Se você não consegue desgrudar do Orkut… fique pronto para a popularização do Facebook, que promete ser ainda mais viciante. Mas que pode ser bastante útil também.
Fiquei contente em escrever o texto sobre a cultura da hospitalidade e ver que muita gente, como o Thiago Xavier, se inspirou e teve experiências bacanas viajando mundo afora ou recebendo viajantes em casa ou tomando uma cervejinha local.
Mas e depois de viajar, como manter contato com os brothers e com as gatinhas que conhecemos? Como dar continuidade à amizade feita com um couchsurfer que nos hospedou ou que dormiu no sofá lá de casa? É melhor manter contato pela rede de hospedagem? Por email? MSN? Skype? Qual é o melhor sistema?
Para responder essa pergunta, vamos falar um pouco da revolução trazida pela mídia social.
As mídias sociais
Tanto o CouchSurfing como o HospitalityClub fazem parte do grupo de redes sociais (social network), e no Brasil o Orkut é de longe a social media mais popular desde 2004, cortesia da Google. Mas antes dele, outros antecessores também tiveram seus dias de glória e outros prometem chacoalhar o mercado.
Para quem acompanha o assunto, a lista de nomes que continuam lutando por um lugar ao sol inclui o Ryze, Beltrano, Multiply, LINK e Friendster. Muitos fraquejaram no meio do caminho: 1Grau, NetQI, Six Degrees e Club Nexus, para mencionar alguns. Descansem em paz.
A euforia pelas redes sociais é tão grande que todo mundo quer encontrar um jeito de fazer uma rede social em um nicho específico ou lançar um grande projeto de dominação global. Ou tirar um sarro, como fez o lendário Mr. Manson tempos atrás com o boato de conectar aqueles que já tivessem praticado sexo com alguém cadastrado. Lembram do Sexkut?
Falando em redes sociais de nichos específicos, podemos mencionar o Myspace (música), DeviantART (arte), Flickr (fotografia e vídeo), Livemocha (idiomas – dica dada pelo Bruno), TripAdvisor (viagens), fanáticos por camisetas, comunidades de Ning, CouchSurfing, HospitalityClub, ASmallWorld (jet set), Twitter (micro-blogging) e LinkedIn (trabalho) são todos exemplos de aplicações sociais com finalidades específicas, atuando em nichos de mercado. E todos devem continuar no páreo por um bom tempo: sua força está em dominar o nicho.
(parêntesis: até o Doutor Love está no Twitter. Você já o adicionou?)
Mas o Orkut não é uma rede de nicho específico. Ao contrário: é uma enorme mistrureba onde adicionamos gente do trabalho, da faculdade, igreja, clube, balada, família, namorada, ex-namorada, vizinhos e todo tipo de gente.
O Facebook é a mesma coisa, com a diferença que o planeta inteiro está se cadastrando.
Facebook: está na hora de você criar um
Sim, eu sei. É um pé no saco só de PENSAR em ter que criar mais uma conta. E você deve estar agora de braços cruzados, franzindo as sobrancelhas e criando todas as defesas racionais para não ter que entrar em mais um serviço. Afinal, você já tem Orkut. Será que precisa também de Facebook?
Sim.
Vou explicar o motivo. De todas as redes sociais já criadas pelo homem, o Facebook é disparado o grande colosso em termos globais. O crescimento dessa rede internacional é algo tão absurdo que nem me arrisco a escrever aqui. Os números são obscenos e surreais. Atualmente, é o quarto site mais visitado no mundo, perdendo apenas para o Google, Yahoo e YouTube.
Mas o PdH não é espaço de fazermos análise de mercado para injetar capital ou comprar parte do Facebook. Por isso pouparei vocês de números e gráficos de crescimento. Só digo que o fundador, Mark Zuckerberg, está tão bem na fita que no mês passado rejeitou uma proposta de 4 bilhões de dólares.
O homem disse que o negócio vale muito mais do que isso. Então tá, né…
Chega de conversa fiada sobre redes sociais. Já estou imaginando alguns leitores fazendo a seguinte pergunta:
– Tá legal, Victor. Mas o que isso tudo tem a ver com viagem, gringas gostosas e aventura? Que puta texto chato!
É o seguinte: quem já viajou pra fora do Brasil e conheceu umas meninas legais já percebeu que na hora de trocar contatos elas imediatamente pedem para serem adicionadas no Facebook.
No verão passado, quando estive em Ibiza, a cena mais surreal era entrar nos cybercafés e ver dezenas de gostosas de bikini passando horas na frente do Facebook, completamente ignorando o sol perfeito na praia. Sim, o negócio vicia mesmo.
