Universidade Alternativa (Universitatea Alternativă) é um espaço de aprendizagem fundado em 2008 por jovens ativistas educacionais do maior país do sudeste europeu. A iniciativa é uma evolução do CROS — Centro de Recursos para Organizações Estudantis — , organização criada seis anos antes e cuja pauta central era a defesa da aprendizagem centrada no estudante nas universidades da Romênia.

Num país que por muitos anos viveu sob a tirania de um ditador, o movimento que a CROS ajudou a incitar chegava a até mesmo advertir ironicamente que Ceausescu — o tirano que permaneceu 22 anos no poder — não estava morto: ele lecionava nas salas de aula de educação superior. Sediada em Bucareste, capital da Romênia, a Universidade Alternativa nasceu bebendo dos caminhos norteadores desse movimento: 

“autonomia e confiança em vez de controle, diversidade e customização ao invés de padronização e pensamento crítico em vez de doutrinação”.

O sonho dos fundadores e de muitos que se juntam à universidade não é pequeno: revolucionar a educação na Romênia. Como me disse Traian Brumă, um dos criadores do projeto e que agora quer escrever um livro sobre como jovens podem propor espaços de aprendizagem transformadores, existem dois objetivos educacionais básicos: ajudar as pessoas a serem felizes e mudar o mundo. É isso que se espera de quem decide entrar na Universidade Alternativa.

A fim de alcançar esses dois objetivos, a universidade aposta em quatro princípios que conformam sua filosofia educacional: autonomia, comunidade e colaboração, impacto na sociedade e ambiente de aprendizagem. No que se refere aos valores da comunidade, eles podem ser sumarizados em 6 itens de acordo com o site do projeto:

  • Valorize sua liberdade;
  • Aprenda o tempo todo;
  • Colabore autenticamente;
  • Desafie-se até o fim;
  • Seja gentil consigo e com o outro;
  • Divirta-se como uma criança.

Em termos de estrutura, a Universidade Alternativa configura-se a partir de um caminho dividido em quatro fases de desenvolvimento: exploração, ação, transição e maestria. É comum que os alunos concluam esse trajeto em três anos, mas raramente de forma certeira e linear. As fases são vividas de maneira customizada por cada estudante, os quais podem contar com o apoio constante de coachs, mentores de diferentes áreas e sessões de aconselhamento ofertadas por colegas mais experientes.

Uma pequena descrição de cada etapa pode ser vista abaixo:

1. Exploração

Na fase de exploração você testa e experimenta. Você tem a chance de se conhecer, mapear seus interesses e a realidade como você a percebe. Trata-se de um período de busca por coisas que te interessam e de um lugar para praticá-las. Se você tem alguma ideia a respeito do que gostaria de fazer, então simplesmente vá e experimente por si mesmo. Em geral, as pessoas não se dedicam mais do que três meses. É desejável que você conheça o maior número de pessoas possível, voluntarie em projetos distintos e escolha uma organização para entender melhor e se dedicar.

Nessa fase, recomendamos que você leia diferentes livros, blogs e artigos, além de trabalhar sua autonomia por meio de sessões de aconselhamento em aprendizagem autodirigida. Além disso, é desejável que você participe dos eventos da universidade (Acampamento, O Jogo, Convidado da Semana), vá a conferências, seja voluntário em diferentes projetos e converse com muita gente.

2. Ação

A fase da ação acontece em um ambiente que te permita errar, onde há liberdade e que seja desenhado especialmente para acelerar seu aprendizado. Pode ser uma ONG ou um projeto pessoal. Compromissos não são apenas exercícios, eles realmente dizem muito sobre você e as coisas com as quais você de fato se importa.

Durante essa fase, que pode durar de dois a quatro anos, você ganha conhecimento para consolidar ou invalidar suas escolhas e desenvolve um rico portfólio de experiências valiosas para seu processo de aprendizagem. As experiências recomendadas durante essa fase são aquelas que te ajudam a desenvolver habilidades e as que geram aprendizagem social (cursos intensivos, treinamentos, workshops, Acampamento). Você pode se vincular a uma Comunidade de Prática ou iniciar um novo grupo de aprendizagem.

