O conceito de arte é complexa, subjetivo e extremamente abrangente. Porém, creio que não estaria sendo injusto com nenhuma de suas definições ao resumí-lo como emoções, sentimentos e habilidades expressas a partir de determinada técnica. Sob essa perspectiva, queria defender que algumas vezes automobilismo é arte e seus protagonistas, indiscutivelmente artistas.
Um artista das rodas era o finlandês Ari Vatanen, campeão do World Rally Championship em 1981 e 4 vezes vencendor do Rally Paris Dakar. Ari iniciou a carreira vencendo a maioria das competições de Rally européias e quando não encontrou mais desafios, decidiu aventurar-se na mais perigosa prova de automobilismo de todos os tempos, o Grupo B. Como já contamos por aqui, o Grupo B acabou extinto e Ari continuava compelido a deixar um legado extraordinário para o automobilismo mundial, tal como Ayron Senna faria alguns anos depois.
Ari Vatanen bateu o recorde de menos tempo decorrido durante a famosa prova de Subida da Montanha em Pikes Peak. Eu poderia utilizar de palavras para tentar justificar tal feito como uma obra de arte mas não conseguiria.
Por outro lado, acredito que alguns de vocês irão compartilhar minha opinão após assistir o curta francês Climb Dance. Ajustem o banco, apertem os cintos e peguem uma carona no Peugeot 405 T16 de Ari Vatanen.
Climb Dance.
Extras...
E aqui a Subida de Piles Peak como está hoje, mais segura e competitiva. Mas ainda insana o suficiente para fazer a maioria de vocês gelar. Dica do blog Dekarona.
Hoje, inusitadamente, Ari Vatanen se tornou Deputado no Parlamento Europeu. Abaixo um vídeo publicado pela revista britânica Car em 2008, parte de uma série de entrevista com grandes pilotos, onde cada um fala sobre seu rally preferido. A escolha de Vatanen é o Rally de Monte-Carlo. E mesmo que não entenda nada de inglês, vale assistir só pelo talento da fera.
publicado em 23 de Abril de 2009, 17:08
