Já tive amigos que me viam passar anos com uma mesma mulher sem ter nenhuma escapada do tipo sexual e as reações vinham num misto de incredulidade, indignação, curiosidade e/ou admiração. Quando venciam a etapa de descrença (será que ele é gay?) e indignação (humilhação por se perceberem descontrolado), vinha aquela curiosidade marota por saber qual era o truque.

Não sei se é truque ou hábito, mas o que faço, a princípio, é tentar ter consciência sobre o que eu quero de verdade. Além disso, saber administrar minhas emoções é meu desejo mais profundo e essa motivação resultou no meu último livro “Relacionamento para leigos (série for Dummies)“.

No mundo, ideal todos teríamos consciência de nossas escolhas, seríamos fiéis ao que consideramos benéfico para nós mesmos. Monogâmicos e polígamos, seríamos leais às nossas escolhas e chegaríamos cada vez mais perto do que desejamos. Mas não é tão simples.

Para uma mulher que ler esse texto, provavelmente achará um punhado de bobagens, pois a resposta dela será simples: “basta amar”. Mas na cultura machista que vivemos, ela foi educada a se formar emocionalmente de tal forma que já faz tudo o que está descrito aqui automaticamente.

Para os homens, educados a viver como se não houvesse o amanhã, só o amor não basta. É preciso um pouco mais de sofisticação psicológica e treino para se recondicionar.

Importante ressaltar: o desejo não é um vilão, a não ser que você o transforme numa justificativa para colocar sua serenidade em risco. Da mesma forma, a monogamia não é uma arma que colocam na sua cabeça. Porém, se quer seguir nessa trilha, as regras do jogo são diferentes.

Falo aqui sobre algumas estratégias servem para qualquer tipo de privação voluntária, como comida, vícios ou comportamentos problemáticos. Separei em dois grupos, algumas para você mesmo, outras para lidar com o parceiro(a).

Para você com você mesmo

É preciso entender que haverá uma remodelação de sua maneira de encarar o mundo, filtrar e tratar as águas tumultuadas de suas emoções. Toda mudança, à princípio, é falsa, desajeitada, antinatural, mas é assim que aprendemos uma língua ou um instrumento musical, com ensaio e erro.

1. Seletividade

Escolha bem escolhido e vai escolher uma vez só. É importante ser criterioso para entender se a sua parceira é alguém com quem você conseguirá ter longas e boas conversas e até poderá ficar em silêncio em paz.

Há homens que odeiam conversar e conviver com mulheres (ainda que sejam heterossexuais), na maioria desses casos ele se entendia com qualquer assunto dela e dorme quando chega a hora de interagir de verdade com sua companheira.

Para esses, só o sexo é valioso e todo o resto é reservado para os amigos, o trabalho e a família.

 

2. Foco

É fundamental entender o que quer para si mesmo, afinal, o desejo é randômico, não tem dono e não segue regras morais.

A diferença é saber onde quer dedicar sua atenção. Se você ficar embarcando em cada fantasia que surge na sua cabeça até que ela seja saciada, a probabilidade é que o desejo vai dominar você e não o contrário.

3. Fantasia

Saiba brincar com sua fantasia. Pode ser, por exemplo, escrevendo contos eróticos ou coisas do gênero, para dar asas à sua imaginação. Mas só por tempo suficiente para passar a hora da fissura. E ela passa. Se você adicionar outros circuitos de recompensa de dopamina (hormônio do prazer), atravessará os dias de inverno emocional.

4. Capacidade de introspecção

Se você não sabe dizer o que está sentindo, se confunde seus pensamentos com seus sentimentos (do tipo “me sinto querendo fazer uma planilha”) então você estará vulnerável aos seus impulsos internos.

É preciso saber olhar para dentro para não ser refém das circunstâncias e é preciso ter vocabulário emocional (pelo menos saber a diferença entre tristeza, medo e raiva) para surfar na vida social. Como irá saber que sua carência bateu e precisa se conectar com sua parceira? E como saber se está com medo dos desafios da vida, se sente um bosta e acha que paquerando a colega de trabalho isso vai passar?

5. Repressão

Se você é incapaz de manter seu pau dentro da cueca, provável que seja infeliz e impulsivo em outras área de sua vida, de maneiras diferentes. A menos que você seja um maníaco sexual (e precise de tratamento especializado), tudo o que seu pinto faz é responsabilidade de sua cabeça de cima. Sua vaidade é que controla suas bolas, se sua autoestima é baixa é bem provável que queira provar sua grandeza passando o rodo na mulherada. Quem dera não tivéssemos livre-arbítrio para nos esconder.

6. Assumir o que sente e faz

Se a mãe pergunta ao filho pequeno porque bateu no irmão, a resposta será “ele que começou”. Se você é incapaz de se responsabilizar pelo que se passa na sua vida então, eu sinto mesmo, mas sua vida deve ser um caos. Qualquer justificativa que der como “falta de controle” ou “no fundo eu não queria” não funciona no mundo dos adultos, pergunte para o gerente de banco se ele vai tolerar pagamento de empréstimos acreditando que, no fundo, você não queria ficar devendo.

7. Sublimação

É um mecanismo de defesa saudável que permite que um desejo seja redirecionado para um viés cognitivo e existencial, como o aquele cara que coloca sua destrutividade à serviço da vida e se torna um cirurgião.

O desejo sexual, se bem direcionado, é capaz de fazer coisas incríveis no campo da produtividade, das artes, da ciência e da espiritualidade. Podemos passar uma vida todo canalizando o desejo para um tipo de tarefa transpessoal.

