Quantos daqui já sonharam em ser uma grande estrela do futebol, do basquete, do vôlei, do tênis…? A várzea certamente foi a realidade de vários quando moleque. Quem já enterrou na cesta – até sem rede (?) – do clube recreativo ou ainda achou que o seu ‘Jornada nas Estrelas’ foi muito melhor que o Negrão em 92?

Agora convoco os que foram além, a nos contar nos comentários desse post (!) sobre suas aventuras em esportes não tão tradicionais. Alguém já sonhou em ser escolhido por Clint Eastwood, em Curvas da Vida, para jogar no Atlanta Braves no draft da MLB?   

Se não é seu caso, caro leitor, tranquilidade. Para você, que tem curiosidade ou vontade de iniciar uma prática esportiva “pouco abrasileirada”, o PapodeHomem preparou uma lista com 8 modalidades que podemos chamar de “esportes de luxo”.

É certo que, muito provavelmente, você precisará muito mais do que aquela chuteira surrada mas, quem sabe, com a dose certa de recursos e dedicação, poderá viver uma experiência ímpar e se tornar um aprendiz de Tiger Woods.

1. Tênis: gritos e sussurros 

Muito antes do Brasil ter seu próprio ídolo do tênis (mas muito mesmo), lá pelo século XIII, os franceses tinham costume de jogar “Jeu de Pame”, em tradução simples para o português, jogo de mão. No século seguinte, alguns praticantes mais criativos resolveram “preservar” as mãos e passaram a usar uma espécie de raquete e batizaram o jogo de Longue Paume. A disputa era feita em uma quadra retangular, dividida por uma rede. Nascia o Tenez (para nós, tênis)verbo no imperativo que significa ‘pegar’. Há teorias que contradizem que o tênis nasceu na França e reivindicam o berço inglês do esporte.

Entre os “gemidos” característicos de cada ataque, os jogadores batem e rebatem a bolinha em uma quadra de 23,77m de comprimento e 8,23m de largura, para disputas de um atleta contra o outro, e 10,97m para partidas de duplas. A quadra pode ser de grama, saibro ou piso duro; cada material interfere no quicar da bolinha e determina o ritmo das jogadas e do jogo como um todo.

A pontuação é subdividida em games e sets: um game é constituído por um conjunto de pontos, sendo a contagem desses feita por 15, 30, 40 e game. Um set é um grupo de 1, 2, 3, 4, 5 games e, por fim, um set.

Apesar de muito praticado por aqui há bastante tempo, o tênis brasileiro só ganhou seu primeiro quando Gustavo Kuerten, o Guga para a torcida, foi campeão do torneio mais importante do mundo, Roland Garros em 1997. Foi ao ponto mais alto do pódio mais duas vezes nesse torneio. Foi ainda o primeiro tenista latino americano a fechar o ano no topo do ranking mundial da ATP, em 2000. Venceu ainda Masters Cup de Lisboa e vários outros.

Que tal se juntar ao Guga, Nadal, Djokovic, Federer e, de quebra, trabalhar músculos das pernas, braços, costas e abdómen, além de estimular seu senso de direção, coordenação motora e equilíbrio? Há muitas quadras e escolas espalhadas pelo Brasil. 

2. Golfe: passatempo do Obama

Cenário de grandes ensaios fotográficos, o golfe consiste em jogar uma bola, utilizando um taco específico, desde a posição o tee (suporte em formato de prego, onde a bola é posicionada para a tacada inicial)  até o buraco com uma tacada (para os mestres) ou tacadas sucessivas.

Além de manter a forma física – para jogá-lo há de ser ter disposição para percorrer até 18 buracos com distâncias entre si de 130 a 400 metros –, o golfe é um jogo de raciocínio, análise e estratégia, pois o vencedor da turma será o que conseguir completar o percurso com menos tacadas, buraco a buraco. Há registros de que o mais famoso clube de golfe da Escócia, o St. Andrews, (alguns defendem a origem inglesa do esporte), tinha 22 buracos, mas que algumas décadas, por volta de 1760, diretores decidiram diminuir o número para o padrão de 18, aumentando o desafio aos jogadores. O golfe chegou ao Brasil no final do século XIX, trazido por engenheiros ingleses e escoceses que construíam a Estrada de Ferro de Santos.

Para se transformar num jogador de golfe, você vai precisar estar munido de um conjunto de tacos, ideais para cada jogada, as bolas, o saco para carregar os equipamentos durante o jogo, o carrinho, a roupa e a luva.

É lenda o que se diz por aí que é obrigatório o uso de sapatos especiais para a prática, mas existem, sim, determinados tipos de calçados que garantem maior estabilidade e equilíbrio durante o jogo. Quanto a isso, não precisa se preocupar, pois os clubes disponibilizam todo o kit!

Está a fim de praticar ou pelo menos experimentar? Há campos espalhados pelo Brasil. Considerado um dos melhores, o Búzios Golf Club fica em Búzios (RJ) e é visado pela beleza do lugar. Também entre os preferidos dos praticantes, o Damha Golf também encanta pelo desenho muito bem feito e uma área para treino ideal. No Nordeste,  o campo do Terravista Golf Course, localizado em Trancoso, na Bahia, fica à beira-mar e parte dos buracos, sobre as falésias. É considerado pelos mais experientes bastante desafiador. Há ainda o Amazonia Golf, o maior da região norte e mais.

