Caso não saiba quem diabos é Wolfmother, não se preocupe. Posso dizer, porém, que se fosse há alguns anos você provavelmente não estaria fazendo essa cara de quem não faz ideia do que está acontecendo.
Wolfmother foi uma daquelas bandas que acabam fazendo um puta sucesso, aparecem em todos os lugares possíveis e imagináveis para, em seguida, desaparecer.
O primeiro álbum, autointitulado, causou um reboliço naqueles ingênuos meados dos anos 2000. Lá por 2006, os rapazes garbosos da banda vieram cheios de energia e muita gente provou aquele prazer nostálgico com seus riffs cheios de bolor. Fizeram parte de todo tipo de festivais, filmes, séries e grandes shows pelo mundo. Rapidamente, me ocorrem os usos de suas músicas em um Shrek, um Homem Aranha e em uma cena pra lá de lisérgica do Dr. House.
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Como costuma acontecer, em uma espécie de profecia, o movimento seguinte não foi tão bem recebido. A banda entrou em um processo de separação repentino que abalou as expectativas a respeito de seu trabalho seguinte. Portanto, apesar de ser um álbum muito bom aos meus ouvidos (fã, sabe como é…), Cosmic Egg não foi recebido com o mesmo entusiasmo.
Os anos seguintes conseguiram ser ainda piores. Começou aquela dança das cadeiras que desanima qualquer um, as composições que, volta e meia iam pingando, não agradavam. A banda foi desaparecendo devagar, shows se tornando cada vez mais raros, as portas se fechando, o clima de desconfiança ficando cada vez mais forte até que o site saiu do ar e o projeto foi considerado encerrado.
Nesse entremeio, Andrew Stockdale lançou um álbum solo meio murcho, meio sem direção, com tudo o que foi gravado nessa época meio triste que citei.
Dado esse histórico, descobri quase como por desígnio divino, que exatamente hoje eles lançaram um novo álbum. Esse aqui, chamado New Crown. Ninguém sabia que isso ia acontecer, não houve antecipação alguma, nada de presunção, nada de “tentativa de voltar com tudo”.
Agora eles estão ali, na luta, como todos. A antiga url direciona para a sua página no Facebook, o álbum está sendo vendido no bandcamp, a arte é simples, a proposta é direta. E não é que, nesse clima de “ah, agora é isso que temos”, eles voltaram a mandar bem?
Escrevo esse texto ouvindo a bela compilação de canções e digo, se você tiver 7 dólares, vale cada centavo. Eu já comprei e, assim que tiver, vou encomendar uma cópia física. Fã, sabe como é…
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