Porque os Homens Traem II - experiência própria

Com um texto polêmico, bem escrito e quase científico, como lhe é de costume, meu camarada e ex-professor Philipe Kling escreveu um artigo falando porque os homens traem.

Pois é, se o Kling fizer um texto sobre “como puxar assunto com mulheres de moletas da sala de espera da fisioterapia”, vai parecer tão científico que você vai achar que em Harvard tem um setor com caras mancando e pesquisando sobre isso.

É um dom, ao contrário de mim, o cara faz tudo ficar mais sério. Porém, ao nosso estimado escritor-artista3D-cientista-programador-blogueiro-pesquisador-roteirista e diretor nas horas vagas faltou um detalhe: conhecimento de causa. E é por isso que eu estou aqui: para corroborar com experiência pessoal o relato científico e fruto de observação do companheiro de Papo de Homem.

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Bonzinhos de plantão, parem de ler agora e saiam desse site

Pois é, vocês não leram errado, eu já traí. Ninguém admite, todo mundo é bonzinho, e gente que já traiu é que nem eleitor do Maluf: não aparece em pesquisa mas o cara ganha a eleição. Todo mundo conhece milhares de casos, mas ninguém faz...

Eu fiz

Me arrependi, e abandonei o lado negro da força. Levando em consideração que, contando com a atual, só tive três namoradas sérias e um namorico de um mês, vou ter que cortar um dobrado para convencer todas elas de que eu traí uma das outras duas, e no final fazer cara de “não to acreditando que você ta pensando isso de mim!”, fingir uma lágrima e ir embora triunfante e confiante de que a verdade sempre reina. A minha verdade, claro.

Se a atual encrencar, a Papo de Homem me prometeu o contato das vinte leitoras mais gostosas da revista, para consolar a perda. Então, vamos ao que interessa. A pergunta que não quer calar: por que eu traí?

Pois bem, a primeira resposta é: traí porque me apaixonei por outra pessoa. Sim, é possível gostar de duas pessoas ao mesmo tempo, de maneiras diferentes. E papo findo. Porém, para isso acontecer, alguma coisa estava azedando.

A minha justificativa

No meu caso não teve a ver com separar sexo de amor, nem de me sentir vivo, muito menos por auto-afirmação, já que meu ego é uma das únicas construções humanas visíveis da lua. Porém, na quarta teoria o mestre Kling acerta em cheio: traí porque, inconscientemente, queria sair de uma relação.

E não tinha coragem de contar a verdade à minha na época namorada. Por parte devido à dependência que ela tinha e fazia questão de demonstrar em relação a mim, e em parte devido ao meu medo de magoar alguém que me amava tanto e, idiotamente, achei que a magoaria menos fazendo o que fiz. Ledo engano. Só espero que ele esteja errado com relação à traição dupla, posso ter sido safado, mas espero que não tenha sido corno...

Mas no fundo eu não queria terminar. À bem da verdade, encontrei na outra pessoa características que a minha namorada não tinha, e um tratamento completamente diferente, em muitos aspectos, pois na época eu ainda acreditava em pares perfeitos e pra sempre, e queria que minhas mulheres fossem como que esculpidas por mim, à minha imagem e semelhança. Mas com peitões e um belo par de pernas. E eu acho que, na maioria dos casos é isso que ocorre.

Excetuando-se claro, os traidores inveterados e contumazes, para quem a única saída é a castração e uma tatuagem em lugar bem visível escrito “adúltero”, acho que em geral esse é o motivo. É o mesmo motivo pelo qual às vezes “trocamos” um amigo pelo outro, ou “trocamos” de emprego.

Pós-Traição

Encontrar no novo o que não encontrávamos no antigo. Hoje, depois dessa única experiência, aprendi que não se deve esperar uma mulher perfeita, porque se você encontrar alguma, ela não vai querer nada com um cara como você. Ao invés de procurar coisas que sua mulher não tem em outras mulheres, aprenda a conviver com o que a sua mulher tem, e as outras não. Não tente suprir essa lacuna, porque no fundo, essa lacuna nunca será suprida, e vai faltar sempre alguma coisa, e sua vida será um eterno entra-e-sai de mulheres.

palpatine
E então, ainda está com sede de poder?

Quem trai por auto-afirmação ou pra se sentir vivo se enquadra na categoria dos que devem ser castrados, e não vou entrar nesse mérito. Há maneiras menos canalhas de se auto-afirmar do que magoando alguém que te ama só pra se mostrar pros amiguinhos.

E no caso do sexo, abrir o jogo com a parceira facilita, afinal, qual namorada não ia preferir tentar entender o namorado a tomar um chifre nos córnos? Vejam bem, não to falando que fazer o que eu fiz, pode. Não é isso. Só que fazer uma coisa e se arrepender e ver que fez besteira merece pelo menos uma chibatada a menos, não acham?!

Então é isso. Se eu for obrigado pelo Serviço de Proteção as Testemunhas a mudar de identidade e ir morar na Islândia, prometo que mando textos de lá com outro pseudônimo. Eu mando em código pra vocês entenderem...

Ah, e só pra lembrar, meu nome de verdade não é Léo Luz, e tudo que o Guilherme botou ali no meu perfil é ficção. Esse negócio de internet só tem tarado, não ia me arriscar...

Leonardo Luz é fã de polêmicas, adora cutucar onça com vara curta, colaborador da PapodeHomem, redator do Videolog.tv e também detona no blog Eu e Meu Ego Grande.


publicado em 03 de Novembro de 2007, 09:56
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Leonardo Luz

Fã de polêmicas, adora cutucar onça com vara curta. Também detona no blog "Eu e Meu Ego Grande".


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