A primeira reação é tentar, ao olhar, analisar os riscos. A respiração começa a ficar mais descontrolada, para mais ou para menos. Hiperventilação ou apneia, tanto faz, o que realmente importa é que essa olhadela não vai te salvar.
Uma senhora manda tudo às favas e desiste. Uma menina salta. Um casal discute a relação de parceria e confiança, fazem confissões e pedidos, acordos. "Então eu te vejo do outro lado", o namorado diz antes de se jogar.
O New York Times produz documentários curtos de uma série anual em associação com o Instituto Sundance. Dessa vez, foi a vez do Ten Meters Tower que, mais simples, impossível. Temos uma plataforma de dez metros que dá de frente para uma piscina de proporções olímpicas. Coloca-se um microfone na borda do mirante e filme tudo.
Pessoas sobem e precisam apenas saltar. E todas as reações possíveis acontecem.
É interessantíssimo fazer comparações com os dilemas que enfrentamos em nossas próprias vidas. O medo e a desistência, o enfrentamento, o corpo duro, o relaxar, a respiração, a morte mesmo que em simulacro. Um amigo ri do outro que tá hesitando em pular, mas não tira as mãos da frade lateral e, por fim, não salta e se sente derrotado. A maneira com que conversamos com a nossa própria mente em momentos de tensão ou embate. O choque. A clareza do que podemos e não podemos, do que conseguimos e não conseguimos.
Dá uma olhada no vídeo, coloca em tela cheia, analise cada detalhe. Daí você volta aqui e me conta. Tô maluco pra ler o que outras pessoas têm a dizer sobre isso.
Só chegar.
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