O som do meu carro nunca mais será roubado

Passando pela via expressa com a namorada às 2 da manhã após uma chuva. Vem aquela poça d'água do Sérgio Malandro, você passa por cima e ela grita: "Glu glu, ié ié, pegadinha do Malandro".

Só escutei o som dos pneus estourando ao passarem por cima do buraco oculto pela poça. Enquanto eu aguardava pelo reboque, cinco outros carros estouraram pneus. Mas eu dei azar, porque não ando com dois steps. Ninguém anda.

O reboqueiro chega com aquele bafo de cachaça e eu ajudo o cara a colocar o carro no reboque. O cara faz um checklist mais ou menos e eu tentando tirar o máximo de coisas do meu carro, porque sabe-se lá pra onde o cara vai levar meu carro num sábado de madrugada.

É nessa hora que se a vida fosse um jogo de RPG, D&D 3rd, eu teria rodado logo na missão de juntar coisas. Esqueci a bendita frente do som dentro do carro, porém felizmente o cara colocou na lista do checklist que ela estava lá.

Seguro é foda. Se querem um conselho, não sofram acidentes com seus carros. Dois meses depois eu estava lá, batendo boca com o dono da oficina porque a frente do som do meu carro sumiu e ninguém sabia onde ela estava. E olha que fui gente boa pra caralho – não fiz ocorrência policial nem nada. Pelo menos não fui roubado igual o Morróida.

Então sugeri que os caras cobrissem a instalação e a compra de um módulo amplificador (sem jabá algum, informo que o meu foi um Digisound CD 600). Com isso eu poderia usar meu celular pra escutar músicas no carro e não teria que me preocupar com algum comédia querendo roubar o som.

80 reais pelo módulo, 70 reais a instalação. Ouch, mão de obra cara – mas sério, é chato pra caramba instalar a treta. Se você tiver disposição, veja o tutorial "Gambiarra Sound System".

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Entradas RCA à esquerda e saídas para caixas de som à direita

Depois de instalado, você precisa de um cabo que conecte a entrada de som do seu celular, iPod ou qualquer MP3 player nas entradas RCA do módulo. Isso nem sempre é fácil porque as empresas de celular mandam muito mal na hora de escolher esses periféricos. Tudo pra ganhar uns míseros trocados na venda de acessórios como fones, microfones etc.

No meu caso, a Nokia foi gente boa e fez uma saída P2 de áudio (aquelas do tamanho dos fones convencionais). Foi fácil arrumar um cabo P2 > RCA. Quem tem celulares com entradas bizarras, basta arrumar um cabo que tenha em uma das pontas um P2 fêmea e na outra ponta o padrão do seu celular. Só procurar no Google o modelo do celular e digitar "modelo tal cabo P2" ou algo do tipo.

Outro detalhe são os modos de instalação. É possível fazer com que o módulo seja ativado ao ligar a chave do carro e desativado quando a chave é desligada ou instalar uma chave on/off que funciona independente da partida.

Escolhi a última opção porque seria extremamente brochante só poder escutar música com o carro ligado. Sem contar que dar a partida com o módulo ligado provoca fricção nas caixas – e isso nunca é bom. A minha chave ficou bem discreta e de fácil acesso.

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Resultado final: equipamento dentro do painel, nada visível a ser roubado

Depois disso é só ligar o celular no cabo P2, ligar o módulo e aproveitar a infinidade de músicas que nunca caberiam em um CD. Se você tiver rádio integrado, melhor ainda.

Tem gente que não gosta, mas pra quem é lobo solitário do volante como eu, dá pra escutar o som das ligações em todas as caixas do carro e conversar no modo viva-voz.

Vitória completa.


publicado em 09 de Setembro de 2009, 17:34
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Marco Túlio Pires

Coordenador da Escola de Dados e Assessor de Inovação e Transparência na Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado São Paulo. Jornalista, é programador interessado na interseção entre ciência da computação, jornalismo, novas plataformas e governo aberto. Escreve de vez em quando em Bitcount.


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