“A história da Economia brasileira se divide entre antes e depois deste momento.”

Com essa frase, o presidente da BMFBovespa, Edemir Pinto, definiu o lançamento da capitalização da Petrobras na manhã de hoje. A capitalização da petrolífera brasileira é a maior operação do tipo na história do capitalismo.

Antes dessa oferta, a abertura de capital do Banco Agrícola Chinês havia captado cerca de US$ 22 bilhões. Com o lote adicional, a oferta pública secundária (do inglês, SPO) da empresa brasileira pode chegar a US$ 70 bilhões.

“Nunca antes na história desse país. E desse mundo também.”

Todo esse mar de dinheiro vai financiar a exploração do pré-sal. Traduzindo para o português de boteco, trata-se de uma grande aposta, em uma roleta que vai demorar no mínimo 10 anos para girar e parar em um número qualquer. Os resultados só vão ser conhecidos no longo prazo e aí sim o retorno desse investimento vai dar frutos. Isso se der algum.

O risco dessa jogada é razoavelmente elevado. O ministro Guido Mantega em seu discurso de abertura na BMFBovespa garantiu que o país está livre do revés do petróleo. Ou seja, não corremos o risco de furar o bexigão e não cair nenhuma surpresinha. Mantega não é mal economista, mas fala muita groselha e acaba perdendo o crédito. Entre o Guido pai e o Guido ministro, ficamos com o primeiro.

Marina: talvez o melhor projeto concluído por nosso querido ministro. | Fonte: Playboy.

Os gringos parecem que acreditam no petróleo brasileiro. Entre os dias 13 e 19 de Setembro, entraram mais dólares no país do que o acumulado para o ano de 2010. Grande parte desse dinheiro foi reservado para a oferta da Petrobras. O Banco Central já disse que vai meter o dedo e segurar o câmbio. Por isso, a cotação da moeda americana se manteve estável nessa primeira quinzena, ficando pela casa dos R$ 1,72.

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Uma coisa é fato: se daqui a uns dois anos o pré-sal não der sinais de algum progresso, essa capitalização vai ter servido para uma coisa só. Uma grande rasteira na economia mundial.

Flaco Marques

Rapaz do interior de SP que vive suas desventuras na cidade grande. Poliglota valente, busca equilibrar o jeito cosmopolita de ser com a simplicidade caipira de viver.