Sexta-feira, onze da manhã. Lá seguia eu para mais uma daquelas jornadas de duas horas e meia que separam Bournemouth, onde vivo, de Londres. Desde que moro na Inglaterra, subir para a capital é sempre algo que me empolga, mas nessa sexta eu sentia um pingo a mais de excitação.
Isso porque o que me esperava dessa vez era o Top Gear Live, um dos eventos mais aguardados por aqueles que curtem automobilismo.
A primeira vez que ouvi falar do Top Gear foi no meu segundo dia aqui, quando minha mulher me contou que era o programa sobre carros a que todo mundo assistia e que estava no ar desde os anos 1970. A principio, não me interessei. Até que um dia, enquanto zapeava pelos canais da TV, acabei me deparando com uma angustiante missão que um dos apresentadores enfrentava ao ir de Londres a Edinburgo e depois voltar a Londres. Tudo isso com apenas um tanque de gasolina para testar o quão econômico o então recém-lançado Audi A8 poderia ser. A partir daí, virei fã e, como tal, não podia perder o maior evento dos caras.
Link YouTube | Desafio entre 3 carros alemães e a Lotus de 1972 usada por Fittipaldi.
Um salão do automóvel em Londres
Quando cheguei ao Earls Court, onde o evento estava rolando, confesso que não sabia muito o que esperar. Mas foi passar pela catraca e ver que tudo era bem maior do que eu imaginava.
No salão principal do pavilhão havia sido montada uma enorme exposição de carros, no mesmo nível que um Salão do Automóvel. Ali, entretanto, não havia apenas lançamentos das grandes marcas, mas modelos antigos das mais diversas montadoras.
Deslumbrado em meio a Ferraris, Lamborghinis e Mercedes, saí fotografando tudo que podia. Estavam ali, lado a lado, para que eu pudesse apreciar, algumas das máquinas que eu sempre quis ver pessoalmente desde que eu era moleque e Top Gear era pra mim só um jogo do Super Nintendo.
Entre as montadoras do dia-a-dia, o destaque foi a Citroën, que trouxe o seu novo DS3 Racing numa cor de carro que nunca tinha visto antes. Eu já havia visto a propaganda do modelo, mas, de perto, dá pra notar que ele é muito mais espaçoso do que os tradicionais compactos da marca, como o C3 e o minúsculo C1.
Carros que jogam futebol
Com pontualidade inglesa, o show começou às 16h30, como previsto. Eu sabia que não podia esperar que no palco – onde as possibilidades são bem mais reduzidas – Top Gear fosse o mesmo da TV. No entanto, o humor e a tiração de sarro de Clarkson, Hammond e May já valiam o show.
O que achei mais interessantes foi a corrida de carros contruídos com aparelhos domésticos, como liquidificador, processador de alimentos e microondas. O vencedor foi James May, com seu carro máquina de lavar.
Um dos pontos altos do show foi também o carball, uma das atrações já tradicionais no universo Topgearístico. Esse vídeo que fiz dispensa maiores apresentações.
Link YouTube | Se estiver lento, clique em “360p”.
Na real, pesando tudo, achei o show meio fraco. Obviamente não dá pra se esperar muita coisa de carros em cima de um palco. Ainda assim, achei que a viagem valeu a pena, principalmente por conta da exposição que estava rolando.
Após o show, aproveitei meus últimos momentos no pavilhão para desfrutar de um bom entretenimento. Primeiro, testei um simulador de Fórmula 1 animal. Era uma cabine enorme que balançava e simulava todas as condições naturais de uma pista enquanto eu pilotava. Imagino que não deva ser muito diferente dos simuladores usados nos treinos dos próprios pilotos.
Depois, acabei me enfiando em uma corrida de kart indoor. Entre 10 pilotos, cheguei em quinto; o amigo que estava comigo, em sétimo. Revanche? Não, eu tinha que correr pra rodoviária. Meu ônibus saía às 19h30.
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