Puny Parker e o pequeno Homem-Aranha

Não lembro direito como ou quando eu topei pela primeira vez com as tiras do Puny Parker. Afinal, a internet é uma selva, uma coisa acaba levando à outra e várias vezes a gente senta na frente do computador pra pesquisar preços de passagem de avião e se vê dez minutos depois procurando clipes do Rick Astley no Youtube, não sem antes ter gasto 5 minutos num Tumblr sobre filhotes de coala e ido parar sem querer num site de fanfic erótico sobre o Harry Potter, então é sempre complicado ter certeza de certas coisas.

Ainda que, claro, eu tenha certeza que fanfics eróticos do Harry Potter são algo de muito errado e vocês deveriam se envergonhar.

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O mais importante do modo como topei com Puny Parker (ou “As aventuras do pequeno Peter Parker”) foi a primeira impressão que tive. Uma sensação manteve-se durante todo o tempo que eu acompanhei o trabalho do Vitor Cafaggi. A de que aquelas tiras faziam com que eu voltasse a me sentir apenas um garotinho lendo quadrinhos no meu quarto.

Talvez seja porque eu cresci lendo histórias do Homem-Aranha no quintal de casa, talvez porque o “jeito” das tirinhas sempre me lembrou um pouco Peanuts – que eu também leio desde criança e cujas coletâneas atravancam a organização do meu quarto - ou porque o traço sempre me pareceu um bocado Bill Watterson.

E não tem como lembrar de Calvin e Haroldo sem abrir um sorriso.

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Mas pode ser também porque o Vitor Cafaggi, além de talentoso e extremamente apaixonado pelos personagens, consegue colocar nas histórias uma ternura e uma simpatia que me fizeram não apenas virar um fã da tira, mas um viciado. Além disso, me obrigou a colocar na lista de aptidões de qualquer possível namorada a habilidade de fazer cubeecraft pra que eu pudesse ter um pequeno Parker na minha mesa de trabalho.

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Então seja você um fã hardcore de quadrinhos que vai entender todas as pequenas referências que o Vitor espalha pelas tiras, seja você alguém que mal sabe quem é Mary Jane e vai ver ali apenas as histórias de um garotinho apaixonado por uma garotinha, Puny Parker é uma daquelas coisas que você deveria conhecer. Ainda mais agora que, após 3 temporadas e 140 tiras, o autor resolveu encerrar os trabalho mas não sem antes organizar todo o material numa bela coletânea e deixar tudo mais fácil pra todos nós.

Afinal, por mais bobo que possa parecer, boas histórias sobre garotinhos apaixonados por garotinhas nunca saem de moda. Ainda mais quando esses garotinhos vão crescer pra lutar contra cientistas malucos, gente vestida de duende e caçadores em roupa de oncinha.


publicado em 07 de Julho de 2011, 11:41
Selfie casa antiga

João Baldi Jr.

João Baldi Jr. é jornalista, roteirista iniciante e o cara que separa as brigas da turma do deixa disso. Gosta de pão de queijo, futebol, comédia romântica. Não gosta de falsidade, gente que fica parada na porta do metrô, quando molha a barra da calça na poça d'água. Escreve no (www.justwrapped.me/) e discute diariamente os grandes temas - pagode, flamengo, geopolítica contemporânea e modernidade líquida. No Twitter, é o (@joaoluisjr)


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