Nada interessa mais ao UFC do que narrativas poderosas. Ontem mais uma dessas se desenrolou.
Assistimos a rainha do octógono levar uma surra e ser destronada pela desafiante Holly Holm:
Não foi um chute sortudo, foi domínio de ponta a ponta, premiado com bônus de Performance da Noite. Ronda nem mesmo participou da coletiva de imprensa, foi levada direto ao hospital para exames.
Mas quem é mesmo Holly Holm?
Conhecida por ser filha de um pastor, a lutadora de 34 anos foi campeã amadora de kickboxing e campeã de boxe em três categorias. Tem um cartel total de 33 vitórias, 2 derrotas e 3 empates. No MMA seu cartel agora é de dez lutas invictas.
Treinada por Greg Jackson – técnico pelo qual já rasguei elogios aqui –, ela é tudo, menos uma novata.
Enquanto Ronda foi o tema de 99.9% da notícias na construção do combate, Holm era apontada por alguns poucos fãs mais atentos como a possível lutadora capaz de furar o jogo de Ronda. Sem nunca ter sido derrubada, dona de poderosos chutes e de uma excelente defesa, Holm é paciente e disciplinada, e não duvido ainda de que tenha refinado sua estratégia ao máximo sendo tutelada por Greg Jackson.
Ronda lutou como se fosse apenas mais um dia para subir no ringue e fechar com uma chave de braço no primeiro round. Avançando furiosa e com a defesa aberta, foi a prova viva de que “todo mundo tem um plano até levar um soco na cara”, famosa frase de Mike Tyson.
A Ronda, desejo o melhor, que se prepare e logo volte aos ringues. A popularização do MMA feminino deve muitíssimo a ela e seu carisma, que fez a quantidade de lutas crescer bastante nos últimos anos – além de engordar sua conta bancária em quase U$5 milhões:
A Holm deixo meus parabéns pelo trabalho e desejo estabilidade para aproveitar o bom momento na carreira.
É isso, senhoras e senhores. Quem aí – além de Lenny Fresquez, o próprio agente de Holm, que literalmente apostou dinheiro nela e levou mais de seis dígitos pra casa – esperava por esse resultado?
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Nota editorial: aos fãs das artes marciais, recomendo os vídeos que fizemos para a série “O que aprendi…”, em conjunto com o lugar:
“O que aprendi com as artes marciais”, com Cemil Uylukçu
“O que aprendi com as Artes Marciais”, com Yasin Mengüllüoglu
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