baixinho, com vocais perfeitamente harmonizados, daqueles que fazem vibrar de dentro para fora. Até chegar à última, "Everyman Needs a Companion" (preste atenção à letra e tente não se doer de identificação com o refrão), você terá sido presenteado com a trilha sonora perfeita para momentos de instrospecção.
Clipe
A primeira música a ganhar clipe é também a minha favorita do álbum: "This is Sally Hatchet". E o clipe é incrível também.
Ouça tudo
Se você ainda baixa mp3, está aqui o link. Para quem usa o Rdio, siga por aqui.
Para conhecer, ouça abaixo:
publicado em 30 de Agosto de 2012, 06:42