O site golfe.tur.br (que não é o ofical da confederação) lista mais de cem campos espalhados por todo Brasil. Curtiu? Se precisa de um incentivo maior, posso dizer que o Obama também é adepto!

Pra se inspirar ainda mais, dá uma olhada nessas tacadas sensacionais:

 

3. Lacrosse: tradição desde os índios americanos

Ainda com tímida representatividade no Brasil, o lacrosse (um “primo” do hóquei, atualmente jogado num campo de 100 x 50 metros ou indoor) era praticado pelos índios americanos por volta do século 17.

Quando os homens brancos chegaram, acharam os tacos utilizados pelos jogadores parecidos com as cruzes dos bispos das igrejas e, então, chamou-se de “La Croix” e depois virou lacrosse. Outros relatos dão conta de que o nome vem de textos de um missionário jesuíta francês que, em 1937, chamou o taco de La Crosse ou, em tradução livre, o pau.

Na ponta do “taco” tem uma rede que ajuda o jogador a receber uma bola de borracha, no mais in natura jogo de passes e recepções para que, também como no futebol, o time consiga fazer gols. Os times masculinos tem 10 jogadores (3-3-3 mais o goleiro) que usam protetores, como no futebol americano, pois as regras dessa categoria permite o contato. Já no lacrosse feminino, os times são compostos por 12 mulheres e contato é proibido, o que confere a “leveza”de não usar tanto equipamento.

O campeonato mundial de lacrosse de 2014, organizado pela Federação Internacional de Lacrosse, reuniu 38 nações. Só para se ter uma ideia, na América, são cerca de 1,5 milhão jogadores adeptos ao Lacrosse, que disputará em 2017 os Jogos Mundiais (torneio que reúne modalidades não olímpicas, já aprovadas pelo Comitê Olímpico Internacional).

No Brasil, alguns fóruns na internet buscam formar alguns times de lacrosse para que a modalidade ganhe espaço por aqui, por enquanto tem sido jogado, na maioria das vezes, por estudantes de ensino médio curiosos por entender a modalidade que tem times sul-americanos, no Peru e na Argentina.

Já nos Estados Unidos…

 

4. Rugby: leve a bola oval até o campo adversário

A Copa do Mundo de Rugby 2015, terceiro evento esportivo do planeta, com audiência em mais de 4 bilhões de pessoas, se encaminha para a semifinal. Até o momento em que este artigo era escrito estavam na disputa África do Sul, País de Gales, Nova Zelândia, França, Irlanda, Argentina, Austrália e Escócia, mas para conferir a quantas anda a disputa, vale uma conferida no site do comitê internacional.

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Para quem ainda não conhece, o rugby figura como segundo esporte mais praticado do mundo e um dos que mais cresce no Brasil. É mais uma modalidade disputada em campo, entre dois times de quinze atletas, que carregam e arremessam um bola oval com as mãos.

O jogo para profissionais, conhecido como union rugby, é de extremo contato (até lembra um pouco o futebol americano), pois o principal objetivo é avançar por entre as linhas do campo, partindo do seu campo de defesa e apoiar a bola no chão dentro do in-goal (ou área de validação), atrás das traves. Apoiou, cinco pontos e ainda ganha o direito de um chute a gol, valendo mais dois. Chutes a gol dados a qualquer momento da partida podem valer três pontos.

Aos iniciantes, o touch rugby garante um pouco mais de tranquilidade, pois não é permitido o contato físico com o adversário. Quer um estímulo para começar a praticar? Te dou já: é tradição (não ofical) do esporte o famoso terceiro tempo, ou seja, após os jogos ou ao final dos torneios, os jogadores das equipes adversárias (?) saem para confraternizar.

O Brasil ocupa o 39ª. posição no ranking mundial e, por aqui, existem centenas de clubes para praticar. A página da Confederação Nacional tem um mapa que mostra onde ficam as centenas de clubes para praticar.

5. Pólo com cavalo: o mais estiloso entre os estilosos

Mais uma oportunidade para uma belíssima sessão de fotos na nossa lista. Com regras semelhantes às do futebol, no pólo com cavalo cada equipe com quatro jogadores, montados em seus cavalos puro sangue, devem golpear a bola com um bastão feito de bambu. Como no esporte do Messi, o objetivo do pólo é marcar gols. O agilidade e resistência do animal é determinante para o jogo.

Para preservar a integridade dos cavalos, as partidas são divididas em pequenos tempos de 7 minutos, com um intervalo de 3 minutos entre cada. A cada gol marcado, as equipes invertem os campos. Todos os jogadores devem estar com equipamento de segurança (capacete e botas, principalmente), a exemplo do que é praticado no hipismo.

O encantamento com os protagonistas do esporte, os cavalos, é tão grande entre os participantes que o site My Polo Pony reúne anúncios de vendas dos melhores animais para competir. No Brasil, são filiadas à Confederação Brasileira de Polo, as federações gaúcha, paulista, brasiliense e carioca, entidades capacitadas a indicar aos interessados os melhores lugares para a prática do pólo.

