Hoje, me emocionei assistindo à um dos curtas mais fodas que já vi.
Neighbours, do Norman McLaren, tem oito minutos de puros tapas na cara. O canadense produziu uma história de dois cordiais vizinhos que, diante do nascimento de uma flor, fazem da sua convivência uma batalha até a morte.
O filme foi produzido em 1952, quando McLaren voltou a morar em Quebec depois de algum tempo na República da China. Originalmente, a mensagem era anti-guerra, inspirada na Guerra da Coréia – Sul e Norte em briga, o primeiro apoiado pelos Estados Unidos e o último pela China.
Mas o que me fez refletir foi a facilidade com que duas pessoas entram em conflito e o quanto a nossa própria disposição interna pode interferir no processo. O que começa tímido, com um traçado de limites e uma cerca, acaba por destruir nossa empatia, o vigor de quem nos ama e está ao nosso redor e até mesmo a nossa vida.
Quanto da guerra não está em nós mesmos e no estado mental que cultivamos? Quais dos nossos conflitos diários são mais causados pela agressividade que alimentamos e pela nossa dificuldade de sentir compaixão do que pelos desacordos em si?
É importante que olhemos para nós mesmos, todos os dias, com o carinho de quem olha para um filho. Só assim conseguimos trabalhar nossas dificuldades e exercitar um olhar mais carinhoso com os nossos vizinhos.
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Para aprofundar a leitura em empatia, compaixão e olhar generoso, sugerimos dois preciosos artigos da casa:
Três problemas, três práticas | Como a gente se transforma? #5, sobre como efetivamente exercitar posturas mais compassivas;
6 formas de incrementar a empatia na internet, porque a rede pode nos supreender com conversas incrivelmente poderosas e pode ser ainda mais difícil cultivar empatia nela.
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