A Revista Galileu publicou, em seu site, essa informação abaixo, sobre homens com cara de mau serem menos egocêntricos:

“Continue. Tô curioso”

De acordo com uma recente pesquisa feita por psicólogos da Universidade St Andrews, na Escócia, homens com cara de bravos são mais propensos a fazer sacrifícios pelos amigos mais próximos. Para chegar a essa conclusão, a pesquisa analisou as atitudes de homens com a aparência mais agressiva.
O objetivo da pesquisa era identificar a generosidade dos indivíduos com base nos rostos. No passado as pesquisas acreditavam que a relação altura versus largura do rosto humano estavam relacionadas a tendências anti-sociais como agressividade, traição e decepção. Quanto mais largo o rosto, com relação à altura, maior seria a chance de comportamento anti-social.
No entanto, a nova pesquisa sugere que a mesma medida estaria relacionada com uma grande generosidade com relação ao grupo de convivência. Assim, próximos a uma grupo de amigos ou à família, os proporcionalmente ‘mais largos’ – considerados mais agressivos – são mais propensos a se sacrificar pelos outros membros do grupo. Além disso, eles também colocam o bem-estar do próximo acima do pessoal.
Os pesquisadores afirmam que a descoberta faz sentido de acordo com a evolução: os membros mais agressivos de um grupo também desejam muito o sucesso desse grupo e, por isso, fariam o possível para alcançá-lo.

Homens com cara de mau descendem, obviamente – e independente de quão longínquo seja o parentesco -, daqueles que por milhares e milhares de anos atuam silenciosamente e quase que inconscientemente em prol da masculinidade no mundo. Homens com cara larga, com testa sempre sisuda, punhos sempre atentos, barba estúpida, todos possuem uma linhagem daqueles que executam suas tarefas afetando diretamente a maneira com que você bebe café sem levantar o dedinho, o jeito com que você aperta desajeitado o pote de shampoo, o costume que você tem de arrancar a casca das frutas com os dentes: viemos todos da linhagem dos lenhadores dos confins do Oregon.

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Apesar de toda truculência facial, há que se manter a ternura, o bem da família. Mais que um crânio brucutu, se fez necessário, desde que o mundo é mundo, manter a generosidade, a noção de dever cumprido para com os que estão ao redor. Temos o machado em uma das mãos enquanto a outra está estendida para quem precisar de ajuda.

Deixando o romantismo e a tradição de lado, é provável e puro achismo dizer que homens com cara de mau precisam encontrar um equilíbrio na vida para o seu destino de ser tachado como grosso. Assim como os integrantes do Los Hermanos acharam por bem deixar longas barbas para contrapor suas letras acarinhadas, bem cuidadas, sentimentais.

Se não fosse assim, o mundo seria separado em David Beckham e Vinnie Jones. Isso seria chato pra cacete.

O Marv é, em Sin City, o cara mais “badass ” da cidade e também o mais apaixonado

Daí, pra não cair na mesmice, os homens foram se infiltrando um no estereótipo do outro, cara de um, comportamento de outro. Homens feios viraram comedores, modelos de rosto e corpo se mostrando verdadeiros escrotos quando o assunto é tratar bem uma mulher. Poetas arranjam encrenca nas ruas, lutadores campeões de MMA falam fino e usam ternos bem cortados. Se a ideia não é confundir, somos mesmo, nós, homens, muito dos espertos. Bobo daquele que acha que mulher é que é bicho complicado.

Sendo quem somos, homens, conseguimos transformar o mundo numa bela indefinição, o que deixa as coisas completamente mais apetitosas, em qualquer quesito. Conseguimos, em segundos, derrubar até uma pesquisa boba feita pelos estudiosos lá da Escócia.

Jader Pires

É escritor e colunista do Papo de Homem. Escreve, a cada quinze dias, a coluna <a>Do Amor</a>. Tem dois livros publicados