 

6. Parkour: ocupai o espaço urbano!

“O Parkour não é um esporte, ou tampouco um esporte radical. Mais do que isso, buscamos lidar com nosso próprio corpo sem a dependência de acessórios, construir um corpo forte e duradouro, sair da zona de conforto e nos tornar sempre melhores.”

Extraí essa frase do site da Tracer Parkour, pois achei uma das mais abrangentes definições sobre uma modalidade esportiva que já li na vida.

Nos anos 90, na França, David Belle se inspirou nos feitos do pai, socorrista na guerra do Vietnã e desenvolveu a prática. Essa seja uma das modalidades mais novas dessa lista e, ao mesmo tempo, um das que mais injeta adrenalina no corpo de quem pratica e também de quem assiste. Primeiro porque, nas premissas do esporte, estão a exploração do espaço urbano em que o objetivo maior é superar os obstáculos do ambiente (escalar muros, equilbrar-se em corrimãos, saltar vãos etc.) munido apenas do próprio corpo, ou seja, sem nenhum equipamento de segurança.

É um trabalho de força, explosão muscular, equilíbrio, concentração, resistência alido a concentração e confiança no próprio corpo.

A WFPF, entidade americana sem fins lucrativos, que reúne atletas do mundo todo, para compartilhar informações sobre a prática e a filosofia do Parkour. Pelo Brasil, há diversos grupos de Parkour (para ser bem sincero, uma rápida busca no Google vai trazer milhares de resultados): em São Paulo, na Praça Roosevelt; em BH, Praça da Liberdade; em Brasília, alguns grupos se reúnem no Lago Sul; em Curitiba, na Praça Oswaldo Cruz; em Floripa, no campus da UFSC; em Porto Alegre, no Parcão; no Rio, nas Passarelas de Botafogo;

Se é filosofia ou esporte, ninguém melhor que o criador do Parkour, David Belle, para nos tirar essa dúvida:  

 

7. Motocross: aventura no barro

Para quem curte uma aventura mais off road e motorizada, o motocross é uma ótima escolha. Para praticar, claro, é necessário no mínimo saber pilotar uma moto. A prática do esporte já é bastante difundida no Brasil e no mundo.

Existem diversas variações desse esporte, algo parecido com um rally: enduro, corrida em arena, saltos, manobras, apresentação artística. Além da precisão na pilotagem da máquina, o motocross exige do piloto um esforço físico muito maior do que o imaginável para absorver choques com seus braços, joelhos, tronco e pescoço.

Uma curiosidade sobre o piloto considerado um dos maiores nomes do motocross de todos os tempos, o americano Ricky Carmichael. Em entrevista à Vice Espanhola, o piloto com 15 títulos na carreira afirmou que não teria coragem de disputar um MotoGP (corrida de motos em pista de asfalto), pois ele não gosta de velocidade. Diz ter medo.  

Voltando ao Brasil, as competições nacionais acontecem de norte a sul do país. O site da Confederação Brasileira de Motociclismo tem todas as informações, inclusive sobre como iniciar suas manobras.

8. Kart: berço dos grandes ídolos do automobilismo

Ao melhor estilo “turma, vamos nos divertir?!”, o kart, modalidade ligada à Confederação Brasileira de Automobilismo, é praticada por muitos apenas como passatempo, mas outros “amantes” levam a coisa bem a sério. Rubinho (sem tiração de sarro, por favor) e Senna (saudades!), campeão brasileiro em 1982, que o digam. O carro é, digamos, uma miniatura monoposta bem mais simples que um carro de automobilismo, como os da Fórmula 1.

Além da recreação, como eu comentei, a disputa de kart é coisa séria Brasil a fora. Só a CBA, relaciona mais de 15 campeonatos oficiais, incluindo o sul-americano, para profissionais. Aos almejantes, tem pistas por aí que cobram R$ 15, em média, por cinco minutos de corrida (não parece, mas já dá pra sentir a adrenalina!).

Aos que sentem que a vocação é se tornar um profissional, montar um monoposto simples pode custar de R$ 2,7 mil até quatro ou cinco vezes que isso. E, se você tem bala na agulha e já se sente preparado para disputar um campeonato, participar de cinco corridas pode custar até R$ 150 mil.

Assim como nas outras modalidades do automobilismo, o grid de um campeonato de kart é disputado em baterias que definem o grid de largada. Na corrida pra valer, vence o mais rápido no enduro.

Encerro a lista com esse vídeo saudosista. Até a próxima, pessoal!

 

Mecenas: Lacoste

Para ficar tão estiloso quanto nesses esportes da lista, a Lacoste conta com a coleção Lacoste Sport com roupas e acessórios que vão garantir um look elegante e esportivo.

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Danilo Gonçalves

Um cara alegre e gosta de ser lembrado assim. Jornalista de formação, com um pé na publicidade, gosta de Novos Baianos, Doces Bárbaros e Beatles. Já gostou de Calypso e como todo gay que se preze, é fã da Beyonce.