Decidimos não nos identificar porque nossa intenção não é chamar atenção ou criar desconfortos com possíveis conhecidos aqui. Somos leitores do PapodeHomem e resolvemos dividir a nossa experiência para quem sabe dissolver alguns tabus.

Tenho 28 anos, ela 27. Nosso relacionamento de seis anos sempre foi baseado na confiança. Já fizemos muita coisa que alguns amigos e casais julgam vulgar, sem graça e desnecessário. Mas nós sempre buscamos novas experiências para conhecer nossos limites e desejos. Isso não quer dizer que todos precisam fazer o mesmo para se encontrar.

Uma história de aniversários

Todos os anos, fazíamos algo diferente para sair da zona de conforto.

No primeiro ano, filmamos nossas transas durante um mês para assistirmos no dia do aniversário. Editamos e montamos um verdadeiro filme pornô. No segundo ano, ficamos 45 dias sem sexo e, no aniversário, foi uma explosão de desejos que durou um fim de semana inteiro. Valeu muito a pena.

Ela abriu as minhas pernas (e, não, você ainda não entendeu o que isso quer dizer)

No terceiro ano, fizemos um ménage a trois com uma mulher de outra cidade. Uma das regras para se fazer ménage: nunca com pessoas conhecidas. No quarto ano, fomos a uma casa de swing. Muita doideira. Percebam que começamos pelo mais básico, mais confortável e fomos subindo o nível. Ou baixando.

Para o quinto aniversário, queríamos algo que nós e nenhum de nossos conhecidos tivessem provado. Confesso que minha criatividade estava em baixa. É claro que ideias sempre vinham, mas, uma ideia que seja completamente nova é um puta de descobrimento a se fazer!

Então minha namorada deu uma ideia que me fez lamentar não ter dado outra ideia primeiro: fazer um ménage. Até aqui tudo bem, não entendia onde o “novo” se encaixava nisso. Eis o que descobri: um ménage entre ela e dois homens, dos quais um seria eu.

Desisti da ideia na mesma hora. Jamais iria me submeter a esta experiência capaz de ferir minha masculinidade e virilidade. Brigamos, discutimos, quase terminamos, e uma semana depois estava eu dizendo “Sim” a tudo que ela propunha.

A hora do vamo-vê

Tive que me preparar muito para isso. Ler muito a respeito. E, lógico, não contei a ninguém.

Seguindo fielmente às regras, fomos para outra cidade escolher o “Ricardão”. Como na vez dela, eu pude opinar na escolha. Após o aliciarmos, seguimos para o melhor motel da cidade, afinal era nosso aniversário de namoro. Perceba que aqui eu já estava adaptado à situação e chamando o intruso de “nosso”.

No início nada subia, concentração zero, o tesão deixado em casa trancado a sete chaves. Percebendo a tensão, minha namorada pediu ao Ricardão que esperasse no banheiro por sua vez de entrar na brincadeira. Carinhos e carícias entre só nós dois ajudaram a criar o clima.

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Aos poucos nosso Ricardão foi chegando. Meus olhos sempre fechados, serrados. Medo? Vergonha? Repugnância? Não sabia, era melhor, apenas fechar os olhos. Primeiro houve o toque entre ela e ele, para familiarização do “instrumento”. E eu pensando que nunca chegaria a minha vez. Enquanto quase agradecia por isso, ele veio em minha direção. O desespero foi tanto que senti uma enorme vontade de rir, mas me contive para não estragar o momento. Aquele pau ereto e aquelas mãos enormes, ridiculamente diferentes das mãos lindas, femininas e delicadas da minha mulher.

Acho que o nosso Ricardão era experiente neste tipo de experiência, pois entendeu que era a minha primeira vez e foi devagar. Primeiro tocou no meu peito, acariciou minha nuca e me beijou (foi consensual que o Ricardão tivesse com barba feita, assim como eu). Não rolou penetração entre mim e ele, claro. Seria demais para mim. Mas houve boquete dele em mim. Eu me satisfiz apenas e, tão somente, tocando-o.

Ricardão dispensado, pude aproveitar melhor minha mulher e aquele motel caro pra cacete.

Após a experiência

Muitos devem estar pensando que mudei de time e coisas relacionadas. Mas não. Isso serviu para comprovar que minha virilidade continua intacta como sempre. Obviamente, mudei muitos conceitos e ideias, estou mais aberto a descobertas e percebi que o que vale, de fato, é viver e curtir ao máximo.

Não gostaria de provar dessa experiência novamente, mas se minha namorada quisesse repetir a dose, encararia numa boa. Talvez, até com mais malandragem e destreza.

Meses depois fomos a uma casa de swing novamente e aproveitamos mais que da primeira vez. Não rolou transa, apenas pegação, mas me permiti brincar e seduzir tanto homens como mulheres, o que deixou a noite mais divertida e sensual. Digo com 100% de certeza que não sinto atração por homem, mas me considero um hetero-flex-sexual.

Minha namorada também está mais solta, mais ousada na cama, mais receptiva a novas posições e atos sexuais. Inclusive, partiu dela a ideia de irmos à casa de swing e foi dela também a ideia de beijar outra mulher e eu outro homem. No final das contas, acabamos nós dois satisfeitos, na cama, depois de uma noitada boa, rindo das situações e pensando em que fazer da próxima vez.

Para se divertir e se satisfazer aprendemos que vale tudo – ou quase tudo – desde que seja acordado entre os dois. Ou três, quatro, cinco…

Quantas vezes nós nos negamos ao novo sem ao menos experimentá-lo?

Autor Anônimo

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