Equilíbrio. Palavra definida como estado dos corpos que atuam em forças iguais e contrárias. Sentido figurado de harmonia. Harmonia. Mais do que uma palavra solta, mas o resultado da plena união e relação das realidades que constituem a verdade.
Para quem vive em São Paulo e outras grandes cidades do país, equilíbrio e harmonia podem não ser palavras familiares. Trânsito exagerado, horários absurdos de trabalho, poluição. Esse mal necessário que é sobreviver em uma megalópole se torna um grande cansaço físico e psicológico. Para alguns, a válvula de escape é brigar, dançar ou gritar.
Não pra mim.
Prefiro calçar aquele velho par de tênis batido. E correr. Pela manhã ou pela noite, não importa. Faz bem sentir o coração palpitar, o sangue correr pelas veias, a hiperventilação e, o que considero o mais importante, limpar a mente.
Mas limpar a mente com um bom som. Pois se há um momento da vida que necessita de uma setlist perfeita, é durante a solidão dos passos rápidos até a linha de chegada.

Ouça, anote, grave e inspire-se:
Night Ranger – Sister Christian
Motivadora, com um crescimento na sua primeira metade e cheia de significados.
Bruce Springsteen – Born To Run
Me chame de brega. Até de previsível. Mas não negue que essa música é animal.
The Chemical Brothers – Hey Boy Hey Girl
Os irmão químicos entendem desse negócio de acelerar o coração.
The Scorpions – Hurricane 2000
Versão gravada com a Filarmônica de Berlim. O mais claro combustível de ânimo.
Arctic Monkeys – Dancing Shoes
Funciona tanto em percursos longos quanto em curtos. Não deixe-se levar pelo ritmo, ou então você fica pelo caminho.
Van Halen – Im The One
A essência do rock and roll sujo e sem compromisso é tão eficaz quando potássio contra as caimbras.
AC/DC – Its A Long Way To The Top If Ya Wanna Rock And Roll
É. AC/DC. \\m/
A corrida
A melhor parte de fazer desse hobby a minha rotina é quando encontro perfis semelhantes. Foi o que pude comprovar na última sexta-feira, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo (SP). Um grupo de corredores participou do evento que tinha como meta alinhar o propósito corpo-mente. E nem mesmo o frio de 8ºC que fazia às 7h foi capaz de desmotivar as animadas e diferentes equipes de atletas.
Aliás, pode até parecer estranho, mas esse clima de sol tímido e ventos gelados torna-se ideal para provas de atletismo. Especialmente no modo que a prova foi realizada, com revezamento de corredores. Evidente que o corpo sofreu durante a prova, mas cuidados básicos como roupa adequada e hidratação foram devidamente cuidados antes de largada.
Como mais de 40% das pessoas que se iniciam no mundo das corridas abandonam os treinos logo antes dos seis meses, o objetivo ali era estimular o companheiro a continuar o percurso proposto de 2 km. As voltas só seriam validadas se ambos os corredores atravessassem a linha de chegada juntos. A corrida toda funcionou mais como uma força-tarefa. O corredor mais rápido puxava o colega. E, como se tratava de uma prova de revezamento, a “passagem do bastão” foi substituída por “high-fives”.
A disputa deu espaço para a coletividade. Foi interessante ver os corredores de equipes rivais trocando copos d’água, dicas para hidratar a mucosa nasal, postura para melhorar a respiração. De fato, um exemplo de colaboração.

Como competidor nato, meu maior desafio foi não engatar a quinta marcha e disparar para aquecer o corpo. Contudo, o ponto positivo das corridas de rua é o lance social. Durante uma prova você conhece pessoas, faz amizades, encontra um ou outro grande amor. E para quem não é profissional, esse tipo de motivação funciona. Mais do que fixar seu objetivo no pódio ou tentar bater a sua meta de tempo, o clima amistoso de uma corrida, das tendas, da conversa entre corredores ou da paquera já vale a participação. E mulher bonita é o que não falta.
A terceira etapa do desafio não teve vencedor. Tanto a equipe laranja de Marcos Paulo Reis como a Azul, pela qual participei e liderada por Mário Sérgio, chegaram juntas após cinco exaustivas voltas. Fator que enfatizou a principal característica do mundo das corridas de rua: o companheirismo. Qualquer pessoa que calça um tênis para correr entende as dificuldades do companheiro, já que são similares às suas próprias dificuldades.
O desafio não é vencer um oponente, mas obrigar as pernas a continuar. Afinal, a mente e a boa música comandam o corpo.
…
Oferecimento: Desafio Pharmaton
O pessoal do polivitamínico Pharmaton convidou o PapodeHomem para participar do Desafio Pharmaton (www.desafiopharmaton.com.br), composto por uma série de etapas focadas em melhorar o eixo corpo-mente.
Assista ao vídeo e entenda como se desafiar.
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