3. Transição

Na fase de transição, você geralmente passa do nível do voluntariado e do trabalho em ONGs e pode escolher uma empresa, tornar-se freelancer ou começar um novo negócio. Por meio de diferentes experiências de aprendizagem, você define o que está buscando, conversa com muitas pessoas para se orientar, conhece organizações e equipes, faz entrevistas e escolhe um trabalho, estágio ou programa de trainee.

As experiências que contribuem para esse processo são: Alugue uma Equipe, se você quiser consolidar sua rede e aprimorar seu portfólio; mentoria, caso você precise de aceleração profissional e orientação; e estágios, caso você queira conhecer diferentes organizações para escolher o ambiente que mais se encaixa com o seu perfil. Se você quiser se tornar um empreendedor, você pode abrir uma empresa com o apoio da Incubadora de Negócios.

4. Maestria

Nesta fase, você é um profissional que reflete sobre sua prática, constantemente se aprimorando, aprofundando-se na sua área de interesse, tornando-se conhecido na comunidade profissional a que pertence, tendo resultados e ganhando experiência e maturidade.

Esse é um estágio em que você, em relação à Universidade Alternativa, torna-se um recurso para outras pessoas e seu desenvolvimento é sustentado por meio dessa função e também a partir do seu contato com outros profissionais que estão na mesma fase.

Além das quatro fases sintetizadas acima, a Universidade Alternativa também se estrutura por meio de diversos dispositivos de aprendizagem que são ofertados aos estudantes. No material a que tive acesso — uma espécie de Guia do Estudante de lá — , esses dispositivos são agrupados de acordo com os quatro princípios do projeto (autonomia, comunidade e colaboração, impacto na sociedade e ambiente de aprendizagem).

Uma síntese de cada uma dessas experiências é apresentado abaixo.

Autonomia

Aconselhamento em aprendizagem autodirigida

Sessões de aconselhamento (14 em média, com duração de 1 hora e meia cada) em que alunos que já estão há pelo menos um ano na universidade apoiam os estudantes mais novos no processo de assumir responsabilidade pela sua própria educação e aprender a aprender.

Os alunos que oferecem as sessões passam por um programa de formação antes.

Coaching

Processo individual e não diretivo que ajuda as pessoas a alcançarem seus objetivos pessoais e profissionais. Sempre que algum estudante manifesta interesse de ser apoiado por um coach, a equipe da universidade o ajuda a encontrar um profissional parceiro que se ajuste às suas necessidades.

As duas fases em que mais se recomenda aos alunos fazerem coaching são as etapas de ação e maestria.

Mentoria

Processo em que um profissional mais experiente guia o estudante e o ajuda a desenvolver suas habilidades. O mentor oferece novas perspectivas, fontes de conhecimento e acesso a recursos e experiências de aprendizagem relevantes ao mentorado. Os mentores na Universidade Alternativa precisam ter no mínimo cinco anos de experiência profissional e, a qualquer tempo, podem ser escolhidos pelos alunos.

Geralmente se recomenda a mentoria durante a fase de transição.

Apoio na construção de uma marca pessoal e de uma rede de contatos

A criação de uma marca pessoal e o cultivo de uma forte presença online e offline são aspectos muito valorizados na universidade.

Há um workshop oferecido periodicamente sobre esse tema e os alunos são encorajados a criar novos hábitos como manter um portfólio atualizado, um diário de aprendizagem e um blog, além de participar de eventos e ser ativo nas mídias sociais.

Comunidade e colaboração

Comunidades de prática

São equivalentes aos diferentes departamentos ou faculdades de uma universidade tradicional. De acordo com o site da Universidade Alternativa, são quatro as comunidades de prática atualmente existentes: empreendedorismo (yIncubate), comunicação e novas mídias (NewMedia School), educação (.edu) e liderança e gestão (SyncerSchool).

As comunidades gerem a si mesmas e os alunos que integram cada uma delas reúnem-se anualmente para validarem o “currículo”, isto é, os tópicos que gostariam de aprofundar em cursos, treinamentos, grupos de estudo e reuniões de compartilhamento. Esses tópicos somam-se ao currículo já oferecido pela universidade.

Cada comunidade oferece possibilidades distintas para que os estudantes desafiem-se em suas áreas de atuação — por exemplo, a NewMedia School promove hackathons com projetos reais e a .edu estimula os alunos a visitarem escolas alternativas e a facilitarem treinamentos em educação.

