Não tem muito o que falar porque o bonito é ver. 

Deem uma olhada no vídeo que a revista The New Yorker fez no final do ano passado, conversando com o dono da conhecida pizzaria Di Fara, no Brooklyn, em Nova York, sobre sua vida na cozinha, sobre sua experiência com uma pizzaria conhecida.

A tranquilidade na fala, o sorriso no rosto, a sensação de fazer parte, de estar conectado com o que acontece o dia todo em seu estabelecimento. A simplicidade de dar gosto.

Bonito demais.

Abaixo, a tradução livre que fiz das palavras dele.

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Tem um monte de gente que vem da Europa, sabe, que, quando vem à cidade, eles vêm aqui porque ouviram falar da pizzaria. É engraçado porque eles dizem que a pizza tem um sabor melhor que o das pizzas que eles fazem por lá. Bom, tudo o que eu uso aqui vem de lá. Eu não sei porque eles não fazem direito lá.

Quando eu compro tomate, farinha ou mussarela, eu procuro os produtos de primeira linha. Isso é muito importante. 

Eu gosto de fazer a massa, de senti-la, sabe? Algumas pessoas fazem uma pizza sem-vergonha, sabe. Pra atrair as pessoas, eles jogam a massa no ar. É tudo balela. Não é necessário, é só pra se mostrar. 

O forno tem uma importância tremenda, sabe. Veja, a pizza não pode ficar no forno por mais de cinco minutos. Isso faz uma diferença danada. 

Eu tenho um orgulho grande. Assim que eu abro as portas, um monte de gente vai entrando todo o dia, eu gosto quando parece que eles estão aproveitando, saboreando, eles comem a borda e todo o resto. 

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Eu acho que gosto do que faço, sabe. Porque eu não sei sentar por aí e não fazer nada. 

E você tem que fazer com o coração. Se não tem coração, nem faça. É isso. É como eu vejo as coisas.

Essa pizzaria italiana aqui, algumas pessoas não acreditam. Eles vêm tentar me comprar, eles vêm, sabe. Eles dizem "olha, eu vou te dar mais dinheiro do que você poderia me pedir". Mas não tem preço. Não tem.

Eu faço pizzas já há tanto tempo! Eu tenho que fazer com meu coração.

Não tem preço que possa me comprar."

* * *

Tá loco. 

Jader Pires

É escritor e colunista do Papo de Homem. Escreve, a cada quinze dias, a coluna <a>Do Amor</a>. Tem dois livros publicados