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O Terno é uma banda muito interessante. Um rock que fala de temas urbanos e muitas vezes pesados, porém com a proteção de uma aura de humor. Então, quando menos espera, você está se divertindo enquanto se lembra das travas que a sua culpa gera, observando a cidade cinza, refletindo sobre sua mania de ser mal agradecido e não reconhecer as coisas boas que a vida traz. 

O gostoso é que em cada apontamento emocionalmente denso sempre vem uma catarse, uma redenção que deixa pra trás o peso da situação retratada. O Terno é otimista em meio ao sofrimento e à solidão.

Importante dizer que esse texto não é sobre o Terno. Mas a comparação de certa forma se apresenta como necessária. 

É bem interessante observar a evolução do Tim Bernardes como artista e compositor, desde 66, a primeira música do primeiro disco do Terno, onde ele retratava sua dificuldade criativa, em encontrar seu lugar como artista e músico em meio ao bolo de referências e também sobre a necessidade de inovar, recebendo ataques críticos de todo lado. Uma ansiedade compreensível.

Mais dois discos do Terno depois, ele vem agora lançar seu primeiro trabalho solo. 

A introdução com um piano delicado e uma atmosfera nostálgica que quase remete à infância já desperta o mix de doçura, saudade e dor por já não estar no lugar ou com a pessoa certa. 

Recomeçar é um disco íntimo. A sensação é de estar ouvindo o Tim cantando sozinho no seu quarto, procurando notas e acordes que expressem o que os pensamentos da noite estão pedindo. 

As letras são tão diretas que é como se você estivesse ouvindo o desabafo de um amigo ou uma DR gravada. "Tanto faz", "Não", "Ela", são todas canções pungentes. 

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Se acabou de terminar uma relação, pode ser interessante ouvir com o lenço do lado. Você vai precisar.

Luciano Ribeiro

Cantor, guitarrista, compositor e editor do PapodeHomem nas horas vagas. Você pode assistir no <a>Youtube</a>