21 nomes imperdíveis para acompanhar a nova geração do rap brasileiro

Se você torceu o nariz pro título, dê uma chance pra essa seleção pra lá de especial e acredite: o rap nacional está mais vivo e pulsante do que nunca

Pouco tempo atrás, quando se falava em nova geração do rap nacional se pensava em Projota, Emicida, Criolo, Rael, Rashid... dentre outros.

Atualmente, estes artistas consolidaram suas carreiras e já fazem colaboração com nomes destacados de outros estilos e são atrações em festivais de música de grande porte.

Porém, com o crescimento do gênero no restante do mundo, juntamente com algumas iniciativas de divulgação na internet nacional, como a onda de cyphers, em pouco tempo surgiram muitas novas figuras na cena hip hop brasileira.

Ainda sem espaço na TV e no rádio, estes artistas possuem números impressionantes de visualizações no youtube e muitos já começam a ganhar aclamação da crítica e indicações a prêmios.

Link YouTube

Os nomes abaixo são de rappers que representam essa renovação.

Possuem como veículo principal a internet e começaram suas carreiras ou as alavancaram muito nos últimos anos. Ainda existem muitos outros por aí e uma dica para conhecer mais desta nova geração é acompanhar alguns canais de rap que reúnem os Mc’s em cyphers e também produzem conteúdo solo de alguns deles, como o Rap box e o Pineapple Storm.

1 – Nill

Ele não tem só um dos melhores  álbuns de 2017, “Regina”, é também um dos mais inovadores. As faixas conciliam um tom mais intimista com questões sociais, reflexões sobre a influência da tecnologia e até contém áudios de whatsapp.

Nill nos apresenta a primeira grande obra nacional de sonoridade majoritariamente vaporwave (Não conhece esse subgênero? Deixa que o Nill te apresenta).

Ouça: "Jovens Telas Trincadas"

 

2 - BK

Seu álbum “Castelos & Ruínas” é comumente apontado como o favorito de muitos fãs desta nova geração do rap. BK se divide entre sua carreira solo, e seus grupos Nectar Gang e o coletivo Pirâmide Perdida.

Ouça: "Castelos & Ruínas"

 

3 - Luccas Carlos

Especialista nas comumente conhecidas “love songs”, o romântico Luccas Carlos também é membro da Pirâmide Perdida.

Apesar das críticas ao uso do autotune no rap, ele é um dos que evidencia que, quando bem utilizado, este recurso pode ter um grande valor artístico.

Ouça: "O Que Quiser Fazer Part. BK"

4 - Baco Exu do Blues

Rapper baiano que se fez ouvir com o lançamento da música “Sulicídio”, de 2016, em que provocava os rappers do sudeste e destacava a qualidade do rap nordestino, Baco chamou a atenção para o nordeste e para si mesmo.

“Esú”, seu primeiro álbum, deixou o público do rap nacional cheio de expectativa. E não decepcionou.

Refletindo sobre mortalidade e sobre a religiosidade já presentes em sua alcunha, ele explora diversas facetas desses assuntos utilizando-se de referências literárias que vão de Arthur Rimbaud a Jorge Amado.

Ouça: "Te Amo, Disgraça"

5 - Diomedes Chinaski

A outra voz de “Sulicídio”, o pernambucano Diomedes Chinaski é um dos Mc’s mais ativos e versáteis do momento.

Em novembro de 2017 demonstrou seu lado sensível e introspectivo em “Ressentimentos II”, em janeiro participou da mixtape colaborativa “Young Baby” da produtora PESQUAD com influência trap focando em um estilo de vida de rapper de sucesso, e conseguiu soar bem nos dois projetos.

Ouça: "Quem Mora Lá?"

 

6 - Luiz Lins

Outro participante da mixtape colaborativa “Young Baby”, Luiz é mais uma das vozes do nordeste no rap. É mais conhecido pelas músicas românticas, mas também esbanja versatilidade.

É o dono do sucesso “A música mais triste do ano”, que já conta com 13 milhões de visualizações no Youtube e gerou diversos covers na mesma plataforma.

Ouça: "A Música Mais Triste Do Ano"

 

7 - Djonga

Representante do rap mineiro, Djonga é conhecido por ser afiado em suas letras, tocando em questões sociais com um tom adequadamente agressivo.

A urgência presente em sua voz ajuda a explicar seu grande número de fãs. Seu trabalho “Heresia” foi um dos que marcou 2017, que ficou conhecido como “ano lírico”.

Ouça: "Olho de Tigre"

 

8 - Rincon Sapiência

Eleito artista do ano pela APCA – Associação Paulista de Críticos de arte como artista do ano em 2017, Rincon já possui uma trajetória longa no rap. 

Mas só ano passado lançou seu primeiro LP de estúdio e ganhou grande popularidade com seus videoclipes, especialmente o da música “Ponta de lança”. Já figura facilmente entre os maiores nomes do rap nacional.

Ouça: "Ponta de Lança (Verso Livre)"

 

9 - Flora Matos

Assim como Rincon Sapiência, Flora já está no rap há mais tempo do que a maioria dos citados na lista. Entretanto, seu CD mais recente, e especialmente os singles lançados, conversam tão bem com os novos ouvintes do rap que faz todo sentido ela estar por aqui.

Falando principalmente de amor e empoderamento, Flora encanta com facilidade.

Ouça: "Preta de Quebrada"

 

10 - Drik Barbosa

Integrante do Rimas e Melodias, grupo que lançou seu álbum autointitulado ano passado, Drik recentemente anunciou que lançará seu aguardado álbum solo em 2018. 