Cada aluno pode ser parte de uma ou mais comunidades e cada comunidade conta com um núcleo de pessoas (3 a 7 membros) que garantem o bom andamento das atividades — desde criar um ambiente de aprendizagem produtivo até cuidar das interações online. Esse núcleo participa de um curso sobre construção de comunidades e a arte de anfitriar encontros.

Três referências teóricas embasam a proposição desse dispositivo de aprendizagem: a noção de comunidades de prática de Etienne Wenger, o conectivismo de George Siemens e o modelo da educação democrática.

O início da criação da comunidade .edu é descrito da seguinte forma:

A comunidade de educação foi proposta em novembro de 2013, quando 21 alunos da universidade aceitaram o convite para integrar a nova empreitada. Quatro deles ofereceram-se para fazer parte do núcleo de gestão, 8 tornaram-se membros e 9 entraram como exploradores.

A primeira reunião serviu para as pessoas conhecerem umas as outras e se organizarem. Todos disseram o que já haviam feito no terreno da educação e o que os atraía para essa área. Depois, os assuntos de interesse dos membros foram mapeados. 34 subtemas apareceram: educação lúdica, design de experiências de aprendizagem, como avaliar o impacto, tecnologia na educação, ambientes de aprendizagem, etc.

Em seguida, fizemos um planejamento para as próximas atividades. As datas das próximas reuniões mensais foram acordadas, bem como as duplas que iriam organizá-las e facilitá-las. Somado a isso, decidimos usar o Google Groups e uma Wiki (Delia está responsável por isso), além de testar a ferramenta de comunidades do Google+ (Ana R.), delicious.com (Maxi) e Whatsapp (Ana S.). Também planejamos que iríamos fazer um teambuilding (Silvia e Aura), um programa de job shadowing entre nós, encontrar um nome para a comunidade, organizar um curso de pensamento crítico na educação e encontros todas as quintas no café da universidade.

Após os primeiros dois meses, a comunidade já havia tido duas reuniões, um teambuilding, dezenas de mensagens na comunidade do Google+ e no Whatsapp e um curso auto-organizado.

De acordo com o site da Universidade Alternativa, as “disciplinas” que tem sido oferecidas em cada comunidade de prática são:

Leia também  O que você vai fazer em 2012 para ter um ano fodão antes do mundo acabar? | Parte 1

yIncubate (empreendedorismo)

  • Fase de ideação;
  • Produto mínimo viável e desenvolvimento de produto;
  • Preparação para investimento.

NewMedia School (comunicação e novas mídias)

  • A magia do marketing;
  • Introdução ao marketing digital;
  • Linguagens visuais: design gráfico, criatividade e edição de imagens;
  • Produção de eventos;
  • Estratégias de marketing;
  • Marketing digital avançado;
  • Mundo visual: tipografia, animação, infográficos;
  • Produção de eventos avançado.

.edu (educação)

  • Concepção e execução de experiências de aprendizagem;
  • Escolas alternativas no mundo;
  • Métodos criativos na educação;
  • Educação de A a Z;
  • Concepção e facilitação de experiências de aprendizagem avançado;
  • Superpotências na educação;
  • Educação criativa.

SyncerSchool (liderança e gestão)

  • Organizações: estruturas e funcionamento;
  • Cultura organizacional;
  • Princípios da Organização Centrada na Liberdade;
  • Design de soluções e resultados;
  • Entendendo o contexto global;
  • Cultura organizacional avançado;
  • Liderança em equipes;
  • Indicadores econômicos;
  • Estratégia em organizações;
  • Introdução ao Seis Sigma.

Treinamentos e cursos intensivos

Na Universidade Alternativa, treinamentos são experiências de curta duração (de 4 horas a 3 dias no máximo) e cursos são atividades mais longas (no mínimo 6 encontros distribuídos durante dois meses) que conjugam aprofundamento teórico e momentos de prática —de modo que estes últimos geralmente ocorrem nos períodos de intervalo entre os encontros. Por demandarem intensidade, cada aluno pode escolher apenas um curso por semestre.

Tanto os cursos quanto os treinamentos são oferecidos por profissionais e organizações parceiras da universidade. No calendário anual constam por volta de 25 treinamentos e 40 cursos que podem ser escolhidos livremente pelos alunos.

