A organização do Tour de France publicou quarta passada um trailer celebrando a centésima edição da mais famosa e tradicional competição de ciclismo do mundo. Fiquei sabendo pela Go Outside.

Link YouTube | Vale assistir em alta resolução

De arrepiar, não?

No entanto, me incomoda pra caramba ver como varreram Lance Armstrong – o maior vencedor da história do Tour de France, criador da Livestrong Foundation e excomungado do mundo do ciclismo após descobrirem seu uso continuado de doping por anos – para debaixo do tapete, sem qualquer cerimônia.

Lance era a lenda viva do ciclismo, até o ano passado. Hoje, é uma incômoda pedra no sapato.

Não me parece nada saudável ou coerente apoiar o uso de doping. Por outro lado, como o Alberto Brandão já nos contou por aqui em seu texto “Doping: a suja verdade do esporte profissional“, a própria indústria esportiva estimula o uso endêmico de substâncias ilegais. Vemos isso no UFC, na NFL, nas Olímpiadas, em todos os cantos. O público pode torcer o nariz para os infratores, mas segue sedento para que o show continue com cada vez mais recordes e fenômenos, como se esses brotassem do éter.

Tal discussão se transformou em belo debate no artigo do Daniel Bender: “Lance Armstrong responde: os fins justificam os meios?“.

Acredito que vale retomarmos a pergunta: será possível existir esporte e atletas de elite sem a presença do doping? Como?

Guilherme Nascimento Valadares

Co-fundador e diretor de pesquisa no Instituto PDH.

Leia também  Guia para beber bons vinhos: 7 tipos de uva em 2 faixas de preço