Alguns defendem a Bossa Nova. Outros, a Jovem Guarda. Eu já prefiro dizer que nada foi mais importante para o crescimento social, cultural e moral do brasileiro que o fabuloso mundo do pagode dos anos 90.

O pagode de verdade. O pagode moleque. O pagode sem malícia. O pagode onde grupos não se arriscavam em micaretas. O pagode onde cantores não faziam duetos com sertanejos. O pagode da língua presa. O pagode da Cohab. O pagode, enfim, do amor.

Sim, do amor.

Porque nenhum ritmo nos ensinou melhor, dentro de tão deprimentes versos e rimas porcas, que cada mulher tem um pagode. E todo pagode tem o seu significado. Se você cantar o certo, ela vai se identificar. Então saiba, antes da música tocar, o que ela quer ouvir.

Clique na foto do grupo para ouvir. E sambe. Porque você vai passar o resta do dia cantando uma dessas porras.

Pagode. A comic sans da música brasileira.

Uma comic sans bold.

Em caixa alta.

Papo de Homem Não Salvo Grupo Raça Os Morenos Molejão Raça Negra Colete TIRA ESSE MOUSE DAQUI CARA Katinguele Os Travessos Só pra contrariar Cuidado CARA Sertanejo Universitário

Fred Fagundes

Fred Fagundes é gremista, gaúcho e bagual reprodutor. Já foi office boy, operador de CPD e diagramador de jornal. Considera futebol cultura. É maragato, jornalista e dono das melhores vagas em estacionamentos. Autor do <a>"Top10Basf"</a>. Twitter: <a href="http://twitter.com/fagundes">@fagundes</a>."

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