Os praticantes de poliamor não querem que você também se torne praticante de poliamor. Na verdade, a gente não liga a mínima para o que você faz. Queremos somente que VOCÊ não venha NOS dizer como viver nossa vida. Entendeu? É bem simples.
A família nuclear monogâmica heterossexual é tão válida como qualquer outra, mas acho graça quando as pessoas se referem a ela como sendo “a norma”, “o normal” ou como algo que a modernidade corrompeu mas temos que “resgatar”. Resgatar de onde? Normal em relação a quê?
Em milhares de anos de história dos relacionamentos humanos, passando por todas as combinações possíveis e imagináveis, esse pretenso paradigma não foi a regra nem mesmo na pequena parte do mundo que pretendeu fazer dele a regra: por exemplo, hoje nos EUA apenas 25% das famílias são a típica família nuclear monogâmica heterossexual.
Só muita ignorância da diversidade cultural humana explica considerar esse tipo de família como a regra geral da espécie em todos os tempos.
Sobre isso, recomendo o artigo Iconic ‘Nuclear’ Family Is a Work of Fiction (“A família nuclear icônica é uma ficção”), ou o sensacional livro O mito da monogamia, que traça as origens culturais da monogamia pelas sociedades humanas e por outras espécies animais.
Na verdade, só escrevi esse curto texto pra recomendar que assistam “Poliamor” (abaixo), o curta-metragem de José Agripino sobre pessoas que fizeram a opção de viver um amor diferente.
Se você leu esse texto e se sentiu ofendido, engajado, enojado, etc, talvez seja uma boa idéia ver o filminho.
E perceber que são pessoas como você e eu.
Poliamor from Zé Agripino on Vimeo.
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