Suplício da Wikipedia não cola pra mim.

Mandei a seguinte mensagem pro email coletivo da nossa equipe agora pouco:

http://pt.wikipedia.org/
esse apelo do fundador no topo - com uma foto tocante, de barba bem feitinha, cabeça em ângulo de cordialidade e olhos brilhantes - parece coisa de funeral/hospital, a la choradeira, choradeira, nos ajudem, estamos morrendo... considerei péssima estratégia.
a Wikipedia é do caralho, poderia fazer projetos foda pra levantar grana.
ex.: http://www.worldwildlife.org/ogc/species_SKU.cfm?cqs=CTBB
o que acham?

O debate começou a rolar e o Gitti me sugere, "Porque não publica isso como Shot e abre a conversa para os leitores?"

Melhor ainda.

O grande tema aqui é a sobrevivência de projetos/negócios com chassi no mundo digital. Com jornais morrendo - o Jornal do Brasil deixou de circular, após 119 anos de existência -, Rupert Murdoch planejando a primeira publicação exclusiva para o iPad e jovens programadores de 26 anos se tornando bilionários, o apocalipse para a indústria midiática parece ser iminente segundo os especuladores alarmistas.

A Wikipedia divulgou o resultado parcial da campanha recentemente. Dentre os 4 modelos de banners propostos, o com apelo do fundador foi o mais rentável.

Seja como for, me incomoda profundamente ver grandes feitos da era digital numa atitude que mais me parece mendicância do que qualquer outra coisa. Os caras possuem uma comunidade com milhares de pessoas em todo mundo. Poderiam pensar em projetos de co-criação envolvendo linguística, arte, moda, fotografia, cinema... premiar os criadores, vender para a própria comunidade o resultado desse esforço conjunto. Tantas possibilidades e escolheram logo a mais fúnebre delas.

Se você estivesse no lugar de Jimmy Wales, como faria para levantar recursos?


publicado em 29 de Novembro de 2010, 15:08
File

Guilherme Nascimento Valadares

Editor-chefe do PapodeHomem, co-fundador d'o lugar. Membro do Comitê #ElesporElas, da ONU Mulheres. Professor do programa CEB (Cultivating Emotional Balance). Oferece cursos de equilíbrio emocional.


Puxe uma cadeira e comente, a casa é sua. Cultivamos diálogos não-violentos, significativos e bem humorados há mais de dez anos. Para saber como fazemos, leianossa política de comentários.

Sugestões de leitura