Hoje, pela primeira vez, participei de uma reunião de condomínio.

Lá pelas tantas a pauta foi o valor das multas e advertências. Questionei:

— Ok, mas pra onde vai esse dinheiro?
— Para a conta corrente do condomínio – ponderou o presidente da mesa, sem dar muitos detalhes de como esse fundo é realmente utilizado.

Foi então que argumentei:

— Por que não fazemos uma comunicação anunciando que o valor da multa será revertido em doações esporádicas para instituições de caridade? A seleção das ONGs podem ser feitas de acordo com o período do ano. No inverno, por exemplo, podemos adquirir agasalhos e levar ao Lar do Idoso. Em agosto, comprar material escolar para crianças carentes que vão entrar no segundo semestre do ensino fundamental.
Isso é bastante comum em grandes empresas e agremiações esportivas. O custo doado diminui o peso na consciência. E se engana quem acha que isso reflete negativamente no impacto da multa. A sensação de ajudar quem precisa devido um erro é tão complexa que se transforma em uma marca. Muitas vezes, um elo na mudança das atitudes.
Sem contar que fazendo isso, transformando o valor da multa em uma ação filantrópica, mudaremos o clima de guerra que há entre alguns vizinhos. Viver sabendo que todos, em conjunto, auxiliam a sociedade de algum modo é um acréscimo na nossa convivência. É um modo nobre de o condômino, mesmo sem notar de maneira tão clara e imediata, pagar a multa e não ficar totalmente transtornado com a despesa.

Fez-se um sonoro silêncio.

Eu esperava isso:

Mas ganhei foi isso:

Logo em seguida todos caíram na gargalhada.

Assim terminou a minha primeira reunião de condomínio.