Em tempos de Super Bowl é normal ouvir uma discussão onde surge o argumento: “Futebol Americano é coisa de covarde que usa proteção, Rugby que é coisa de macho”, mas vou discordar um pouco nesse ponto. Respeito mesmo é o pessoal do “Futebol Italiano”, o Calcio Fiorentino – por quem mesmo os jogadores de Rugby teriam respeito.
Imagine um jogo com 27 gigantes em cada time, em um campo de areia que pode variar entre 80 e 100 metros. Um tempo de 50 minutos, sem intervalos e, principalmente, sem substituições. Como no futebol moderno, o único objetivo é colocar a pelota na rede do lado certo do campo.
Mas, diferente do futebol moderno, de resto vale tudo.
Socos, chutes, quedas. Qualquer coisa é permitida para roubar a bola ou evitar que o time não consiga fazer o “caccia” (gol). Não há frescuras, faltas, nada. A única coisa que não pode é chute na cabeça. A ordem é “se não queria brincar, não devia ter descido pro play“.
Link YouTube | Não só um jogo, uma tradição.
Surgindo por volta do século 16, recebe o nome de Calcio Fiorentino por ter suas origens na cidade de Florença, na Itália (calcio significa “chute”). Na época, a ideia era concentrar a violência no esporte, em uma tentativa de diminuir a criminalidade local. O jogo é tão violento que os times jogam apenas três vezes por ano, entre os quatro times locais.
Estranhamente, o time que vencer ganha uma vaca branca como prêmio. Não sei que significado tem uma vaca branca, mas certamente não é paz.
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