Qwiki: um exemplo de apresentação que dispensa (muito) texto

Quem viu Wall-E lembra das cenas finais: uma pessoa em frente ao computador – há anos enclausurada junto com diversas outras em uma nave no espaço, esperando o planeta Terra tornar-se habitável demais – começa a pesquisar e lembrar o significado de "Terra". Em vez de usar o Google e abrir diversos sites, assiste a uma compilação audiovisual com imagens, vídeos e uma locução que a conduz pelo conteúdo.

A tecnologia chegou. Agora só falta virarmos obesos a ponto de não mais conseguir andar.

Qwiki é uma startup que se mostrou ao mundo pela primeira vez no segundo semestre de 2010, durante um evento em San Francisco, cuja proposta é transformar a informação em uma experiência. Acreditam que não é porque as informações estão armazenadas em máquinas que elas precisam ser apresentadas como uma lista automática compatível à máquina.

O desafio foi construir uma ferramenta que reúne as informações na hora sem ter nenhum material pronto: ele busca na internet, monta, e conta para você, automaticamente.

A forma de apresentarmos as informações influencia na maneira como cada um absorverá. Certamente o recurso visual é uma das maiores vantagens que estamos conquistando com o passar dos anos. Promete ser algo tão revolucionário que um dos fundadores do Facebook, o brasileiro Eduardo Saverin, investiu 8 milhões de dólares no projeto.

Link Vimeo | Qwiki em ação

Projetos assim me deixam muito animado, não apenas por eu ser um eterno entusiasta de novidades digitais e tecnológicas, mas principalmente por este projeto ter uma relação conveniente com apresentações. Temos um desafio diário de trabalhar a informação de cada apresentação da melhor forma possível, principalmente pela apresentação representar um momento decisivo do profissional, que precisa conquistar, compartilhar, emocionar, entreter e, principalmente, independente de seus objetivos, ele precisa, sempre, ter o público com ele.

Jon Rosenfeld, diretor de criação da Boom Chicago, em passagem pelo Picnic 2010, disse uma frase que certamente teve grande repercussão:

“Fenômenos como o Twitter e o Facebook mudaram a forma como as pessoas ignoram os palestrantes."

Quando uma apresentação está chata, temos nossos gadgets para nos levar a qualquer lugar: a famosa pangeia digital que nos permite estar em todos os lugares sem mover a bunda.

A forma como passamos uma informação é relevante. Entre buscas no Qwiki e apresentações, temos uma certeza: se uma imagem vale mais que mil palavras, imagine várias.


publicado em 28 de Fevereiro de 2011, 15:22
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Alexandre Franzolim

Diretor de Criação da MonkeyBusiness, outrora ilusionista, lutador, arqueiro, taciturno agitão que deseja convencer a todos a fazer uma (boa) apresentação.


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