Os cursos obedecem a um processo composto por quatro etapas:

  1. Formação do grupo de aprendizagem;
  2. Definição dos objetivos e expectativas;
  3. Condução do curso + atividades práticas;
  4. Etapa de avaliação e auto-avaliação em grupos.

Durante cada curso, professores e alunos negociam expectativas e decidem juntos o que é mais importante. A prática é enfatizada e, a partir das reflexões individuais sobre a prática, o grupo é alimentado.

Open badges (emblemas abertos)

Caso você não esteja familiarizado com a ideia das badges, um vídeo introdutório sobre o tema (em inglês) pode ser visto abaixo:

Link YouTube

As badges — que pode ser entendidas como condecorações ou emblemas — são a aposta da Universidade Alternativa no que tange à validação e certificação do conhecimento. Por meio da plataforma Open Badges criada pela Mozilla Foundation, a universidade propõe um conjunto de microcertificados capaz de reconhecer e certificar a aquisição de uma habilidade ou conjunto de habilidades. Cada área de atuação possui diferentes microcertificados.

Ao pleitear e adquirir badges — um processo que, na universidade, sempre se inicia a partir de uma decisão autônoma do estudante — , os alunos montam sua própria carteira de conquistas pessoais e profissionais e podem exibi-la em seus currículos, blogs, portfólios virtuais, mídias sociais e sites pessoais.

Universidades, escolas e organizações ao redor do mundo têm criado diferentes sistemas com o intuito de fornecer credibilidade às badges. Na Universidade Alternativa, o fluxo pelo qual um estudante passa para conquistar um microcertificado é descrito a seguir:

  • O aluno envia seu portfólio para o comitê que cuida dos microcertificados na universidade para pleitear uma determinada badge;
  • O comitê define um teste ou desafio para o estudante;
  • O comitê designa um grupo de três profissionais experientes na área específica à qual aquela badge se insere para avaliar o desempenho do aluno no desafio. Esse grupo então se reúne com o estudante para compartilhar feedbacks e conceder a badge, caso entendam que o aluno já tenha domínio sobre a habilidade, ou não disponibilizá-la caso ele ainda não tenha tido um desempenho satisfatório.

O sistema de microcertificados, segundo o material da Universidade Alternativa, é interessante por três razões principais: ele ajuda os alunos a enxergarem o que estão aprendendo e a identificarem pontos que ainda precisam desenvolver; é uma forma estruturada de se obter feedbacks de pessoas experientes na comunidade; e ajuda a dar transparência às conquistas dos estudantes, que podem apresentá-las em diferentes meios digitais.

Dia de compartilhamento

Momento que ocorre pelo menos uma vez por mês dentro de cada comunidade de prática onde os membros compartilham conquistas, desafios, recursos, apoiam-se mutuamente e criam soluções. A agenda do encontro é definida pelos integrantes da comunidade e um deles é responsável por facilitar a reunião. Nos intervalos entre essas reuniões mensais, os membros da comunidade organizam outros tipos de atividades como encontros temáticos, sessões de cinema e sistemas de intercâmbio de recursos.

Workshops e grupos de aprendizagem

São iniciados e desenvolvidos de maneira espontânea e independente por alunos, equipe ou parceiros. Várias iniciativas surgem dessa forma na universidade, de modo que a programação de atividades chega a dobrar. Workshops são experiências de aprendizagem com temas específicos e cujo número de participantes varia entre 3 a 30 pessoas. A universidade apoia o surgimento de grupos e workshops provendo o espaço, os materiais e equipamentos necessários, além de ajuda no planejamento e facilitação das atividades, caso necessário. Oratória, gamificação e storytelling são alguns dos temas que já foram abordados em workshops.

Impacto na sociedade

Desafios e aprendizagem pela experiência

A universidade apoia os estudantes na missão de encontrar os desafios que mais contribuam para seus processos de aprendizagem. Trabalhar de forma voluntária em ONGs parece ser um dos caminhos mais fomentados pela universidade para que isso aconteça — muitos alunos atuam nessas organizações. Outras opções de desafio podem ser vistas abaixo.

