Um crônico telefone sem fio, arrisco dizer.
Link YouTube | Se der, feche as outras abas, aumente a resolução pra 720p e assista com tranquilidade
O papo acima é uma continuação da conversa de sexo que começamos com dezenas de estranhos na Praça Benedito Calixto. Se ainda não viu o primeiro vídeo, veja agora.
Convidamos pra mesa Fred Mattos, psicológo, escritor e colunista no PdH; Zé Agripino, diretor de documentários relacionados à sexualidade; Flavia Amorim, produtora cultural e moderadora da comunidade Amor Livre; e Olivia Orlandine, fundadora da agência 524. Fomos recebidos pela chefLetícia Massula, no jardim de sua bela casa. E lá ficamos por cerca de duas horas.
O vídeo que vocês vão assistir é um condensado dos melhores momentos.
Nossa vida sexual ainda é uma caixa preta
51% dos brasileiros está frustrado na cama. 62% de nosso escrete cabra-macho já experimentou dificuldade em manter sua ereção firme diante do gol.
Os dados vieram de uma pesquisa na qual 89% das pessoas estavam em união estável. Segundo a psiquiatra Carmita Abdo, autora do livro "Descobrimento Sexual do Brasil", o grande problema sexual dos brasileiros é a falta de diálogo.
Ironicamente, a própria disse, em uma entrevista no programa da Gabi:
"Eu nunca vi uma época (...) em que tanto se falou de sexo, tanto se comentou do assunto em tantas áreas do conhecimento."
Pois veja só, quando o assunto é sexo, falamos pelos cotovelos e dizemos quase nada. A postura oscila entre um quê de político com popstar: meio que sai pela tangente, meio que se exibe.
Ao invés de mergulhar, ficamos na superfície, ali na areinha da praia, onde é mais seguro e não tem tubarão.
Não é pra menos, a cultura latina-macho-sanguínea-
De um lado, os homens devem ser garanhões na cama, guerreiros lá fora e sensíveis quando necessário.
Do outro, espera-se que as mulheres sejam putas no quarto, aguerridas na rua e amélias em casa.
Os juízes desse dilema são a trinca do desespero: nossa consciência, a pessoa do outro lado (quando nos relacionamos) e "os outros".
Não dá pra falar em expressão sexual livre e potente junto de parâmetros definidores pra isso, dependentes de nosso gênero. Se a expressão é livre, não tem regras. Se tem regras, não é livre.
Exigir ambos é nos travar numa posição terrível de ansiedade e cobrança.
No meio desse arrazoar todo, o campo segue vazio. No máximo a gente se dispõe a jogar uma pelada mais solta com os amigos, aquela conversa desbocada, não necessariamente sincera. No final das contas, ficamos mesmo é brincando de gol a gol – mais tranquilo, só dois na quadra – ou na solitária embaixadinha.
A gente diz o que não quer tentando transparecer algo que nos faça parecer mais interessantes pela perspectiva do que supostamente acreditamos ser mais valorizado. Confuso?
É esse o nosso filtro interno em conversas sobre sexo. Como se colocássemos uma máscara de gás acoplada a um óculos de grau ao tentar falar. Sai tudo distorcido.
Exercício trava-língua
Como descreveria sua vida sexual hoje? Ela é normal? E se ninguém fosse escutar ou ler o que tem a dizer, a descrição seria a mesma?
Quanto tempo de sua vida gasta pensando em ou tentando satisfazer suas pulsões sexuais? Por que gasta o tempo que gasta, e não mais ou menos? Como surgiram seus padrões de comportamento sexuais?
O quanto ter uma vida sexual abaixo ou acima de suas expectativas impacta seu dia-a-dia?
O que te faz gozar? Quais estímulos e fantasias realmente mexem contigo, independente do quão condenáveis possam ser?
A sua maneira de pensar, se expressar e desejar sexualmente foi aprendida cultural e socialmente. Em quais situações, com quem e de que modo mais aprendeu aquilo que sente, acredita e vive sexualmente? Há tensões entre o que acredita e o que pratica? Sente que poderia aprender outros modos de pensar e se relacionar sexualmente?
O que espera sexualmente de uma pessoa com a qual vá se relacionar?
O quão exigente você realmente é nas expectativas sexuais que tem consigo?
Pra você, quais pensamentos, desejos e fatos relativos a sua vida sexual não revelaria nem no leito de morte? Qual o impacto que não conversar sobre isso tem sobre sua vida?
Vamos abrir essa caixa?
As perguntas são todas sérias, não à toa tremi ao pensar nas minhas respostas.
PS.: em nome do melhor contexto pra essa conversa fluir livremente nos comentários, hoje sugerimos usar um apelido anônimo pra postar o que tem vergonha.
Mecenas: Skyn
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publicado em 11 de Abril de 2014, 08:46