Por isso, infelizmente só ter Orkut não adianta. Até onde eu saiba, além do Brasil, somente a Índia, Paquistão, Paraguai e a Estônia têm alguma presença significativa na rede social do Google.
Assim sendo, para a imensa maioria dos leitores brazucas, a rede principal continuará sendo o Orkut, que é onde os amigos mais próximos estão cadastrados. Como disse um teórico aí, o valor da rede é proporcional ao número de usuários conectados, elevado ao quadrado. Traduzindo: só vale a pena participar de uma rede onde haja bastante gente.
Mas em paralelo à importância do Orkut, para viajar pela Europa e EUA e manter contato com as amizades feitas nesses locais, a melhor solução existente hoje é o Facebook.
Resumindo esse longo post em um parágrafo: abram uma conta no Facebook, que é onde a população inteira do planeta está se conectando.
Ainda não entendi pra que serve esse Facebook
Como eu tenho explorado bastante as diversas redes sociais, posso arriscar a prever alguns cenários do que alguns leitores farão depois de ler esse post.
E o pior cenário de todos é criar a conta, não entender para que o Facebook serve, começar a jogar joguinhos, bisbilhotar fotos de ninfetas seminuas, receber e mandar presentinhos virtuais, cutucar todo mundo usando um superpoke, responder enquetes irrelevantes e perder tempo precioso até ficar de saco cheio e nunca mais voltar. Cuidado!
Quem não sabe usar a tecnologia corretamente perde tempo, dinheiro e até a reputação. Lembram dos famosos que apareceram pelados nos vídeos de webcam da Felina? É um belo exemplo de mau uso da Internet.
Mas o que seria um bom uso?
Vamos supor que hoje você não conhece ninguém que tenha conta no Facebook. E todos seus amigos usem o Orkut.
Partido do pressuposto que o Facebook é a rede que tem mais usuários espalhados por todo o planeta, vale a pena investir um pouco de esforço em participar dessa festa.
Logo depois de criar a sua conta, existe uma opção de fazer um convite a todos os seus contatos de email. Isso ajuda na hora de coletar o primeiro grupo de contatos, que são aqueles que você já conhece.
Num segundo momento, você pode procurar por páginas de discussão sobre tópicos específicos e iniciar debates. Num caso imaginário que você queira viajar no verão europeu para a ilha Hvar, na Croácia… a melhor idéia é buscar o grupo relacionado e começar a iniciar tópicos de discussão com locais e outros turistas que já passaram pelo local.
Quando a conversa começa a ficar boa, você pode adicionar as pessoas como amigos para a sua rede. São essas as pessoas que vão dar dicas específicas de como planejar a sua viagem e onde rola a boa curtição local.
Estranho? Não. Apenas diferente. O que a revolução das redes sociais trouxe é uma mudança no conceito de amizade. Para bem usar a rede social, é importante entender isso.
Se antigamente amigo era “coisa para se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração”, no mundo das redes sociais o amigo é um contato, um conhecido. Totais desconhecidos também valem, especialmente se houver algum interesse em comum.
Aliás, quanto mais diversos forem os círculos sociais que você puder congregar em uma conta de Facebook, maiores serão as oportunidades que poderão ser exploradas. Por isso, não seja rigoroso no critério de adicionar pessoas – mesmo aquele contato sem graça pode ter algo muito interessante para compartilhar com você. E você pode oferecer enorme valor a ele.
Para os leitores interessados nesse tema de fortalecimento de amizades, networking e círculos sociais, um livro que eu recomendo para começar é o “Nunca Almoce Sozinho! E outros segredos para construir relacionamentos que fazem a diferença”, do Keith Ferrazzi.
É isso. Para quem quiser experimentar, me adicione clicando no meu perfil e digam o que acharam.
BÔNUS: usando o Facebook para reforçar o inglês.
Sei que os leitores aqui manjam de inglês em diferentes níveis. Alguns são fluentes e outros ainda iniciantes. Por que não fazer da experiência do Facebook um reforço dos estudos dessa língua universal? Tenham em mente que, nessa rede global, a maior parte das discussões é feita in English.
Eu sugiro resistir à tentação de configurar o sistema para português, e alternar algumas mensagens de status entre o português (quando direcionadas para seus contatos brasileiros) e inglês (quando for algo que possa também interessar estrangeiros).
Mantenham um dicionário ao lado, e mandem bala sem mudar suas “settings”. Serve como uma pequena aula prática de inglês – que tal?
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