Estágios

Trabalho de alguns meses em alguma das organizações parceiras da universidade, geralmente realizado durante a fase de transição. A fim de facilitar a escolha de um estágio adequado às necessidades de cada aluno, há uma sessão de aconselhamento de carreira prévia conduzida por um membro da equipe da universidade.

O programa de estágios é aberto todo ano e ocorre em três etapas: reunião e compartilhamento das ofertas de estágio das organizações; sessões de aconselhamento de carreira; e conexão dos alunos às organizações escolhidas.

Alugue uma Equipe

Programa que reúne oportunidades de atuação em projetos no mundo real, tais como organizar um evento para 800 pessoas, criar uma campanha de comunicação para uma empresa, implementar um programa de recrutamento e seleção e editar vídeos. Os diferentes projetos são apresentados aos alunos e, para cada um, forma-se uma equipe composta por estudantes e um mentor da equipe da universidade. As equipes são autogeridas e o mentor cumpre um papel de relacionamento com o cliente e feedbacks para o grupo de alunos, quando preciso. A maioria dos projetos remuneram a equipe participante.

Incubadora de empresas

Programa com duração média de 6 meses para alunos que têm vontade de testar e implementar uma ideia de negócio. As fases do programa são: ideação; plano de negócio; abertura da startup; crescimento. Uma organização parceira — o ING Bank — oferece 20.000 euros em investimento e mentores para 8 empresas surgidas na incubadora. Alguns exemplos de empresas que eclodiram no programa são uma loja online de cafés e chás, outra de acessórios de roupa personalizados e um estúdio de animação.

Ambiente de aprendizagem

O Jogo

“O Jogo” é um conjunto de atividades propostas pela universidade em que toda a comunidade participa. Os objetivos são contribuir na construção de relações de confiança e amizade entre todos e desenvolver a comunidade. Alunos e equipe são distribuídos em 7 casas que recebem e propõem desafios diversos, todos com o propósito de estimular a colaboração e o apoio mútuo. Um sábado de cada mês é dedicado aos jogos, e nesse dia toda a comunidade se reúne para participar de competições, jogar, brincar e socializar.

Desafios e pontuações são divididas entre as cinco atitudes cultivadas pela Universidade Alternativa: relacionar, aprender, se divertir, compartilhar e sonhar.

Acampamento

Fonte: E-zeppelin

Vivência de 6 dias que sinaliza o início de um novo ano na universidade. De acordo com o material da Universidade Alternativa,

a atmosfera do Acampamento transporta os alunos para um mundo onde eles são desafiados a assumir responsabilidade pelo seu próprio desenvolvimento, conhecer a si mesmos, redescobrir o valor do brincar, da motivação intrínseca e da paixão, e onde eles são estimulados a sonhar e a desenvolver o hábito de dar antes de pedir.

Além da equipe da universidade, vários profissionais parceiros (mentores, coachs, facilitadores, convidados) também participam do acampamento junto com os alunos. No total, por volta de 150 pessoas vivem a experiência: é o maior momento dedicado à construção de comunidade do ano. Desde jogar quadribol — inspirados por Harry Potter — até preparar as próprias refeições, os estudantes experienciam o acampamento passando por cada uma das atitudes fomentadas pela universidade (relacionar, aprender, se divertir, compartilhar e sonhar). Várias apresentações, workshops, jogos, experiências na natureza e conversas ocorrem durante o acampamento.

Por meio desses dispositivos e de uma filosofia educacional pautada na liberdade, a Universidade Alternativa tem mostrado como é possível transformar a educação superior. Em 2016, a universidade foi reconhecida como um dos ambientes de trabalho mais democráticos do mundo pela lista Freedom at Work da WorldBlu. Uma forte orientação para a prática profissional convive com uma cultura empreendedora intensamente enraizada, inclusive no que tange à assunção, por cada estudante, da responsabilidade perante o empreendimento de seu próprio caminho de aprendizagem.

Face a tudo isso, a Universidade Alternativa merece respeito. Podemos aprender muito com os romenos.


Escrevi o texto tomando como referências este material sobre a Universidade Alternativa (de 2014), informações traduzidas via Google Tradutor do site do projeto e uma entrevista que realizei com Traian Brumă, um dos fundadores da universidade.

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Obs.: este texto foi originalmente publicado no Medium do autor.

Alex Bretas

Cofundador da <a>Multiversidade</a>