Lendo o post do Felipe Ramos sobre o BMW Jazz Festival, tive uma bela surpresa. Como tenho o hábito de ficar garimpando coisas novas nas na música, fui logo clicando no nome Renaud Garcia-Fons, que ainda não conhecia. E, pronto, encontrei mais um cara pra minha lista de quero-tocar-igual-quando-crescer.
Francês, toca jazz influenciado por música clássica, flamenco, tango, música tradicional latina, africana, celta, árabe e indiana. Transita entre isso tudo com um contrabaixo acústico de 5 cordas que costuma tocar com o arco. O resultado é uma sonoridade limpa, precisa, nem um pouco “crowdeada”. E com um puta groove.
Bom, é melhor ouvir do que falar. Veja os caras tocando o tema “Berimbass”, em 5/8. Claro que vou soar bobo falando isso, mas é uma das melhores pegadas de improvisação que vi ultimamente.
A propósito, e à parte do flamenco, esse tema do Garcia-Fons me lembrou de um álbum que gosto muito: , de 1995, com o lendário Dave Holland no contrabaixo (que tocou com Miles Davis e gravou ), o guitarman bombadão Kevin Eubanks (ex-líder da Tonight Show Band) e o percussionista francês Mino Cinelu (que também tocou com Miles nos anos 80, mais de uma década depois de Holland). O álbum inteiro é impecável e tem composição dos três.
Ouçam “Whirling Dervish”:
Se você não é muito ligado em jazz e quiser entender melhor o que é improvisação musical e como ela se relaciona com os temas de base, veja o que Brad Mehldau faz com a “Exit Music (for a fim)”, do Radiohead.
Aqui, a música original, do Radiohead:
Aqui, Mehldau tomando a música tema para improvisação:
Link YouTube | A diversão começa a partir de 2 minutos
Aliás, recomendo muito também qualquer coisa do Mehldau. Especialmente o último álbum, Highway Rider. É o tipo de coisa que quanto mais você ouve melhor fica.
E o Garcia-Fons? Agora quero ir ao BMW Jazz Festival nem que seja só pra vê-lo.
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