Eu perco 75% da minha personalidade sem o bigode. Sério!
Não se sabe exatamente qual a origem do bigode, mas relatos históricos nos levam até o século XVI, quando homens penetraram nos sertões brasileiros em busca de riquezas minerais. Homens estes chamados de Bandeirantes, donos de longos conjuntos de pêlos faciais localizados entre o nariz e o lábio superior.
Tecnicamente o bandeirante foi o primeiro homem da história. Sábio, ele não levava mapas, anotações e jamais pedia informações. Quando não tinha para onde ir, abaixava a calça e tinha uma ereção. O pênis apontava o próximo rumo. Sendo que, na selva ou na caatinga, a ereção era instantânea. O responsável por esse vigor? O bigode, não tenham dúvida.
Infelizmente os tempos mudaram. O fim desse admirável estimulante veio após o surgimento do culto ao metrossexualismo e a disco dance. O bigode caiu em desuso, sendo substituído por uma crescente exigência de limpeza visual. O charmoso milhar de pelos que demonstrava poder sexual e tinha uso quase que obrigatório entre os homens de grande importância virou motivo de chacota. Sinônimo de sujeira.
Mas, por que?

Em busca de uma resposta para esse paradoxo da estética, o PdH ouviu dezenas de mulheres. A pergunta era simples: “por que vocês não gostam de homens com bigode?”. Unanimidade: “é nojento”. Contudo, uma resposta derrubou qualquer teoria científica.
Observe:
“Esteticamente, há tempos, o bigode está ligado à falta de bom gosto. O primeiro motivo, altamente plausível, seria uma associação direta com aqueles coronéis malvados das novelas da 6. Ou, talvez, com o trocador do ônibus que você pegou ontem.
O máximo de glamour que um bigode pode ter é com o Bino do Carga Pesada. Quem sabe o Antonio Bandeiras em algum filme de médio orçamento. E, pra isso, você tem que ser um coroa sensacional. Ou um latino muito gato.
Outro motivo é o desconforto. Bem, eu gosto de barba. Ela faz carinho, aquele arrepio frio. Já bigode, não. É como bater com um pincel velho na nuca. É como se fosse um apêndice. Algo não controlável pelo corpo. A barba você mexe o queixo e controla. O bigode, não.
E por último: a imaginação mata o bigode. Imagina, o cara fazendo sexo oral na mulher. Quando ele tira a boca, a imaginação te leva a pensar em cada fio sujo de você. Ou quando ele vai te beijar, você lembra do macarrão no jantar. Ou do espirro mais cedo.
Eca. Bigode, não.
Bigode não dá.”
A leitora pediu para não ser identificada. E eu, já sem bigode, respeito.
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