Desde os primórdios da humanidade estamos em guerra. Já passamos por duas Guerras Mundiais e algumas centenas de guerras menores e milhares de guerras civís (só pra citar os conflitos da era moderna ou contemporânea. Se descermos o último ponto da linha da humanidade, aí a coisa fica ainda mais feia).
Hoje, apesar dos avanços da tecnologia bélica, estamos vivendo a época mais pacífica da história.
Segundo o verbete da Wikipédia, guerra é:
Um confronto sujeito a interesses da disputa entre dois ou mais grupos distintos de indivíduos mais ou menos organizados.
E isso nunca mudou. Até hoje, normalmente é governo vs governo ou povo vs governo, coisas do tipo. Mas com o avanço da informática e da Internet, isso pode mudar.
O Flame e o Stuxnet são grandes exemplos de malwares desenvolvidos por governos para sabotar e roubar informações de outros governos. A diferença deles é sua complexidade: um malware desse tipo demora meses para ser desenvolvido e depende de um bando de programadores competentes para isso.
Recentemente a Kaspersky divulgou a descoberta de um novo malware similar ao Flame e Stuxnet. Ele se chama Red October e usa falhas no Word e Excel (partes da suíte de escritório da Microsoft) para entrar no sistema e roubar dados do usuário (até mesmo sistemas móveis são vulneráveis). Os ataques são direcionados às regiões do Leste Europeu, mas já foram registrados ataques no Estados Unidos e até mesmo no Brasil.
A Kaspersky disse que o vírus foi provavelmente desenvolvido pelos russos, pois há referências a palavras russas no código. “Não estamos dizendo que o malware foi desenvolvido pelos Russos, mas sim por hackers que falam russo”, comentou a Kaspersky.
Mas o que isso tem a ver com guerras?
Desenvolvendo um malware com essa complexidade, é possível sabotar usinas nucleares (no caso do Stuxnet, no Irã), sistema de informação de um país ou simplesmente espalhar o caos. Qualquer da alternativas podem resultar em centenas de milhares de mortes.
Grupos como o Anonymous, que realiza ataques em protesto pela Internet normalmente usam Ataques DDoS para derrubar sites, o que, na verdade, apenas causa incomodo. Agora pensem na possibilidade de um grupo de grandes hackers ou até mesmo um indivíduo com conhecimento e tempo o suficiente desenvolver um malware para atacar um governo. Pela primeira vez, teremos um governo lutando sem armas, para acabar com uma ameaça que eles nem mesmo sabem de onde vieram.
Hoje em dia tudo depende dos hackers, são eles que programam o firewall do Pentagono, fazem sistemas que gerenciam nosso CPF, cartões de crédito, conta de luz, registro na página de delivery do Habib’s. Ou seja, quase tudo que é essencial na nossa vida está nas mãos de um certo grupo de pessoas que normalmente são comandados por pessoas que não entendem nada do assunto.
Nada impede de que o desenvolvedor do firewall da Casa Branca deixe uma porta aberta para ele acessar, sem ser percebido, ou simplesmente esquecer de colocar uma linha no código e deixar livre uma brecha no sistema.
Não estamos seguros
Não temos controle sobre essas pessoas e o governo não pode fazer nada além de (tentar) se defender de ameaças que eles nem sabem que existem.
Talvez daqui alguns anos você veja o presidente de seu país declarando guerra a um malware criado por um grupo de terroristas.
Sem metralhadoras, aviões, bombas nucleares e armas químicas. Teremos que atualizar nossos dicionários e adicionar que guerras, também pode ser travadas entre Governo vs. Indivíduo.
Um dia, quem sabe, teremos realmente um vilão que pode dominar o mundo, apenas com teclado e um mouse.
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