O que aconteceu nos últimos dias no Paraná é a realidade. Uma polícia truculenta, um grupo cujo o único trabalho é a repressão e não qualquer tática de prevenção e inteligência.
O que aconteceu com os professores no Paraná é a vida real, uma briga desleal é desnecessária com um único objetivo de amedrontar, de coagir. A realidade é que não há diálogo, não há opção, não há direitos. É o que acontece todos os dias no Alemão, na Maré, na Cidade Ademar, na região da Julio Prestes.
E estamos falando de professores, o grupo que deveria ser mais ouvido (classe, não pessoas), mais acolhido (classe, não pessoas), mais preparado (classe, não pessoas). Depois deles, a polícia (pessoas, não instituição), que hoje é sucata. 50 deles, ontem, se recusaram a ser sucata e foram presos. Serão exonerados. Tantos outros não o fizeram pelo mesmo motivo pelo qual estavam trabalhando ontem: medo.
Se você alguma vez foi às ruas e a polícia te cumprimentou, abriu espaço para você passar, tirou foto contigo, amigo, aquilo não era realidade, era outra coisa. Independente da frustração (mentira, se você pediu intervenção militar, você é um babaca), se você viu uma polícia cordial, tranquila, se você sacou sua câmera do celular e ele sorrir para tirar foto, aquilo era tudo um grande sonho. Ou a Islândia.
Porque aqui, amigo, o coro come e a chapa esquenta e a giripoca pia e a casa cai e se fode a porra toda.
Sorte para os professores do Paraná. Sorte para os negros em Baltimore. Sorte para quem precisa de sorte. Quem já tem, levanta e vai trabalhar que o dia hoje vai ser longo.
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