Perdi tudo e voltei pra casa dos meus pais. Como recupero minha vida? | Mentoria PdH #38

"Como fazer melhores escolhas e voltar a ter minha vida de volta?"

"Oi, pessoal do PapodeHomem!

Nem sei por onde começar, desabafar não é o meu forte, mas antes de mais nada eu queria fazer um pedido, caso esse texto seja publicado que me identifiquem apenas como Mike.

Estou vivendo um momento bem complicado, tenho 24 anos, sofro de fobia social e depressão, estou desempregado e provavelmente perdi minha vaga na faculdade.

Não vou entrar em muitos detalhes para o texto não ficar muito longo e cansativo, mas o caso é que depois de anos buscando emprego e milhares de currículos enviados eu havia conseguido um emprego na minha área de estudo (antes disso eu havia trabalhado por dois anos em outra área), mas só pra ser demitido pouco tempo depois por não conseguir cumprir certas demandas.

Era uma empresa pequena, porém, o volume de trabalho era grande. Eu, geralmente, saia de lá bem tarde, cansado e sem cabeça pra estudar. Com isso, acabei faltando um semestre inteiro e, portanto, perdi em todas as disciplinas por falta, e de acordo com as regras da faculdade se isso acontece enquanto você está no 1° período, sua matrícula é cancelada. Embora eu estivesse no 2°, ainda tinha uma matéria pendente do 1°.

Para fechar a trinca da desgraça, um pouco antes eu descobri que fui traído pela minha ex namorada com um amigo que ela dizia que eu não precisava me preocupar pois eles eram como irmãos.

Durante toda a vida tive muitos altos e baixos, sempre que algo bom acontece e as coisas começam a dar certo, em seguida, aparece algum problema e me põe em um lugar pior do que eu estava antes. Sinto que a cada passo à frente que dou, em seguida eu retorno dois. Não sei se é azar, escolhas ruins, karma, ou uma mistura de tudo isso.

No dia em que fui demitido, cheguei em casa e chorei por meia hora, não apenas por perder o emprego, mas pela decepção que estava sentindo comigo mesmo e também por voltar a ser um peso pra minha mãe, ainda mais na nossa situação. Somos uma família pobre, moramos em uma favela e, atualmente, nossa casa passa por uma reforma, ou seja, minha ajuda financeira seria ainda mais importante.

Em um semestre, eu perdi tudo que me motivava, que dava sentido à minha vida. Estou me sentindo dentro de um buraco. O tempo está passando e eu estou estagnado, sem conseguir sair do lugar. Sou taxado de esquisito por conta do meu problema de socialização, de preguiçoso por não ter conseguido um emprego tão rápido, diziam que eu não corria atrás, sendo que tudo que eu fazia era procurar emprego. E agora isso voltou pra me assombrar de novo.

A depressão, que estava sob controle, voltou com tudo. Estou sem ânimo pra nada e, ao mesmo tempo, me sentindo um merda por isso. Cheguei a cogitar seriamente o suicídio e só não o fiz por conta da minha mãe. Sei que por mais que ela possa se decepcionar agora, a dor que ela sentiria caso eu o fizesse seria bem maior.

Parei de usar redes sociais porque sempre via meus (poucos) amigos indo tão bem na vida, em relacionamentos, empregados e ganhando salários bons. Isso só me jogava ainda mais pra baixo, me sentia o próprio eu-lírico do poema em linha reta. Inclusive, dentro de casa com minha irmã que, apesar de ser mais nova, já contribui com a renda familiar. Me bate um desespero, me sinto menos homem, menos gente, até. Tenho medo de chegar aos 30 vivendo do mesmo jeito que vivo agora, morando com meus pais, desempregado e sozinho.

A minha questão é bem simples e direta: como saio desse buraco?

Como fazer melhores escolhas e voltar a ter minha vida de volta?

Desde já agradeço, abraços.

- Mike"

 

Complemento sobre o assunto:

Percurso Dinheiro Sem Medo, do Eduardo Amuri, sobre como gerenciar melhor suas finanças.

Como a gente se transforma, artigo/percurso do Gustavo Gitti. Vale conferir na íntegra.

 

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Para conhecer mais sobre o conteúdo do livro e tudo que vai encontrar lá dentro, leia esse texto.

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publicado em 01 de Abril de 2019, 15:46
File

Guilherme Nascimento Valadares

Editor-chefe do PapodeHomem, co-fundador d'o lugar. Membro do Comitê #ElesporElas, da ONU Mulheres. Professor do programa CEB (Cultivating Emotional Balance). Oferece cursos de equilíbrio emocional.


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