Como jogar poker ou xadrez ajuda o sujeito a ficar mais inteligente e rico?
Usando uma mentalidade vitoriosa, jogos podem revelar uma filosofia de sucesso que é aplicável na vida e nos negócios.
“Não existe nada de meigo no xadrez”
Dentre diversos autores na área de desenvolvimento mental, gosto muito da abordagem de Tony Buzan, bastante conhecido pelo seu sistema de mapas mentais e formas criativas de aprendizagem. Ele tem uma larga experiência na pesquisa de aperfeiçoamento das capacidades do cérebro.
Buzan esclarece um mito a respeito do xadrez. O xadrez não é uma “atividade de hemisfério esquerdo” do cérebro – essa ideia circula por aí por muitos imaginarem que o xadrez envolve somente lógica e pensamento de cálculo de probabilidades. Trata-se de um esporte mental que envolve o cérebro todo, incluindo o hemisfério direito.
O nosso campeão enxadrista Rubens Filguth vai além. Na respeitada coletânea A Importância do Xadrez, revela como o jogo é importante em diferentes níveis de desenvolvimento intelectual e capacidade crítica.
Além de exercitar a mente, o sucesso da prática do xadrez pode ser convertido nas mais diferentes áreas de negócios, inclusive no esmagamento violento de oponentes.
É isso mesmo. Algumas empresas mais agressivas poderiam gostar de contratar o campeão Garry Kasparov para ser um diretor. Veja o que ele diz em uma entrevista na renomada publicação de negócios :
“…quando empresários usam o xadrez como metáfora, eles por vezes acabam sentimentalizando sem querer o que está relacionado com a vitória, por ver o xadrez como um afazer intelectual. Não é esse o caso de forma alguma. Não existe nada de meigo no xadrez; é um esporte violento, e quando você enfrenta seu oponente você está determinando a esmagar seu ego. Todos os mestres mundiais do xadrez com os quais competi ao longo dos anos compartilham de minha visão de que o xadrez é um campo de batalha onde o inimigo deve ser exterminado.” [tradução livre]
Talvez quem não compartilhe do mesmo entusiasmo de Kasparov possa achar a citação um pouco exagerada. Mas uma coisa é fato: na vida e nos negócios existem infinitas possibilidades. E um dos problemas de hoje é justamente essa sobrecarga de informação que nos paralisa ou faz colocar a culpa em uma informação incompleta.
Kasparov costuma dizer que antes de se apressar em considerar a próxima ação, é fundamental ter um claro entendimento da situação presente. Ao querer racionalizar e criar um rol de possibilidades, nossa mente fica focalizada em eliminações e se fecha à criatividade e percepção. Assim, nesses cálculos de probabilidade estamos arriscados a nos perder nos detalhes e ignorar o óbvio.
Planos infalíveis que se esquecem do óbvio: coisa de quem não está atento ao momento presente
Apesar das interessantes analogias entre o xadrez e o mundo empresarial, no tabuleiro existem apenas dois oponentes com recursos iniciais idênticos: suas peças igualmente posicionadas e com mesmas funções. O destino final desse campo de batalha depende unicamente das habilidades de cada jogador.
O professor enxadrista Bruce Pandolfini diz que o xadrez é um jogo pessoal no qual é importante interpretar a linguagem de sinais do oponente. Mas, numa partida comum de xadrez, a emoção e o blefe geralmente têm pouca relevância sobre o oponente.
É por isso que no mundo dos negócios é o poker que traz uma riqueza maior de semelhanças.
O jogo interno do poker
Os recursos iniciais dos diferentes jogadores são diferentes – cada um recebe um conjunto aleatório de cartas. Os estilos emocionais de cada jogador fazem grande diferença, mesmo numa brincadeira entre iniciantes. E aqueles que têm mais dinheiro podem pagar para ver, esperar mais até ter uma boa mão… e quem tem pouco dinheiro tem de arriscar mais. A habilidade individual determina como usar os recursos e emoções no jogo com aquilo que lhe foi dado.
Mesmo quando se tem uma mão boa, é importante analisar como os demais estão apostando. É igual no mundo das negociações quando temos que analisar o que está sendo oferecido e o que se pode oferecer ou aceitar. Idem para gerenciar pessoas ou investimentos.
Eis algumas mentalidades de jogo interno do poker que podem ser aplicadas no mundo dos negócios:
Pense simultaneamente em diferentes níveis. Em negociação e poker, raramente é preto-no-branco. A resposta é “depende”. Os jogadores de poker avançados e os empresários de sucesso pensam em muitos níveis e a partir de perspectivas diferentes.
Conheça as características e estilo de seu oponente. Nunca presuma que eles pensam como você. O livro Psicologia do Poker mostra como o poker é uma rica interação humana feita por intermédio do baralho. Por exemplo: será que seu oponente está jogando motivado pelo dinheiro apostado? Ou para socializar e escapar da realidade de seu trabalho ou casamento frustrado? Ou será que existe alguma insegurança por trás daquele jogador, que encontra na vitória uma forma de se autoafirmar? Existe um quadrante que combina estilos agressivos, passivos, seletivos ou impetuosos e isso faz toda a diferença.
Mantenha a calma. Não se coloque numa situação em que você tem que ganhar a todo custo. A urgência da situação o coloca em desvantagem.
Siga sua intuição. Sabe quando você bate o olho num sujeito e pensa “Esse cara é gay”? É um radar intuitivo tão comum que até tem um apelido carinhoso: o gaydar. Existem interessantes exemplos comprovados de como o pensamento racional fica para trás comparado com a intuição. É assim que Malcolm Gladwell escreveu o bestseller Blink: The Power of Thinking Without Thinking, que conta tudo o que acontece naqueles dois segundos da nossa primeira impressão – e como manipular essa intuição. O livro é leitura obrigatória para as comunidades de poker.
Aumente a aposta ou caia fora. É o princípio 80/20, conhecido também como Princípio de Pareto. Quando jogar, jogue pra valer. Focalize nos investimentos corretos ao invés de ficar disperso. Jack Welch, lendário presidente da General Electric e um marco de referência em estratégia de negócios, dizia: “Se você não tem uma vantagem competitiva, não compita”.
Preocupe-se com seu concorrente. Jogadores ruins apostam apenas com base no que têm na mão. Bons jogadores jogam considerando as cartas de seus oponentes. Porém, existe o lado oposto dessa dica, que é o pensamento que sugiro para encerrar esse texto.
Vencer quem mesmo?
O poker é um jogo competitivo, um toma-lá-dá-cá. Nos negócios não é sempre assim: vencem aqueles que sabem usar a mentalidade de abundância para cooperar. Pensar nos outros como oponentes o tempo todo pode fechar a mentalidade para prêmios maiores.
Nos negócios e na vida, preocupe-se primeiro com sua mente e seus próprios obstáculos. Esqueça um pouco a analogia com os diferentes jogos, pois nem sempre é necessário, importante ou positivo esmagar seus concorrentes.
O mesmo Jack Welch, no livro Paixão por Vencer, dizia que existem duas formas de vencer: vencer ao derrotar seu oponente… ou vencer alcançando seus objetivos.
Depois de refletir sobre essa frase, ficou muito mais fácil focalizar a atenção no que é importante para mim.
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* Fiquei sabendo que vai ter prêmio para os leitores fãs de Poker, mas não nesse primeiro post. Aguardem.
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