O trabalho sairá pela gravadora Laboratório Fantasma, dos irmãos Emicida e Fióti.

A rapper sempre chama atenção nas participações que faz em músicas de outros artistas e nos cyphers em que participa, como o recente “Poetisas no topo” com outras seis rappers. Com uma voz que permite que passeie entre o rap e o R&B, também não decepciona em suas músicas solo.

Ouça: "1992"

 

11 - Coruja BC1

Outro assinado pela Laboratório Fantasma, Coruja já lançou seu primeiro álbum pela gravadora. 

“No dia dos nossos” mostra um MC especialista em referências e nas chamadas “Punchlines”, que são frases que causam certo impacto no público, seja por resumir uma ideia de forma nova ou por impressionar com um jogo de palavras.

Ouça: "Django Part. Emicida"

 

12 - Karol de Souza

Assim como Drik Barbosa, também integra o Rimas e Melodias e participou do Poetisas no topo. Em suas músicas retrata como é ser uma jovem curitibana de origem étnica miscigenada. Com elogios de ninguém menos que Mano Brown e patrocínio da Adidas, não há dúvidas de que é um destaques do atual momento do rap nacional.

Ouça: Tiro, Porrada e Bomba

https://www.youtube.com/watch?v=C7X-s-1Nh_c

 

13 - Froid

O Mc que já chamou atenção até de Lázaro Ramos vem de Brasília, ajudando a comprovar a descentralização do rap no eixo Rio-São Paulo. Em dezembro lançou o intitulado “O pior disco do ano” que, ironicamente, tem qualidade inegável. Froid rima de forma autêntica, depois de ouvir uma ou duas de suas músicas já se torna quase impossível confundi-lo com outro rapper.

Ouça: Flow Lázaro Ramos

https://www.youtube.com/watch?v=0MoPU_52-cg

 

14 – Cynthia Luz

Iniciou sua carreira com vídeos caseiros, Froid assistiu a um deles e a convidou para sua equipe. Com as participações nas músicas do rapper ganhou atenção do público.

Em 2017 lançou seu EP “Do caos ao nirvana” e mostrou que veio para ficar.

Ouça: "Vai Te Encantar"

 

15 - Makalister

Conhecido por suas letras complexas e grande uso de metáforas, o catarinense conquistou muitos fãs com seu trabalho “Laura Muller mixtape” de 2016. 

Começou muito bem 2018 com o lançamento do álbum “Mal dos Trópikos”, que tem participação de diversos outros nomes desta lista.

Ouça: "Da Era do Amor Virtual"

16 - Don L

Um dos mais aclamados criticamente, tem uma carreira mais longa, mas com o crescimento de popularidade recente do rap nordestino ganhou o público do centro-sul.

Já chegou a receber das mãos de Caetano Veloso o prêmio Hultz de melhor disco de rap nordestino em 2007, com seu grupo "Costa a Costa". Seus dois trabalhos solo são de uma qualidade e consistência impressionantes. Don L abusa da ironia em suas rimas e faz isso da melhor forma possível.

Ouça: "Eu Não Te Amo"

 

17 – Choice

Choice é um dos participantes do hit “Capricorniana”, da Pineapple Storm, que já passou de 25 milhões de visualizações no Youtube.

Mesmo após três meses do seu lançamento, ainda figura na lista de virais do Spotify. Um dos mais jovens da lista, Choice é destaque nas batalhas de Mc’s do Rio de Janeiro e traz o espírito das batalhas para suas músicas.

Ouça: "Presidentes Mortos"

18 – Sant

Outro Mc muito jovem que também foi responsável por “Capricorniana”, o carioca Sant tem como um de seus mentores o consagrado Marechal.

Membro do coletivo “O mundo ao norte”, realiza eventos como shows, lançamento de livros e oficinas na zona norte da capital carioca. Seus temas principais são problemas familiares e questões sociais.

Ouça: "O Tempo Passou"

19 – Kayuá

Outro membro d’o mundo ao norte, Kayuá já chegou a tentar carreira no basquete tendo a música como hobby.

Em 2012 lançou seu primeiro single e daí em diante foi se profissionalizando, tratando de temas variados. Tem colaborado com diversos outros rappers em crescimento e com isso ganha cada vez mais atenção.

Ouça: "Nós"

20 - Mc Xamã

Membro dos destacados selo 1kilo e coletivo Damassaclan, Xamã, assim como muitos outros rappers, tem um histórico nas batalhas.

Porém, além disso, também passou por competições de slam com poesias incríveis. Algumas acabaram se tornando raps posteriormente.

Ouça: "R.A.P."

 

E assista esse vídeo incrível sobre Mc Xamã nos slams, as batalhas de poesia:

21 - Jé Santiago

O artista flerta com o R&B com raps mais melódicos e românticos, mas sem perder qualidade nas rimas, também tem influências do trap e é um dos que melhor aproveita as características artísticas do gênero aqui no Brasil.

Ouça: "Flow Djavan"

 

* * *

E aí, dentre esses vinte e um talentos e dezenas de links, quais músicas mais te fisgaram? Quais artistas faltaram em nossa lista?

Contamos com vocês para os comentários deixarem essa lista ainda mais poderosa.


publicado em 24 de Fevereiro de 2018, 10:48
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Luiz Wagner

Estudante de Direito com compulsão por escrever e por fazer playlists. Publica poesias no Instagram e quase qualquer tipo de texto no <Medium. Adora interagir com desconhecidos no Twitter.


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