Se libido é seu sobrenome, pode ser uma boa malhar, fazer dança, arte marcial, queimar caloria, pois isso tudo é um jeito muito positivo de colocar o excesso de energia para fora.

8. Resiliência

Se para você o condicionamento de atender aos seus desejos é muito forte, deverá entender que vai falhar, mas que precisa recomeçar. Até que chegará num nível de performance que o sucesso é mais recorrente que a falha e isso garantirá um novo tipo de vaidade, do cara que resiste a si mesmo com bravura.

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9. Relaxamento

Aprenda a serenar sua mente e seu corpo, isso é fundamental para qualquer tipo de coisa na vida. Sem isso é como se você fosse um macaco com uma metralhadora na mão. Respire, sente, relaxe e medite.

* * *

Com a parceira

Existe outra parte ignorada que é o que fazer com a parceira para potencializar o que já existe de bom naquela interação. É preciso sair do lugar cômodo de saber que ela já está conquistada. O que é mais incrível é conseguir se reinventar constantemente.

10. Sacrifício

Talvez nunca tenham nos ensinado a abrir mão de algo importante. Essa capacidade de escolher entre dois valores igualmente significativos é o que define uma vida, seguir numa direção é inevitavelmente renunciar outra.

Essa palavra é quase uma ofensa em tempos de hedonismo. Queremos tudo para agora e ontem. Mas o relacionamento, se encarado como um “sacro-ofício“, ou seja, algo valioso e especial, irá merecer a atenção e dedicação a mais.

11. Profundidade

Podemos viver uma vida voando raso, só triscando de longe o mundo interno, colocando todas nossas emoções na caixa de spam, mas isso nos levará inevitavelmente a uma velhice miserável em termos humanos.

Não teremos construído laços reais, as pessoas nos tolerarão (se já não fazem isso), portanto, consistência e profundidade caminham juntos. O relacionamento amoroso estável e duradouro pode não oferecer uma aparente diversidade, mas pode sim, trazer conexão com camadas muito profundas, quase intocadas, da nossa personalidade.

Nossas maiores dores, desejos, medos e capacidade de amar só se revelam, para alegria e desespero, quando descemos para as camadas mais vulneráveis de um relacionamento altamente concentrado. Há quem consiga realmente fazer o mesmo com várias pessoas, mas para a mente distraída média isso é difícil de conceber.

12. Responsabilidade

 

Uma das falácias masculinas é a ideia que “não deu para segurar”. Sempre dá. O que acontece e que nunca nos preparamos para recuar diante de nós mesmos, fazemos concessões a todo momento. Se agimos como bebês mimados o tempo todo, condicionamos a nossa mente a ceder para qualquer impulso, bobo que seja.

Diante de uma conversa despretensiosa conseguimos levar um galanteio “ladeira abaixo”, facilmente. O treino é antes, muito antes, depois é só colheita.

13. Criatividade

Se você se cansou do sexo com sua mulher, o diagnóstico é simples: você está longe de ter tentado tudo com ela. E nós, homens, somos muito sortudos se comparado a elas, pois as mulheres (diferente do homem médio), costumam estar disponíveis emocionalmente para ultrapassar seus próprios medos e barreiras sexuais. Mas isso se você tiver jeito e tato.

Na maior parte das vezes, os homens fogem da intimidade profunda, para não cavocar espaços cheios de pudor e medo, afinal, o gozo profundo coloca o ser humano um pouco fora de controle, coisa detestada pela maioria.

14. Ludicidade

Existem casais que não sabem brincar, parecem levar o relacionamento tão à sério que acham ser um sarcófago da múmia.

Há duas dimensões de ludicidade, aquela de poder rir de si e do outro com ele e a outra de poder brincar de ser outra pessoa. A maior parte dos casais se fecha em scripts amorosos muito rígidos, como o calado/foguenta, maluco/repressora, distraído/brava, conservador/relapsa e nunca conseguem avançar para brincadeiras mais sofisticadas e descobrir outras texturas emocionais da relação. Por conta disso muitos homens acabam buscando diversidade extra relacionamento porque não sabem brincar de ser o macho desprotegido, galanteador, forte e fraco ao lado da mesma mulher.

15. Amar mesmo

O amor, se encarado como uma ação, é cultivo constante, uma busca interminável por encontrar caminhos, adicionar desafios, solucionar limites pessoais e viver uma desconstrução constante ao lado de quem se ama. Se amor é dar flores no dia dos namorados, então você não entendeu nada. E a fidelidade será uma coisa da qual vai rir pelas costas do amigo fiel pensando “ele é um trouxa e eu sou esperto“.

Se for assim, você precisa dar um passo atrás e ver se você está realmente pronto para um relacionamento adulto.

* * *

Ninguém disse que seria fácil, simples e com resultados seguros e inquestionáveis. Cada personalidade humana poderá atestar, se tentar de verdade por cerca de 6 meses à um ano, e colher seus resultados.

Sem uma tentativa honesta e persistente provavelmente você estará agindo como aquelas pessoas que nem provaram mas já sabem que não funciona. Normalmente, essa é só uma justificativa para fugir da própria impotência que se revela no processo de grandes  mudanças.

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Frederico Mattos

Sonhador, psicólogo provocador, é autor do <a>Sobre a vida</a> e dos livros <a href="https://amzn.to/39azDR6">Relacionamento para Leigos"</a> e <a href="https://amzn.to/2BbUMhg">"Como se libertar do ex"</a>. Adora contar e ouvir histórias de vida no instagram <a href="https://instagram.com/fredmattos/">@fredmattos</a>. Nas demais horas cultiva a felicidade